quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

FANFIC MAX WOLF - Capítulo 2


Capítulo 2



Corri ainda mais rápido quando estava perto de casa. Para abrigar uma alcateia de lobisomens, nossa casa precisava ser muito grande; e era muito grande. Eu morei lá desde a morte dos meus pais, antes de eu nascer - na verdade, fui retirado do útero da minha mãe morta, pois, quando Caius os matou, ele não teve tempo de concluir o serviço comigo, e eu sobrei.

Eu queria subir logo pulando do chão para a janela do segundo andar (apesar de que eu poderia chegar ao terceiro em um salto grande) e ir para o quarto de Jensen, mas eu senti seu cheio (de lobisomem, lógico, e um misto de areia molhada com leite) próximo a sala de jantar. Mas, havia também o jantar - um veado ainda vivo, percebi pelo som do arfar e pulsação. Mas só Jensen estava lá.

- Preciso falar com você agora! - eu disse a Jensen, enquanto ele mordia o pescoço do veado e o segurava, sem força.

- O que aconteceu, Max? - perguntou Jensen, com a boca suja de sangue.

Jensen era alto, tinha pele clara, cabelos ruivos e curtos, olhos azuis, era musculoso, como todos os lobisomens eram.

- Pode falar! - disse ele, enquanto o animal morria em cima da mesa de jantar.

- Hoje aconteceu uma coisa muito estranha comigo...

- O quê? Você não farejou nenhuma garota com feromônios em excesso de novo, não foi?

- Não, e obrigado por lembrar da minha adolescência traumática. - eu tinha 13 anos quando isso aconteceu, e foi humilhante. - É outra coisa, parecida....

- Fale. - ele agora lambia os lábios. O cheiro de sangue pairava no cômodo e me deixava com fome, muita fome.

- Eu farejei um garoto...

- Ah, sabia que você era gay. - brincou ele, me interrompendo.

- Cale a boca, idiota, me deixe terminar. - Nós sempre nos tratávamos assim, era uma forma de amor, acredite. - Ele não exalava feromônios... Mas tinha algo no odor dele que me atraia. E eu pensei ter sentido alguma coisa semelhante a amizade. Mas o que era eu não sei.

- Sentiu vontade de mordê-lo no começo?

- Sim, como sabe?

- É que já aconteceu comigo. - disse Jensen. - É comum, e muito sério. - Ele pegou o jantar em um braço e fez um movimento para que eu o seguisse. 

Rumamos para fora de casa. 

- E o que foi que aconteceu comigo hoje? - perguntei. 

- É algo muito ligado ao instinto lupino que está em nós. Tem a ver com a alcateia, na verdade. 

- Como assim? 

- "O lobo é a força da alcateia e a alcatéia é a força do lobo", O Livro da Selva, de Rudyard Kipling. Basicamente, o garoto é propício a ser um forte lobisomem, e seu instinto queria faze-lo juntar-se à nossa alcateia, para deixá-la mais forte. 

Nossa, essa me surpreendeu. E eu entendi bem para captar a ideia da parte séria. 

- Mas você conteve bem seus instintos. Não é bom transformar lobisomens assim, do nada. Ainda mais nesse tempos em que somos caçados pelos vampiros. Além disso, ele poderia não querer uma vida assim, e transformando-o, você teria destruído a vida dele... 

- Sei, sei... Família, amores, amigos, tudo seria perdido pela fome... Já conheço o sermão. - eu disse, tranquilamente. - Obrigado pela informação. 

- Disponha. - disse Jensen, sorrindo e expondo seus caninos animalescos, também típico dos lobisomens. - Foi assim com o Arthur. Foi por causa disso que eu o transformei. Mas tudo foi aprovado por ele, é uma longa história...

- Eu quero ouvir... - pedi. 

- Pergunte à ele depois. Agora vamos jantar. 

- Pensei que essa era a "semana sem sangue". - perguntei. Ele dissera que nessa semana não caçaríamos por temos brigado na escola, outra coisa típica entre os lobisomens, mas estava mais ligado ao fato de sermos machos. Peter e Joshua foram ter com um menino que xingara Kevin.

- Bem, eles iriam caçar escondido de qualquer jeito. - disse Jensen e depois uivou alto.

Na forma humana, ainda podíamos uivar bem o bastante para sermos entendidos por outros lobisomens, estivessem humanos ou licantropos.

Pegar uma comida pronta reprimia nossos instintos de caça, mas reduzia os riscos de sermos pegos. Não morávamos tão isolados do resto da cidade para ignorar as chances de sermos vistos, por isso, uma vez na semana, alguém saia para caçar.

Todos os outros 7 lobisomens vieram correndo, farejando o jantar. Todos estavam na forma humana. 

- Hummm, veado macho adulto ! Dá para o gasto... - disse Peter, meu irmão de criação.

Peter era 8 anos mais velho que eu, mas era quem mais se aproximava da minha idade e quem mais me ajudou na minha infância. Ele era alto, tinha pele clara, cabelos loiro-esbranquiçado, olhos castanhos. Ele fora mordido quando era uma criança, mas só veio a se tornar lobisomem mesmo quando completou 20 anos, ao fim da puberdade dele.

- Depende da fome que você está sentindo. Eu comeria um búfalo sozinho! - brincou Kevin, um dos meus "primos".

Kevin era mais alto que Peter, tinha pele clara, cabelos castanhos e ondulados, olhos cor de chocolate. Tinha 73 anos aprisionados em um corpo de 20.

- Eu comeria dois! - disse Joshua, outro "primo".

- Ha, você não aguenta... - disse Marshall, o terceiro "primo"

Um fato curioso sobre meus três "primos" é que eles eram trigêmeos, e mordidos e transformados no mesmo dia. Mas cada um tinha um cheiro diferente, e eu sempre os identificava corretamente.

- Pensei que eles estavam de castigo. - perguntou Axel, um "tio".

Axel era pouco menor que Jensen. Tinha pele morena escura, ombros larguíssimos, cabelos pretos ondulados e médios, olhos castanhos. 98 anos presos em um corpo de 31, no máximo; mordido.

- Axel, é claro que Jensen ia ceder. - alegou Taylor, outro "tio".

Taylor era moreno como Axel, porém mais alto. Tinha olhos verdes e cabelos curtos. 103 anos em um corpo de 43; mordido.

- Eu não sei o que deu com Jensen, mas eu adoraria começar a comer logo. - disse Arthur, um terceiro "tio".


Arthur era alto, tinha pele clara, cabelos ondulados castanhos bem escuros, olhos verdes. 99 anos em um corpo de 24; mordido na infância.


Ali estava minha família, minha alcateia, reunida para jantar. Não era nenhuma família ordinária, e sim bem respeitosa.


Apesar de Jensen ser mais experiente e tudo o mais, eu era o alfa da minha alcatéia. Um legado do meu pai. O alfa é sempre o que tem o DNA mais primitivo, mais lupino. Como eu era o único Nascido, me tornei o alfa, o que não mudava o fato de eu ser o mais novo, o jovem lobo, o filhote.

Todos começaram a devorar o animal morto. O cheiro do sangue me deu muita fome, mas eu tinha que pensar sobre o que fazer a respeito de Dean. Nem sabia se o veria novamente, mas se o visse, teria que tomar alguma medida.


(Medida que seria influenciada pela visita de três pessoas de pele pálida.)



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