terça-feira, 7 de agosto de 2012

Overcoming por Ellymartins #FANFIC #capítulo11


Capítulo 11


Edward Pov

Noivos. Estávamos noivos. Mas eu não estava feliz. Essa palavra ainda é pequena
perto de tudo que estou sentindo. Sempre acreditei que quando eu me apaixonasse tudo
seria rápido demais: namoro, noivado, casamento. Mas nunca imaginei que seria tudo tão
intenso demais. O que eu sentia por Bella era difícil de explicar. Sei que é o mais puro e
profundo amor, mas tão mais forte do que os que já vi por ai...

Eu precisava protegê-la, cuidar dela... e amá-la. Droga...eu tentava a todo custo
não ter certos pensamentos com ela, mas o que eu podia fazer? Era involuntário. Bastava
sentir seu cheiro, olhar em seus olhos, ouvir sua voz e o desejo me assolava. Cachorro.
Não havia palavra melhor para me descrever.

Levantei-me e fui até o banheiro jogando uma água no rosto. Não dormi bem a
noite passada sempre pensando no atendimento a Lauren. Acabei não abordando o
assunto com Bella, não por medo de uma briga, mas porque não queria estragar nosso
momento. Consegui convencer Emmett a não irmos ao pub comemorar meu noivado.
Iriamos no próximo final de semana. Fiquei com Bella o tempo todo, em minha cama,
abraçado a ela. E o resultado disso era esse meu “estado” lastimável.

Chamei Jéssica pelo telefone e pedi para que encaminhasse a próxima paciente.
Audrey era uma senhora de sessenta anos que havia perdido o marido há pouco mais de
um ano e até hoje não tinha se recuperado.

–Boa tarde doutor.

–Boa tarde Audrey. Como tem passado?

Ela apenas deu de ombros e se sentou. Sua expressão não era das melhores
hoje e eu percebi que ela teria que falar muito. Peguei minhas anotações e me sentei
esperando que ela começasse. Mas antes... eu precisava esperar que parasse de chorar.

****

Quarenta e cinco minutos depois eu acompanhava a senhora Audrey até a saída.

–Não sabe como saio daqui fortificada Edward. Está me fazendo um bem enorme.

–E eu fico imensamente gratificado por saber que estou ajudando.

Falei enquanto abria a porta pra ela e então estaquei. Primeiro eu me assustei,
mas depois um sorriso involuntário brotou em meu rosto.

–Até logo Jéssica.

–Ate mais senhora Audrey.

Assim que a senhora saiu eu me aproximei dela, ainda sorrindo.

–Que surpresa maravilhosa.

Bella sorriu também, ruborizando ao sentir meu beijo em seu rosto. E o motivo do
rubor não poderia ser outro a não ser a presença de Lauren ali. Entretanto esse rubor não
foi capaz de segurar sua língua.

–Vim buscar meu noivo, posso?

–Com certeza. Não se importa em esperar não é?

–Lógico que não. Ficarei aqui com a Jéssica.

Somente então eu dei atenção aquela criatura que olhava a cena com olhar crítico
e invejoso.

–Senhorita Mallory... vamos entrar?

–Com todo prazer.

Ela se levantou rebolativa e passou por mim. Antes de fechar a porta do
consultório eu consegui ver Jéssica apontando o dedo do meio para Lauren. Prendi meu
riso e fechei a porta. Sentei-me a sua frente e a encarei antes de pegar uma ficha.

–Então senhorita Mallory.... está tudo bem?

–Apenas Lauren, por favor.

Não respondi. Girei a caneta entre os dedos antes de voltar a encará-la.

–Primeiramente eu sempre busco informações dos meus pacientes para que eu
possa ter ideia da situação. Às vezes o caso nem é com um psicólogo, então não faz
sentido eu ficar “enganando” as pessoas não é?

–Não acredito que você seja capaz de enganar.

–Com certeza não. Mas então... conte-me seu problema.

Sei que não seria ético dispensá-la somente com base em suposições. Eu tinha
quase certeza que não passava de alguma armação para atingir Bella. Só queria ver qual
seria sua explicação.

–Meu problema vem se tornando sério a cada dia Edward. Eu juro que tento me
controlar mas está cada vez mais difícil.

–O que está sendo difícil?

–Minhas vontade... meus desejos. Sabe, eu faço sexo mais de quatro vezes ao dia
e ainda assim eu fico ardendo de desejo. Não me importa hora ou lugar. Eu só preciso me
satisfazer.

–Está me dizendo que é uma compulsiva sexual?

–Exatamente.

