segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Scans + Entrevista sobre 'Na Estrada' para a revista Film Ink

Walter Salles, Kristen Stewart e Garrett Hedlund deram entrevista para a revista Film Ink para falar sobre “Na Estrada” (On The Road). Salles comenta como foi escolher Kristen para o papel de Marylou, e Kristen fala de como já lia o livro antes de saber do filme. Confiram abaixo:




Ainda, Salles estava sempre pensando no filme. Ele começou a formar o elenco em 2005. Kristen Stewart, muito antes de se tornar uma grande estrela com a Saga Crepúsculo, foi solicitada a interpretar Marylou, a mulher que acompanha Sal e Dean nas suas viagens. 

Salles credita dois amigos notáveis - o compositor Gustavo Santaolalla, que trabalhou em Diários de Motocicleta, e Alejandro Gonzalez Inarritu, o diretor mexicano de 21 Grams, Babel e Amores Perros - para a inspiração para o elenco. Ambos foram convidados por Sean Penn para verem a primeira versão de seu filme de 2007, Na Natureza Selvagem, que contava com Stewart em um papel coadjuvante notável. "Eles me chamaram e disseram, 'Escuta, para Marylou - pare de procurar! Há uma garota ótima e que você nunca viu antes. Ela é realmente única e muito talentosa. Ela é certa para o papel'. Eu me lembro de escrever o nome para eu não me esquecer! Eu nunca havia ouvido o nome Kristen Stewart!"

Quando Salles a conheceu, ele ficou impressionado em como a jovem atriz era apaixonada pelo livro e por interpretar Marylou, a versão fictícia da primeira esposa de Cassady, LuAnne Henderson. 

Escutando Stewart hoje, enquanto está sentada na borda da piscina em Cannes, vestida em uma jaqueta de couro vermelha, uma mini-
saia preta, salto e uma camiseta branca da Blondie, aquele mesmo entusiasmo pelo livro de Kerouac surge. "Eu tinha catorze anos quando eu o li pela primeira vez," ela relembra. 

"Foi a primeira vez que eu devorei um livro e realmente gostei. Ele me colocou na leitura. Me apresentou a vários outros autores. Ele representa um estágio de vida que é tão cheio de emoção, paixão e convicção. Naquela idade, você simplesmente não colocou seu dedo realmente no porquê você sente tanto."

A maneira com que ela vê isso, ler Na Estrada pela primeira vez "abriu muitas portas" quando ela tinha catorze anos. "É quando você começa a ser capaz de escolher sua família, e escolher seus amigos, ao invés do que simplesmente ser ambientalmente cercada por quem você é, e cercada pelas circunstâncias". Pondera Stewart. "Você começa de verdade a decidir quem é importante para você. Eu fiquei louca por aqueles personagens. Eu queria me manter com eles. Embora eu tenha me identificado, pessoalmente, muito mais com Sal."

Então, ela sente a necessidade de "queimar, queimar, queimar", emprestando a famosa frase de Kerouac? "É muito fundamental," Stewart concorda. "Por isso que o livro tem se sustentado. Isso nunca se tornará menos atual. É como respirar. Sempre temos que
respirar. Sempre temos que ir para frente - as pessoas têm limites diferentes, fronteiras diferentes, e prioridades e valores diferentes. Não é fácil de olhar ao redor e ver que você não divide as mesmas coisas com a maioria comum. E para seguir esta linha é algo que eu realmente, realmente concordo. Eu amo aquilo de verdade." Ela faz uma pausa momentânea. "O livro nunca foi irrelevante. Mesmo antes de ele ser escrito, precisáva-mos dele."

Stewart admite que ela estava nervosa por outra razão: satisfazer o exército de fãs do livro. "Temos uma responsabilidade grande com essas pessoas. Todos temos nosso próprio amor pelo livro." Mas ela faz um tributo à Salles por juntar este grupo "perfeito". "Ele cria um ambiente que é tão inegável, você não precisa pensar - você só está lá," diz ela."

O sinal de um grande diretor é quando você sente que vocês
encontraram algo juntos, e então no fim das contas, você olha pra trás e diz "'Oh meu Deus, ele me levou para aquele lugar, eu nem percebi!' Walter literalmente me permitiu sentir como se eu fosse parte daquilo, mas ele me pegou e me colocou lá. Sabe o que
quero dizer? Foi incrível."

Garret Hedlund no campo de treinamento Beatnik

Para ajudar Garret e companhia acelerarem o passo, no que é destinado a se tornar um aspecto famoso da produção de Na Estrada, Salles promoveu um "campo de treinamento Beatnik" por três semanas em Julho de 2010, antes da produção começar. "Éramos capazes de dividir tudo o que tínhamos aprendido uns com os outros," disse Hedlund, que a este ponto tinha aproveitado "três anos reunindo informações" para seu papel. "O campo de treinamento era nós, em um apartamento, sentados lá por dez horas por dia, ouvindo jazz - Dexter Gordon, Lester Young - e lendo de pernas cruzadas em um canto do apartamento, passando por várias coisas e vendo filmes Cassavetes antigos."

Inicialmente, o "campo" era pra Hedlund, Riley e Stewart, que posteriormente se juntaram a Tom Sturridge (que interpreta Carlo Max aka Allen Ginsberg) e Danny Morgan (Ed DUnkel aka Al Hinkle). "Era uma companhia inegável que não conseguia esperar para ir para o trabalho," admite Hedlund.

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