sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

FANFIC Overcoming - Capítulo 3 de @Ellymartins


Bella POV

Agora eu conseguia entender Tanya. E entendia também o que Lauren quis dizer. Realmente Edward mais parecia um Deus grego de tão lindo. Confesso que cheguei a estremecer ao olhar pra ele e também ao sentir o seu cheiro. Realmente Tanya estava certa. Era um cheiro delicioso e totalmente Dele. Nunca senti um perfume assim.
Era simpático assim como Emmett, mas de uma maneira diferente, não sei explicar. Assim como também não sei explicar o que eu senti ao ouvi-lo dizer que sou “elegante”. Definitivamente essa era uma palavra que não combinava comigo. Eu não quis fazer graça ao dizer que eu parecia um Robocop. Durante muito tempo esse foi meu apelido na escola.
Ele caminhava ao meu lado, sem deixar de me olhar. Não era o tipo de olhar ao qual eu estava acostumada. Eu não via pena, tampouco curiosidade, mas também não sei dizer o que era.
Eu, que geralmente sou falante, de repente me vi sem voz. O que eu poderia dizer a ele? Balancei a cabeça me crucificando. Eu deveria ser eu mesma, sempre.
–Está gostando da cidade?
–Pra falar a verdade eu ainda não conheci quase nada aqui.
–Nossa. Mas um mês já é tempo suficiente não é? A cidade é tão pequena.
–Realmente.
–Mas quer saber? Não está perdendo nada. Não há nada de interessante nessa cidade.
–Será que não?
Ergui minha cabeça ao ouvir sua pergunta e fiquei um tempo apenas presa em seus olhos.
–Bom... é o que eu acho. Você faz o que então? Fica o dia inteiro em casa? Ou já está trabalhando?
–Estou montando meu consultório em Port Angeles. Então quase não fico aqui. Saio bem cedo e volto a tarde.
–Legal. Eu gosto de Port Angeles. Faço faculdade la.
–Que ótimo. Pode ir comigo todos os dias, se quiser.
Antes que eu respondesse Tanya apareceu sorridente indo em direção a Edward.
–Vejo que já conheceu minha irmã.
–Sim. Emmett nos apresentou.
–Então venha conhecer minha mãe.
–Mas...
Edward nem teve tempo de protestar e Tanya o arrastou pelo braço. Ele ainda olhou para trás como se me pedisse desculpas.
–Hum... romance...
–O que?
Falei com Jake que se materializou de repente ao meu lado.
–Estou sentindo clima de romance.
–Realmente Tanya está afim dele.
–Não estou falando de Tanya sua idiota. Estou falando de você e do cara que parece ter levado um choque.
Eu ri pelo absurdo e também pela observação do Jake. Realmente parecia que Edward havia levado um choque. Seus cabelos eram meio bagunçados, mas davam um ar sexy e selvagem a ele.
–De onde tirou esse absurdo?
–Da forma que ele olha pra você. Estava observando desde que passaram pela porta.
–Com certeza seu cérebro ainda está oitenta por cento carregado de álcool.
Falei sentando-me numa das cadeiras duras separadas em circulo. Jake sentou-se ao meu lado. Fomos criados juntos, desde quando nos mudamos para Forks há 17 anos. Eu estava então com cinco anos e Jake também. Desde então não nos desgrudamos mais. Aliás foi por causa dele que as pessoas pararam de me chamar de Robocop. Jake era muito alto e forte e botava um pouco de medo.
–Confesso que to meio bêbado ainda, mas não cego.
Nós rimos alto atraindo a atenção de Edward e Tanya. Mas nesse instante Billy convidou a todos para se reunirem e começou a falar. Percorri o local com os olhos analisando as pessoas presentes. Sue com sua filhinha Bree que tinha problemas visuais, Paul com uma muleta parecida com a minha, Ângela que tinha os dedos de uma das mãos completamente atrofiados e sua irmã gêmea Amanda que tinha uma das pernas mais curta que a outra. Ambas vítimas da Talidomida. Outros membros da associação eram de Port Angeles. Engraçado como às vezes a gente nem se toca que tem tantas pessoas com as mesmas ou deficiências até piores que a nossa. Sinceramente antes de começar a frequentar a associação sequer imaginava que Forks abrigava tantas pessoas portadoras de necessidades especiais.
O principal assunto de hoje era sobre o acesso. Billy estava contrariado com alguns estabelecimentos que não proporcionava livre acesso aos deficientes. Realmente Forks era bem atrasada em relação a isso. Bem diferente de Port Angeles, onde vários locais possuíam rampas de fácil acesso.