–Isso é uma doença, você sabe não é?

–Sim, por isso estou aqui.

– Hum.. já procurou algum profissional antes?

– Não.

– E o que exatamente espera de suas consultas? De que forma você acha que
poderei ajudá-la?

Ela tentou fazer uma cara sexy que me pareceu extremamente vulgar e ajeitou seu
decote exagerado.

–Tenho certeza que de várias formas. Será muito... prazeroso ser “cuidada” por

Deus... como podia ser tão oferecida assim? Mesmo contrariando um pouco a
ética eu precisava colocá-la em seu devido lugar.

–Acho que está enganada. Eu não poderei ajudá-la.

–Como?

Eu me inclinei na direção dela que lambeu os lábios.

–Do jeito que você anseia ser cuidada... acho que deveria procurar um garoto de
programa.

Sinceramente? Pensei que ela iria ficar horrorizada e me chamar de vários nomes
antes de me ameaçar com um processo.

Entretanto eu me enganei. Lauren sorriu abertamente e voltou a passar a língua
nos lábios.

–Você é bem melhor que qualquer garoto de programa. E eu sou bem melhor do
que aquela... bem, eu sou normal!

–Vamos deixar as coisas claras aqui Lauren. Para que eu não perca meu tempo e
tampouco você. Acha mesmo que eu me preocupo com apenas a beleza exterior? Acha
mesmo que eu me importo com a “normalidade física” de uma pessoa? Acha mesmo que
eu preciso revirar uma mulher do avesso para ter prazer? E mais... acha mesmo que eu
trairia a mulher mais linda e adorável do mundo para ficar com você?

Fiz cara de desdém e ela bufou.

–Ambos sabemos que você ficou com Bella por pena. E sabemos que mais cedo
ou mais tarde você irá sentir falta de outras coisas que ela não pode te dar.

–Tenho pena e nojo de pessoas como você. Que se julgam melhores apenas por
serem fisicamente normais. Pois saiba que você não exerce a mínima atração sobre mim.
Bella é a única mulher que me interessa e acho bom que saia do nosso caminho... ou irá
se arrepender.

Seus olhos estavam vermelhos de raiva e ela apertava a alça da bolsa com força.

–Sabe que eu posso acabar com sua carreira não é?

Ri debochadamente.

–Sabe que existem coisas nessa vida que sequer temos noção? Por exemplo... eu
sempre tive conduta ilibada, ate mesmo quando cursava psicologia. Sempre fui o melhor
aluno e agora já trabalhando... fui muitíssimo bem recomendado. Claro que sempre
existe um ou outro que acredita em fofocas e maledicências de pessoas mal amadas e
invejosas. Mas existem aquelas que sabem enxergar o caráter das pessoas. Mas isso
você também não sabe não? Afinal caráter é uma palavra desconhecida pra você.

Ela se colocou de pé, visivelmente tremula,

–Está me ofendendo Edward.

–Você que me ofende ao se insinuar pra mim e imaginar que eu iria querer
algo com você. Acho que já resolvemos aqui não é? Mas eu posso lhe indicar algum
profissional, porque de certa forma eu acho que você precisa mesmo de tratamento.

Ela ficou me olhando com raiva e depois sem que eu me desse conta da sua
intenção ela baixou seu decote deixando seus seios a mostra.

–Eu ainda irei sentir suas mãos e boca aqui... você vai implorar para me comer.

Levantei-me furioso, fui ate ela e subi seu decote, puxando pelo braço em seguida.

–Suma daqui. E já te aviso Lauren... eu não estou pra brincadeiras. Tente
atrapalhar minha vida com Bella e irei me esquecer que sou um cavalheiro.

Abri a porta e fiz um gesto com a cabeça.

–Sai.

Passou por mim feito um raio, os saltos batendo furiosamente no chão. Ainda ouvi
a voz de Jéssica dirigindo-se a ela.

–Não vai marcar a próxima sessão Lauren?

–Vá se fuder Jéssica. Você e essa aleijada.

Sai da sala disposto a fazê-la engolir aquelas palavras, mas Bella me impediu
esticando uma das muletas à minha frente.

–Não vale a pena.

–Você ouviu o que ela disse Bella? Ela chamou você de aleijada.

Ela simplesmente remexeu os ombros.

–Ja estou acostumada com isso.

–Mas não pode... meu Deus do céu... não pode.

–Eu concordo com você Edward. Não sei como Bella aceita isso assim, sem falar
umas boas verdades.

–Jéssica por favor...

–Tudo bem Bella. Desculpe.

