terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

FANFIC Sol e Chuva - Capítulo 27








Capítulo 27



Coloquei meu biquíni florido, dei uma olhada no espelho. Droga, esse é menor que o preto! Decididamente teria que comprar biquínis novos. Coloquei um shorts azul de nylon e uma camiseta preta. Ainda estava remoendo a última conversa com Jake, calcei meu tênis, única peça que sobreviveu inteira à tarde de ontem. À tarde de ontem que não saiu da minha cabeça a noite toda. Que me fez queimar o jantar de John. Que me fez ter que tomar mais de três banhos frios, antes de desmaiar na cama. E Jacob não havia me ligado nenhuma vez.

Desci as escadas de dois em dois degraus e me sentei á mesa, na frente de John. Ele havia chegado a pouco de sua manhã de pesca e comia a comida do almoço requentada. Eu estava adiantada então decidi fazer companhia ao meu pai. Me debrucei sobre os braços.

- Que foi filha? Você parece um pouco triste. – John perguntou.

Sim, eu e Jacob fizemos amor ontem à tarde e depois nós brigamos. Não, isso seria informação demais para dar ao meu pai. – Pai eu adoro os garotos, mas às vezes sinto falta de uma amiga. – falei. Jacob tinha razão, eu sinto muita falta de ter com quem conversar. E muita, muita falta da minha mãe.

Meu pai me olhou por um instante, e quase que eu consegui ver a lampadazinha acendendo em sua cabeça. Ele teve uma idéia. – Isso eu acho que posso resolver. – ele disse sorrindo.

- Como? – perguntei curiosa.

-Deixa isso comigo. –ele disse colocando sua mão em cima da minha. – Vai se divertir um pouco, você já trabalha demais. – John se levantou para colocar o prato vazio na pia.

- Estou indo, então. – dei um beijo em seu rosto, fiz um carinho em Lobo e sai.

Corri rapidamente pelo caminho até o estacionamento. David estava no mesmo lugar que o dia anterior, e sorriu quando me viu.

- Achei que iria me dar o cano! – ele falou

- E perder minha aula de surf gratuita? Nunca.

Ele riu. – Ok, mas dessa vez vamos ficar em First Beach. Vai que seus amiguinhos apareçam novamente e eu acabe me perdendo na trilha outra vez.

- Você se perdeu na trilha? – perguntei já gargalhando.

- Er... sim. – ele disse sem jeito passando os dedos pelos cabelos. – Não era pra você ficar sabendo, falei sem querer.

- Eu não acredito nisso. – eu disse tentando controlar o riso.

- Tá, chega de rir da minha cara. Segura isso. – ele disse me alcançando a prancha.

Caminhamos pelo curto caminho até a praia, comigo ainda rindo da falta de senso de direção do meu novo amigo. – David, será que poderíamos ir direto para a aula dentro d’água?

- Teve problemas ontem? – ele perguntou.

- É! Digamos que alguns! Mas nada demais!

- Podemos tentar na água, mas só se você vestir uma roupa de surf. Aqui a água é muito fria, e eu não quero que você tenha uma hipotermia, ainda mais com aqueles seus seguranças.

- Tudo bem, fazer o que! – como eu explicaria que a água fria não me afetava? Melhor deixar quieto.

Chegamos à areia, e eu dei uma olhada ao redor largando a minha mochila no chão. Logo eu vi a figura alta de um dos garotos, era Paul. Ele estava acompanhado de duas garotas que riam e davam gritinhos histéricos. Revirei os olhos. Que ótimo! Pensei irônica. Paul sorriu quando me viu, chamando a atenção de David.

- Tudo certo? – ele perguntou cauteloso, olhando para Paul.

- Sim, vamos lá? – falei pegando a roupa de borracha. Ok, e agora, vou ter que tirar a roupa, pra poder colocar essa. Olhei para Paul que agora me observava curioso. Respirei fundo e comecei a tirar minha roupa para poder colocar a outra de borracha. Fiquei só vestindo aquele minúsculo biquíni, sentindo que estava sendo observada, mas me concentrei em vestir a roupa o mais rápido possível. Me virei para que David pudesse fechar o zíper, evitando olhar para Paul. Tinha certeza que tudo que eu fizesse ele iria passar adiante.

- Pronta? – David perguntou e eu assenti.

Pegamos nossas pranchas e entramos na água. No começo, sentei na prancha e o observei surfar durante algum tempo, vendo ele pegar algumas ondas. – Posso tentar? – perguntei depois que ele voltou da última onda.

- Vá em frente. Só não se preocupa se não conseguir no inicio. – David disse. Me preparei deitando na prancha. – A próxima onda é das boas! – ele falou.