Em determinado momento eu olhei para Edward e vi que ele me encarava, mal prestando atenção ao que Tanya dizia ao seu lado. Uma das crianças que também tinha problema em um dos olhos estava segurando em sua perna e ele segurava a mão dela. Sorri e ele sorriu de volta.
Não foi uma surpresa pra mim quando ele disse ao Billy que iria ajustar seu horário e teria o maior prazer em ser também voluntário.
–Hum... será que isso é pra impressionar a minha amiga?
–Não seja idiota Jake. Ele tem bom coração. Eu sinto isso.
–Claro que tem. Um coração louco pra ser preenchido.
–Jake... eu não estou aberta a romances e você sabe disso.
–É o que você diz. Só acho que não encontrou a pessoa certa ainda. Ou melhor... não tinha encontrado.
Resolvi não estender o assunto. Sabia muito bem como Jake era teimoso e acabaria me irritando com ele.
Billy ficou mais uma hora naquela conversa e logo depois nos dispersamos. Vi que Edward dava atenção à algumas crianças e fiquei apenas de longe observando.
–Ele não é o máximo Bella? Caramba... ele gosta de crianças.
–E você já está se imaginando casada com ele não é Tanya?
Ela riu e me deu um tapa leve no ombro.
–Claro que não maluca. Mas que ele é perfeito... ah isso é.
–Quem? Eu?
Emmett perguntou se aproximando sorridente, abraçado a Rose.
–Quanta modéstia Emmett.
–Esse é meu sobrenome.
–Bella, Emmett nos convidou para passar o domingo na casa dele. O que acha?
–Ah de jeito nenhum Rose. Sabe como gosto de passar meu domingo.
Ela revirou os olhos e encarou Emmett.
–So sai do quarto para almoçar. Isso quando sai. Gosta de ficar ouvindo música ou vendo filme.
–Ih... tá igual o gay do Edward. É assim também aos domingos.
–Então... tá ai uma oportunidade para tirar os dois da toca.
–Rose... eu não quero sair de droga de toca nenhuma. Eu gosto de ficar em casa aos domingos.
–Só um dia Bella... por mim.
Bufei e olhei pra Tanya que sorria abertamente. Lógico... era uma ótima oportunidade para ela ficar ao lado de Edward também. E eu iria fazer o que numa casa de estranhos? Ah merda... bom, depois eu daria um jeito de inventar uma desculpa qualquer.
Depois de um tempo conversando dei um jeito de escapar e voltar para o lado de fora onde me sentei novamente e acendi um cigarro. Ja estava ficando cansada e queria ir pra casa. Sem contar que ainda tinha um trabalho da faculdade pra fazer.
–Nervosa?
Estremeci ao ouvir aquela voz e em seguida Edward se sentou ao meu lado.
–Por que estaria?
–É a desculpa que muitos usam para fumar.
–Eu não preciso de desculpa. É vício mesmo.
–Hum.
Evitei olhar pra ele. Sei la... aqueles olhos eram penetrantes demais. Parecia que enxergavam dentro de mim.
–Estou incomodando você?
Ele perguntou depois de algum tempo em silêncio.
–Absolutamente. Por que pergunta isso?
–Não sei. Talvez quisesse ficar sozinha.
Dessa vez arrisquei olhar pra ele. Sorri como forma de me desculpar e fui presenteada com um sorriso lindo também.
–Desculpe se passei essa impressão. É que estou cansada e ainda tenho tanta coisa pra fazer.
–Eles ainda vão demorar?
–Provavelmente.
–Se você quiser posso te dar uma carona.
Aquilo me pareceu uma excelente ideia. Sei que minha mãe iria ficar muito brava comigo, mas hoje era um daqueles dias em que eu realmente não estava a vontade. Mas eu precisava ao menos dar um jeito de avisá-la.
Edward pareceu ler meus pensamentos.
–Eu digo ao Emmett para avisar sua mãe que a levei.
–Faria isso por mim?
–Com todo prazer. Eu já volto.
Tão rápido quanto foi ele voltou e parou à minha frente.
–Quer ir agora?
Apaguei o cigarro e me levantei sob o olhar atento dele.
–Vamos. Antes que alguém venha atras de mim.
Segui ao lado dele até chegarmos a um volvo prata. Ele abriu a porta e segurou as muletas enquanto eu me sentava. Quando fiz menção de segurar minhas pernas para colocá-las dentro do carro ele se adiantou.
–Deixe que eu faço isso.
Ele me segurou com delicadeza, quase com medo, me fazendo rir.
–O que foi?
–Eu não quebro tão fácil sabia?
–Quando eu me acostumar irei te pegar como se fosse uma pluma.