Resolvi não estender o assunto também. Não queria brigar com Bella de forma
alguma. Mas um dia eu ainda iria retomar esse assunto. Onde já se viu aceitar ser tratada
dessa forma? Ignorando minha raiva eu abracei Bella pela cintura, beijando sua boca.

–Ja podemos ir. Alias você tem alguma coisa pra fazer mais tarde?

–Não, por que?

–Marquei com duas pessoas e obviamente quero você junto.

–Quem?

–Um engenheiro e um arquiteto... que ficarão encarregados de nos ajudar a fazer
uma planta perfeita para nossa casa.

Bella mordeu os lábios, uma expressão alegre em seu rosto. Consegui captar a
felicidade em seus olhos.

–Ai... mal posso esperar o casamento de vocês. Será lindo.

Jéssica ficou meio triste quando soube do noivado, mas entendeu que aquilo
era uma reunião de família. Alem disso eu garanti que iríamos comemorar com os
amigos. Era bom saber que no meio de um jardim de cobras, Bella ainda tinha amigos
verdadeiros, como Jéssica e Jacob. Por isso mesmo achava que Bella deveria contar a
ela o que o maldito primo Mike fez a ela. Entretanto era um assunto muito pessoal e eu
não queria ser invasivo.

–E será Jéssica.

Dei mais um beijo em Bella antes de ir a minha sala arrumar minhas coisas e
fechar tudo.

–Vamos? Você também Jéssica.

Eu evitava ao máximo deixar Jéssica sair sozinha do consultório. Sempre poderia
haver alguém a espreita querendo fazer algo de ruim. Saímos e nos despedimos ali.
Jéssica foi em seu carro e Bella e eu no volvo.

–Quer dirigir Edward?

–Estou cansado. Seja minha escrava hoje e dirija você.

–Com todo prazer.

Eu ainda ficava todo babão olhando para minha noiva. Agora estava com os
cabelos amarrados deixando seu rosto espetacular mais visível. Estava amando demais
essa mulher e não conseguia me enxergar um minuto sem ela.

–Quero me casar depressa.

Falei de repente e sem pensar assustando Bella.

–Mas... você disse que queria ter nossa casa já pronta e...

–Eu sei. E por isso já vou dizendo que farei esses homens trabalharem de sol a
sol. Eu não vou aguentar Bella... juro que não.

Ela me olhou rapidamente e voltou sua atenção para a estrada.

–Está querendo dizer... de forma... sexual?

–Também, mas não só isso. Eu quero dormir e acordar com você Bella. Está
sendo uma tortura ter que me separar de você todas as noites. Se já estivéssemos
casados eu poderia simplesmente me abraçar a você e dormir.

–Eu também me sinto assim Edward. É ruim ficar sem você e não vejo a hora de
estarmos definitivamente juntos.

–Hei... hei... pare ali no acostamento.

Ela obedeceu e me olhou interrogativa.

–Está dizendo que também não aguenta mais ficar sem mim?

–E isso é novidade?

Inclinei meu corpo e busquei sua boca, segurando-a pela nuca. Qualquer distância
mínima entre nós dois deixava um vazio tão grande dentro de mim que as vezes me
deixava sem rumo. Sinceramente as vezes eu me perguntava se isso era normal.

–É novidade...

Falei entre beijos.

–E isso só me incentiva a acelerar as coisas.

Ela apenas balançou a cabeça após eu me afastar e deu a partida novamente. Em
parte era brincadeira minha, embora eu quisesse mesmo fazer isso. Mas Bella ainda iria
se formar e logo após encontrar seu espaço no mercado de trabalho. Eu preferia ser rico,
milionário, sem precisar sair para trabalhar. Apenas ficar em casa curtindo minha futura
esposa. Mas dizem que nem só de amor vive o homem, então eu iria acreditar... apenas
como forma de me consolar por não ter o que eu queria e da forma como eu queria.

–Edward, posso te fazer uma pergunta?

Eu já sabia o que seria. Bella era um livro aberto.

–Ela queria apenas se insinuar pra mim Bella.

–O que ela fez?

–Ela disse que sofre de compulsão sexual.

Bella arregalou os olhos e me olhou rapidamente. As bochechas estavam
vermelhas e eu tenho certeza que era de raiva.

–E quem não sabe disso? Não é a toa que Jéssica a chamava de vadia. Sabe... eu
sempre pensei que ela fosse minha amiga.

–Talvez fosse.

–Antes de eu arrumar um namorado lindo e gostoso.

Não pude evitar sorrir largamente.

