Capítulo 4
Por cinco dias, Dean agonizou sob aquela dor gélida, gemendo, com os ossos estalando. Ele ficou no meu quarto, e nós revezávamos para vigiar as redondezas, temendo qualquer aparição dos vampiros.
Ao fim do quinto dia, Dean acordou ofegante. Eu o aguardava com água, carne e boas explicações e pedidos de desculpas.
- Beba. - eu disse, colocando água em sua boca. Ele e bebeu tudo num gole, sedento.
- Onde eu estou? Eu tive um sonho tão estranho, que você se transformava em um-- - começou ele.
- Eu sou um lobisomem e te transformei; você é um de nós agora. – eu expliquei. Foi preciso duas horas ininterruptas para convencê-lo, acalmá-lo e explicar toda a situação.
- Mas você vai ter que aprender a controlar seus instintos; depois do pôr-do-sol você pode se transformar a qualquer momento, e isso é perigoso, tanto para você quanto para os outros.
- Entendo – disse Dean.
- Bem-vindo à alcatéia então! – saudei.
Eu o levei para conhecer todos os outros lobisomens. Ele se adaptou muito bem, foi como fazer novos amigos.
Como é tradição entre os lobisomens, nosso jantar foi um banquete fechado. Fomos para o celeiro de aço reforçado, no qual havia três cavalos. Fechamos as portas, nos transformamos e devoramos os cavalos, saboreando cada mordida. Ao fim da noite, restavam apenas dez lobisomens em forma humana, sangue e ossos.
Depois do jantar, Dean, Jensen e eu fomos à cidade, buscar as coisas de Dean.
- Vocês são tão acolhedores, e eu me sinto tão bem aceito. – elogiou Dean.
- Obrigado. Mas é em grande parte pela relação de dependência da nossa alcatéia. Todo lobo precisa de outro lobo. – respondeu Jensen.
- Ok, mas ainda não entendi como Max pode se transformar durante o dia apenas por ser um Nascido. – questionou Dean.
- Só Deus sabe, amigo! – respondi.
Demoramos pouco mais de uma hora para pegar as coisas de Dean. Na volta, a dois quilômetros de casa, eu abri a janela para pegar um pouco de vento e senti um odor doce no ar.
- Eles estão aqui! – disse para Jensen. Este acelerou o carro desesperadamente, temendo o pior.
E o pior havia acontecido...
Talvez estivessem apenas esperando a alcatéia se separar, deixando os mais indefesos e inexperientes sozinhos; ou talvez pensaram que todos os lobisomens estavam no local... Mas aqueles sete cadáveres de lobisomens, da minha família, da minha alcatéia, me deixaram sem chão. Lobisomens morrem da mesma forma que os vampiros: apenas esquartejando e queimando os pedaços. E aqueles montes de cinzas com fumaça cinza clara deixaram ao trio restante nenhuma outra escolha a não ser fugir e correr. A casa explodiu depois que saímos, bem como que para parecer acidental. O odor dos Volturi estava impregnado em todo o local, bem como a fumaça fúnebre.
Mas aquilo não seria perdoado; aquele ato dos Volturi não seria esquecido. Inesquecível e imperdoável. Eu me vingaria; não só eu como toda a minha alcatéia, até mesmo o recém-criado Dean. Era algo que, obviamente, não se podia esquecer.
Mas, por ora, mudamos de cidade. Fomos buscar abrigo nos Estados Unidos, no estado de Washington, numa pequena cidade chamada Forks.
(Cidade na qual iríamos encontrar aliados poderosíssimos e planejar uma vingança gloriosa)
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