Aquelas palavras tiveram um efeito estranho em mim. Quer dizer... se acostumar... então ele iria fazer isso mais vezes? Minha vontade era de perguntar se ele estava fazendo isso pra conquistar a futura cunhada ou se ele era assim... atencioso mesmo. Por via das dúvidas preferi me calar. Não queria chateá-lo.
Indiquei o caminho da minha casa e permaneci em silêncio até que ele quebrou o gelo.
–Seu namorado não vai ficar bravo por estar indo comigo?
Olhei em seu rosto procurando algum traço de brincadeira e não encontrei. Só então gargalhei.
–O que foi?
–Eu não tenho namorado Edward.
–Não? Aonde estão os homens dessa cidade?
–Não faço ideia. Espero que bem longe de mim.
–Por que diz isso? Namorar pode ser bom.
–Ah...é por isso que não está dando moral pra Tanya? Por causa da sua namorada?
–Eu não tenho namorada.
–Aonde estavam as mulheres da cidade onde morava?
Eu perguntei sorrindo e ele sorriu de volta.
–Ok. Você me pegou. É aqui?
–Sim.
Ele parou o carro em frente a minha casa e desceu para me ajudar.
–Eu te acompanho até a porta.
Caminhou ao meu lado numa postura de quem estava preparado para me segurar caso eu caísse. Segurei meu riso. Quando ele iria perceber que não sou tão frágil assim?
–Quer entrar um pouco?
–Melhor não. Você disse que estava cansada.
–Assumo... eu estava louca pra cair fora. Estou um pouco cansada sim mas nada que me impeça de lhe servir um café. Agradecimento pela carona.
–Sendo assim eu aceito.
Entramos e fomos direto para a cozinha. Edward puxou uma cadeira e ficou me observando andando com apenas uma muleta, mas sempre segurando em algum móvel. Enquanto isso ele me contava sobre sua vida em Chicago.
–E você tinha muitos pacientes lá?
–Ah sim... uma quantidade razoável.
–Aposto como a maioria eram mulheres.
–Bom... sim. Como sabe?
–Intuição. E sua família? O que eles fazem?
–Meu pai é médico e minha irmã Alice acabou de se formar em biomedicina. Minha mãe também era psicóloga, mas não exerce mais a profissão.
–Por que não?
Ele deu de ombros, o olhar fixo em mim.
–Sei la. Ela gosta mesmo é de cuidar da casa e das suas plantas.
–Hum... pode ser uma terapia mexer com isso. E o Emmett?
–Emmett era professor de educação física. Aqui eu não sei o que ele fará. Além de namorar a Rose, é claro.
Eu ri enquanto levava o café até a mesa.
–Estão grudados o tempo todo.
–Verdade. Ele vive suspirando por ela.
Servi o café e me sentei à frente dele.
–Agora fale-me de você.
Fiz um muxoxo.
–Não há muito o que falar. Faço faculdade em Port Angeles como já lhe disse. Duas vezes por semana faço fisioterapia la. Saio com meus amigos. Basicamente isso.
–Eu seria indiscreto se perguntasse o que aconteceu a você?
–Não. Eu sofri paralisia quando tinha um ano de idade.
Ele franziu o cenho e inclinou um pouco em minha direção.
–Mas...
–É eu sei... minha mãe jura que nunca se esqueceu dos cuidados e eu acredito nela. Mas na época... vivíamos em condições precárias, sabe? A família do meu pai era rica e nunca aceitou o fato de ele ter escolhido minha mãe que era pobre. Quando ela engravidou de Tanya meus avós foram contra e meu pai acabou saindo de casa. Nunca teve uma ajuda deles e sempre que tentava algum emprego meu avô dava um jeito de interferir.
–Nossa... a troco do que?
–Talvez imaginando que meu pai fosse abandonar a família. Bom... ele foi fazendo bicos, batalhou ate conseguir uma bolsa e se formar. Mas um ano depois minha mãe engravidou novamente. Dessa vez vieram Jasper e Rose. Meu pai já trabalhava na prefeitura da cidade como vigia mas o salário não era grande coisa. E meus avós não davam trégua. Moravam em Phoenix na época. Acabou que meu pai se estressou de verdade. Mudaram-se para Jacksonville. As condições foram melhorando aos poucos. Mas dois anos depois do nascimento dos gêmeos... por um erro da famosa “tabelinha”...minha mãe ficou grávida.
–E dessa vez era você.
Ele afirmou.
–Sim. Mas é como dizem não é? Nada tão ruim que não possa piorar. Meu pai perdeu o emprego...
–O que aconteceu para que ele perdesse o emprego?
–É difícil imaginar?
–Seus avós?
–Sim. Eles tinham dinheiro... não foi difícil descobrir nosso paradeiro. Bom... eu nasci. Morávamos numa casa que era um quarto, cozinha e um banheiro do lado de fora. E ai quando eu estava prestes a completar um ano... aconteceu isso.