–Na boa Edward... ela nunca foi minha amiga. Agora vejo isso. Bom... mas e ai? O
que você disse?

Contei a ela e depois comecei a falar lentamente, olhando para ela de soslaio.

–E então ela...

Merda.... como eu iria dizer isso? Que mulher gostaria de saber que outra ficou
seminua a frente do seu namorado? Por outro lado eu jamais poderia esconder algo dela.

–Ela o que?

–Ela... ela... baixou a blusa e...

–ELA O QUE?

Bella gritou freando bruscamente.

–Calma amor...

–Como assim? Ela … ela mostrou os seios pra você Edward?

–Exatamente.

Contei em detalhes o que houve, preocupado com Bella que tremia violentamente.

–Bella eu juro que...

Ela deitou a cabeça no encosto do banco e fechou os olhos. Quase morri de
desespero ao ver lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

–Amor... por favor... isso não.

Segurei seu rosto e passei meus dedos perto dos seus olhos.

–Eu não esperava por isso Bella, eu juro.

–Você... você sentiu alguma coisa?

–Senti... uma vontade imensa de dar uns bons tapas nela, mas não bato em
mulher. Olhe pra mim, por favor.

Ela abriu lentamente os olhos. Vi uma tristeza tão grande que me doeu também.

–A única mulher que desperta desejo em mim é você. Não sabe como está sendo
difícil me segurar, mas eu respeito você. E tenho respeito por mim também. Eu já lhe
disse uma vez e vou dizer novamente: eu jamais magoaria você. Eu te amo tanto que a
simples ideia de tocar outro corpo que não seja o seu me causa náuseas.

–Jura?

–Eu gostaria muito de te provar isso. Mas eu jurei que entre nós seria tudo da
forma tradicional. Então eu juro que tudo o que lhe digo agora está vindo daqui.

Levei sua mão até o lado esquerdo do meu peito.

–Eu amo você Bella.

–Eu também.

Ela tomou a iniciativa de me beijar. E o fez de forma tão intensa e apaixonada que
mais uma vez me crucifiquei por ser tão... antiquado.

**************

Com os olhos fechados eu roçava meu nariz nos cabelos sedosos e cheirosos de
Bella. Depois desci minha boca pelo seu pescoço, beijando e mordiscando levemente.
Estávamos em minha cama, aconchegados, com um cobertor parcialmente em volta do
nosso corpo. Estava um pouco frio e mesmo abraçados ainda sentíamos um ventinho
gélido. Além disso uma chuva fina começava a cair.

–Você bem que poderia dormir aqui.

–Sabe que não posso Edward. Amanhã acordo cedo pra faculdade.

–Eu também acordo cedo, esqueceu?

–Mas eu não tenho roupas aqui, então desista.

Voltei a roçar minha boca e meu nariz em seu pescoço sentindo seu corpo
estremecer.

–Mas seria muito bom dormir abraçado com você a noite toda.

–Isso é verdade.

Procurei seus lábios e mordi levemente antes de beijá-los. Bella suspirou em
minha boca percorrendo-a com sua língua. Seus dedos acariciavam meus cabelos num
carinho gostoso que me arrepiava por inteiro. Minha mão atrevida se enfiou por baixo de
sua blusa, sentindo a maciez da pele quente. Bella me puxou mais de encontro ao seu
corpo e dessa forma seria impossível disfarçar o estado em que me encontrava.

–Amor... vamos parar ou vou ficar maluco.

–Oh... desculpe.

–Não é sua culpa. Eu que sou um... argh...deixa pra la. Mas me diga uma coisa. O
que achou das ideias dos caras?

–Eu estou aflita pra ver essa planta. Todas as ideias deles... nossa vai ficar
demais.

–Ja imagino nossos filhos correndo por aquele jardim enorme que eles sugeriram.

Senti quando o corpo de Bella ficou tenso e ela afrouxou o abraço em volta de

–Edward... eu...

Eu a interrompi.

– Não iremos pensar nisso agora sim? É só um desejo que tenho. E como eu já lhe
disse: a gente pode adotar um. Mas sua deficiência não impede você de ter filhos, Bella.
A não ser que você tenha algum problema que desconheça. Mas esqueça isso. Vamos
falar de outra coisa.

Ela sorriu e mordeu meu nariz. Seria bom mudar de assunto porque desde que nos
encontramos com o engenheiro e o arquiteto na noite anterior eu não parava de pensar
em uma miniatura de Bella, seja garota ou garoto. Entretanto Bella ficava apreensiva
quando eu falava sobre filhos. Melhor mesmo falar de outras coisas.