Comecei a remar com força até a onda me empurrar sozinha. Coloquei um pé primeiro e rapidamente o outro e me levantei. Logo estava surfando. Ainda sem coragem de fazer manobras, só deixei a onda me carregar até perder as forças e me deixar cair, mergulhei na água fria.

David vinha atrás em outra onda. – Então, fui bem? – perguntei. Fiquei meio receosa de que deveria ou não ter disfarçado a minha habilidade.

- Você está brincando que não sabia surfar, não é? – ele perguntou admirado. – Você foi maravilhosa! – disse parando ao meu lado.

- Ela é maravilhosa! – a voz rouca do Jacob nos chamou atenção. Me virei surpresa e não pude deixar de sorrir quando o vi entrando no mar se aproximando de onde estávamos.

- Oi! – o cumprimentei. Jacob se aproximou mais me pegando forte pela cintura. – Jake? – eu estava assustada, afinal nós estávamos em público. Sua boca tocou a minha, fazendo minhas pernas amolecerem na mesma hora. Jacob me segurou mais forte e em questão de segundos, ele já estava por todo meu corpo: sua língua acariciando a minha. Seus lábios devorando os meus. Precisei angariar todas as minhas forças para terminar com aquele beijo, que já me distorcia a razão.

- Oi! – ele respondeu sem fôlego.

- Tá doido, Jake? – perguntei depois que recuperei o fôlego. Olhei em volta, só pra constatar que muita gente nos observava. – O que deu em você?

- Só estou cumprimentando minha namorada. - ele respondeu frisando o “minha namorada”. Meu batimento cardíaco que já estava alto, ficou absurdamente rápido. Jacob me virou de lado nos deixando de frente para David que assistia a toda cena. – Prazer, sou Jacob Black. Namorado da . – O.O Jacob estendeu a mão para David que se atrapalhou todo para retribuir o cumprimento, já que estava segurando as duas pranchas, a dele e a minha que eu havia soltado durante o beijo.

- Prazer, David Connely! – David cumprimentou. – Amigo da .

Eles ainda ficaram se medindo por algum tempo antes de David desviar os olhos pra mim. Mas antes que ele pudesse abrir a boca, foi Jacob que falou. – Já terminou sua aula? – ele me perguntou.

Eu estava extasiada, tudo que eu queria era que Jacob me amasse o suficiente para lutar por mim. Então claro que eu queria terminar aquela aula logo e ficar com Jacob, mas claro que eu também era teimosa o suficiente para deixá-lo esperando mais um pouquinho. – Ainda não. Só mais umas duas ondas e eu termino.

- Então eu te espero. – Jake disse me dando mais um selinho e se dirigindo até a areia.

- Eu achei que você tinha dito que não tinha namorado. – David me disse enquanto esperávamos por uma boa onda, sentados em nossas pranchas.

- É, isso também foi uma surpresa pra mim. – respondi.

Peguei mais duas ondas antes que meu coração não agüentasse mais ficar longe de Jacob. Eu era cabeça-dura, mas não tanto.

- Então, quando podemos marcar a próxima aula? Eu posso te ensinar alguns movimentos. – David disse meio emburrado. Dei uma olhada pra Jacob que estava a poucos metros deitado na areia, com os braços cruzados embaixo da cabeça. Caminhei até onde ele estava cravando a prancha na areia ao seu lado . Jacob se sentou com as pernas dobradas.

- Dia de semana pra mim é mais difícil. Mas podemos ver algum dia depois que eu sair da loja. Que você acha? – perguntei enquanto me virava para que Jake descesse o zíper da roupa de borracha. Não pude evitar de estremecer quando sua mão quente, propositalmente roçou na pele da minhas costas, fazendo uma linha até o final da coluna.

- Então você me liga? – David perguntou esperançoso. Jacob continuava de pé um pouco atrás de mim.

Pisquei algumas vezes tentando sintonizar os meus pensamentos novamente. - Sim! – respondi chutando a resposta, já que eu nem me lembrava mais direito da pergunta. Terminei de tirar a roupa, ficando somente de biquíni e a entreguei a David. Nos despedimos e eu tive a certeza que dificilmente nos veríamos de novo.

- Vamos? – Jacob sussurrou no meu ouvido, colocando as duas mãos nos meus ombros, fazendo os pêlos da minha nuca arrepiarem.

- Vamos, nós temos muita coisa que conversar!- respondi. Jacob apanhou minha mochila no chão e tirou meu shorts e minha camiseta de dentro me alcançando. Vesti rapidamente e começamos a andar pelo caminho que levava até minha casa. Jacob pegou minha mão entrelaçando nossos dedos. – Então isso tudo quer dizer que você mudou de idéia? – perguntei algum tempo depois, quando já estávamos no quintal de casa.

- Eu fui um idiota . Me desculpe? Eu tenho essa mania de falar merda quando estou de cabeça quente!