–Deve ter sido uma barra pra sua mãe não é?
–Eu só sei das coisas que meus irmãos contam. Mas isso foi quando eu já tinha uns três anos. Tanya é a que mais se lembra afinal era a mais velha. Minha mãe vivia nervosa... batia muito nos meus irmãos. Isso porque meu pai tinha conseguido emprego aqui em Forks na delegacia. Mas ainda não tinha condições de trazer a família.
Tarde demais eu percebi Edward erguer o braço e secar uma lágrima que eu nem tinha notado que rolava pelo meu rosto.
–Mas e você? Porque... você precisava de cuidados especiais. Como ela fazia?
–Não fazia. Não tinha jeito. Eu ficava me arrastando pela casa já que não conseguia andar. Mas depois as coisas começaram a melhorar. Meu pai nos trouxe pra ca quando eu completei cinco anos. Com a ajuda de Billy ele conseguiu o aparelho que passei a usar na perna. E ai era outra briga.
–Como assim?
–Eu tinha apenas cinco anos Edward. Não entendia. Queria brincar como as outras crianças. Mas tinha o maldito aparelho. Então eu ia brincar na casa do Jake ou da Jéssica. E la eu tirava o aparelho.
Ele sorriu e eu percebi que era porque eu sorria com a lembrança.
–Disso eu me lembro. Os dois correndo e eu me arrastando atras deles. Mas quando eu chegava em casa... apanhava a valer.
–Meu Deus! Mas por que?
–Ora... o aparelho era para me ajudar. Evitava que meus pés e até minhas mãos atrofiassem. Eu sei que minha mãe fazia isso porque queria o meu bem. Então ela passou a amarrar fortemente o aparelho para que eu não tirasse. Eu chorava muito... doía.
Não consegui segurar minhas lágrimas mais uma vez. Eu funguei e limpei as lágrimas ao sentir sua mão forte sobre a minha.
–Desculpe-me. Não queria trazer essas lembranças.
–Nada. Isso é uma das poucas coisas que me lembro quase nitidamente. Não é só porque perguntou. Isso está sempre em minha mente.
Seu olhar fixou-se no meu e ficamos assim... nos encarando por um tempo, sua mão ainda sobre a minha.
–Você me fascina Bella.
–Eu?
–Sim... eu vi você no pub. Apesar de tudo porque passou você ainda tem essa alegria. É simpática. Eu imagino que seja feliz.
–Sim, eu sou. Embora tenha meus momentos hã... de rancor também.
–Você é incrível.
–Obrigada. Você também é.
–Obrigado pelo café.
–Ja vai?
–Você precisa descansar. Sei que está cansada... estou vendo você segurar um bocejo.
Eu ri incapaz de negar.
–ok...admito. Acompanho você.
Ao chegar a porta ele se virou.
–Precisa de ajuda com alguma coisa?
–Não. Está tranquilo. Adorei conversar com você.
–Eu também. A que horas passo aqui na segunda?
–Segunda?
–Sim. Não vai de carona comigo?
Eu gostava muito da Jéssica, mas realmente a carona com Edward também seria bastante agradável. Ma eu não podia fazer isso... ou melhor, não devia fazer isso.
–Ah... eu já tenho carona. Eu vou com a Jéssica.
–Mas você pode voltar com ela. Eu preciso de companhia...e se eu dormir ao volante?
Ele falou com um sorriso torto e uma expressão tão pidona que não tive coragem de recusar.
–Eu saio muito cedo... saio às seis da manhã.
–Estarei aqui faltando cinco minutos para as seis.
–Tudo bem. Espero você.
Sem que eu esperasse ele me pegou em seus braços, esmagando-me em seu abraço e o rosto em meus cabelos. Apertei meu braço livre de uma das muletas em volta de sua cintura sentindo seu cheiro gostoso.
–Obrigado pela conversa agradável Edward.
–com você não poderia ser diferente.
Suspirei quando senti seus lábios em minha bochecha.
–Cuide-se. Até segunda.
–Cuide-se também. Estarei esperando.
–Não fuja.
–Oh...irei muito longe com essas muletas.
Ele se afastou rindo e acenou já dentro do carro. E muito tempo depois de ele ter desaparecido eu ainda sorria feito uma idiota parada perto da porta. Pela primeira vez em anos eu não me sentia tão mal por falar de alguns momentos tristes da minha vida.

5 comentários:

já faz 10 dias que estão esperando loucamente o proximo capitulo! posta mais eu to amando essa fic por favor ! s2

Posta o proximo cap, to louca pra ver!

ahh vou ficar maluca, vai fazer 1 mês que não sai capitulo novo' mimi kkkk

Amoras hoje sem falta sai um capitulo

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