–Amanhã irei te buscar após a aula. Tudo bem?

–Mas e seu trabalho?

–Pedi a Jéssica que não marcasse nada para a parte da tarde. Eu quero fazer uma
coisa com você amanhã.

–Se você disse uma coisa já vi que não adianta perguntar o que é.

–Exatamente. Agora vem aqui e me abraça. Está quase na hora de levá-la embora
e já estou entrando em desespero.

Ela voltou a se apertar em meus braços e nos beijamos por um tempo incalculável.
Minha vontade era fazê-la se esquecer do mundo, assim como eu me esquecia quando
estava com ela.

Passava das onze da noite quando a deixei em casa. Quer dizer... quando
estacionei na porta de sua casa. Porque pra conseguir me afastar dela eu ainda demorei
uns bons quarenta minutos. Não ia ficar me recriminando. Eu estava mais do que certo...
precisava me casar com ela o mais rápido possível. Só de imaginar que numa noite
chuvosa e fria como essa eu poderia estar ao seu lado na nossa cama...

Acabei dormindo com esses pensamentos. E acordei como sempre bem disposto.
Era sempre assim, e talvez o motivo maior fosse o de sempre, aquela que guiava todos
os meus pensamentos e sonhos. Bella.

****

Consultei mais uma vez o relógio estranhando o fato de Bella ainda não ter saído.
Se bem que Jéssica também não tinha aparecido ainda. Estava meio faminto afinal a
manhã foi cheia. Sem Jéssica la eu ficava meio perdido, afinal ela se encarregava ate
do meu lanche. E falando nela... Apareceu sorridente descendo as escadas e parando a
minha frente.

–Olá. Como foi a manhã?

–Estressante como sempre. Quisera eu que você trabalhasse tempo integral.

–Quem sabe depois que eu me formar não é?

–É... quem sabe. Onde está Bella?

–Foi ao banheiro primeiro. Agora é assim. Quando sabe que você vem buscá-la
tem que se enfeitar todas.

Bufei e balancei a cabeça.

–Como se precisasse disso.

–Bom já vou indo. Queria passar numa livraria antes de ir para Forks.

–Tudo bem. Até mais.

Quando Jéssica estava prestes a sair eu me virei para falar com ela. Tinha me
lembrado de confirmar nossa pequena comemoração com amigos no pub para hoje a
noite. Pedi que avisasse ao Jacob pois eu não o encontrei.

–Pode deixar que aviso sim.

Ela deu a partida e eu me virei novamente para esperar por Bella e então eu a vi.
Estava bem perto das escadas que ficavam ao lado da rampa por onde ela saía. Parecia
falar com alguém. De onde eu estava não conseguia ver quem era. Senti meu coração
disparar quando percebi o que Bella estava fazendo. Ela deu um passo para trás ficando
bem na beirada do primeiro degrau. Comecei a correr mas antes que eu conseguisse

gritar eu a vi colocar uma das muletas para trás... mas não conseguiu firmá-la.

–NÃO...

Eu gritei quando vi seu corpo se desequilibrar e rolar pela escada.

–NÃO... BELLA...

Gritei desesperado j e corri mais rápido. Já perto dela, ajoelhado ao seu lado
percebi que ela não se movia. Quando levei minha mão até ela eu ouvi gritos.

–Não toque nela! Pode ser perigoso. Chamem a ambulância.

Alguns alunos se aproximaram correndo e pelo jeito que falavam deveriam ser
estudantes de medicina. Eu estava atordoado olhando para o corpo imóvel de Bella no
chão, a garganta seca, coração disparado... e minha camisa já molhada. Passei a mão
pelo rosto, secando minhas lágrimas. Uma de suas muletas ficou um pouco amassada e
eu tentava ver sua perna já que usava o aparelho e poderia ter se machucado com ele,
pra dizer o mínimo.

–Bella... amor...fale comigo. Abra os olhos. Não faça isso, por favor...

–Saiam do caminho, por favor.

Olhei para o lado e vi a ambulância do campus estacionada. Eu não conseguia
me mover .Estava anestesiado. Mas por dentro algo gritava, ameaçando se romper a
qualquer instante. Minha Bella...ali...caída... os olhos fechados pra mim.

–Por favor Deus... não permita que nada aconteça a ela.

Eu me levantei assim que a colocaram na maca e nem sei por que olhei para o
local de onde ela caiu. Vi apenas um cabelo loiro emplastado se afastando. Eu já sabia
quem esteve falando com Bella. E se algo de ruim acontecesse a ela... Mike seria meu
alvo.
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