- Jake, eu não consigo ficar brava com você, por mais idiota que você seja. – disse rindo, passando os meus braços com dificuldade ao redor do seu pescoço. Ficando na ponta dos pés. Jacob me levantou e eu não senti, mais o chão aos meus pés.

Ele encostou seus lábios nos meus suavemente. – Então? – perguntou, seu hálito batendo no meu rosto.

- Então o que? - perguntei de volta lhe dando um selinho e me afastando para ver melhor o seu rosto.

Jacob me soltou no chão devagar – Quero fazer isso direito. – Ele soltou uma das mãos das minhas e passou pelos cabelos. - Raindrop, você aceita namorar comigo? – perguntou com seus olhos brilhando com a pouca luz que vinha da varanda.Um sorriso animado nos lábios.

Mas eu ainda tinha muitas duvidas sobre os sentimentos de Jacob. Na minha cabeça começou o conflito. Eu preciso saber se ele já a esqueceu. Eu preciso saber se eu não sou o prêmio de consolação...- sério ? Você precisa mesmo saber? Covarde, covarde! Pra que saber da resposta que você já sabe? É tão importante assim, o primeiro lugar, o pódio. Ele seria seu, sua idiota! Não deixe a oportunidade passar. Mas é tanto pra perder. Não se perde o que não se tem. Vai devagar! – o sorriso de Jacob morreu e a impaciência tomou o lugar no rosto dele.

- Sim!- eu disse de olhos fechados. Quando os abri ele parecia surpreso, mas logo abriu um sorriso de sol.

- Nossa, por um instante eu achei que você iria dizer não! – ele disse soltando um riso nervoso.

- Você é o que eu mais quero na vida! - Não precisei falar mais nada, ele já estava me beijando novamente. Mas eu tinha que parar, antes que meu pai nos visse. Me afastei um pouco tentando recuperar o fôlego. – Mas Jake, e o Embry?

- Eu já falei com ele. – Jacob disse sério. – Ele disse que já sabia que isso podia acontecer. Mas é melhor você falar com ele também. – engoli em seco. Isso seria muito difícil, mas era algo que eu tinha que fazer. Assenti.

- Você não quer entrar? – perguntei a ele. Jacob se olhou por um instante, virando a cabeça de lado.

- Eu quero falar com o seu pai, mas não cheio de areia desse jeito. – ele sorriu mais um pouco. - Mas , tem outra coisa que eu queria te perguntar. Você não quer ir a uma festa comigo hoje a noite?

- Festa? - perguntei com as sobrancelhas unidas. – Jake eu tenho ronda hoje.

- A gente volta cedo.

- Onde é a festa?

- É a festa de formatura da Bella, na cripta dos Cullens.

Me soltei dele, dando um passo pra trás. – Ah não, Jake! Nem pensar! E garanto que esse convite não se estende a mim.

- Por favor, ! O Embry e o Quil também vão!

- Desculpa Jake, mas eu não vou mesmo. – disse sacudindo a cabeça em negativa. – Mas você pode ir se quiser.- Ele me encarou por um instante fazendo bico. – Pode ir mesmo, Jake. Eu confio em você. – disse me aconchegando em seus braços novamente. Não precisei me aproximei muito para já sentir o beijo dele, forte, intenso, como ele mesmo era, me permiti gemer em sua boca algumas vezes o sentindo me apertar pela cintura esfregando seu tórax nos meu peito. Cada toque, cada suspiro me faziam sentir a alegria que emanava dele. Jake parecia uma criança descobrindo seu mais novo brinquedo, a urgência dos beijos revezava-se com a delicadeza das caricias e mais uma vez me senti adorada, venerada em seus braços isso me emocionava e excitava coloquei minhas mãos em sua nuca, vez ou outra passando meus dedos por seus cabelos, enquanto ele me apertava forte contra seu corpo. Eu sentia seu cheiro, ouvia sua respiração e seu coração acelerado. – Mas volte logo! – minha voz saiu sem fôlego.

- Tem mais uma coisa. – Jacob enfiou a mão no bolso de trás da bermuda tirando um saquinho de tecido colorido. – Queria te dar um presente! – estendi a mão e ele virou o saquinho, deixando cair uma pequena corrente de prata. Virei a pulseira na mão vendo com detalhes o pequeno pingente que pendia dele. Um pequeno lobo, perfeitamente talhado em madeira vermelha. – Fui eu que fiz. – disse orgulhoso (N/A Jura que eu iria deixar ele dar o presente pra Bella, né?)


- É lindo! – foi a única coisa que consegui dizer. Jacob esticou meu braço, prendendo a corrente no meu pulso.

- Assim, eu sempre vou estar perto de você. – ele disse me dando um último beijo antes de ir.

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