Capítulo 32
O meu sangue tinha congelado. O jeito como ela me olhava tremendo fez meu celebro arder e o meu coração se despedaçar... Agarrada a uma simples toalha, suas mãos se enroscavam no tecido nervosamente, e em seus olhos um misto de dor e sofrimento antecipado... Misturado a uma longa expectativa.
As palavras morreram em minha boca. Eu não sabia o que dizer...
Bella: Edward... O que aconteceu? - silabou mordendo os lábios nervosa, enquanto me encarava a beira de lágrimas. - por favor, não me diz que foi algo com os nossos filhos... Por favor, diz que não foi. - sua cabeça se chacoalhava em sinal negativo, enquanto uma lágrima deslizava por sua bochecha.
Não respondi. Na verdade, eu era incapaz de ouvi minha própria voz pronunciando aquelas palavras. Apenas abaixei a cabeça, e suspirei. Bella se manteve quieta de inicio, mais vendo minha reação a sua não poderia ter sido diferente.
Explodiu em lágrimas largando até mesmo a toalha no chão, apenas com as mãos cobrindo os olhos. Fui a sua direção, apanhei a toalha e a passei por seu corpo. A abracei, sentindo que eu também chorava.
Ouviu movimento, e vi que Tabatta tinha saído do banheiro. Vestida e com o cabelo molhado, nos olhou tristemente e entendeu o recado que lhe dei com apenas um olhar. Saiu dali a beira de lágrimas, pressentindo que algo ruim tinha acontecido.
Bella tremia descontroladamente, eu sentia seu corpo desfalecendo aos poucos com as lágrimas, e suas mãos se debatendo enquanto me segurava pela cintura com toda a força que seu corpo poderia reunir. Abraçava-me forte... Eu senti suas unhas rasgando minha pele pela intensidade, e o sangue escorrer leve naquele local.
Eu não iria dizer pra ela parar... Eu era incapaz de dizer qualquer coisa naquele momento. Eu só podia segurá-la e tentar não chorar com ela. Algo impossível.
Eu não poderia demonstrar fraqueza. Eu tinha que ser forte pela coisa que eu mais amava no mundo: Bella.
Edward: Bella... - minha voz era fraca, mas a força que eu fazia para fazê-la sair era intensa.
O que eu poderia dizer? Não chora? Não fica triste? Se acalme? Como não chorar quando nosso bebê estava sabe Deus onde com uma maluca e destrambelhada? Como não ficar triste? Como se acalmar?
Era um conjunto de coisas que eu não poderia pedir a ela, ou a qualquer outra mãe que estivesse em seu lugar. O que fazer? Entrar em pânico? Pirar?
Ou tentar segurar a barra como homem e ser forte quando todos mais precisam que eu seja?
Fiquei sem dizer nada por muito tempo, até que ela mesmo passou a mão pelos olhos irritados por lágrimas, e me perguntou soluçando...
Bella: explica-me, pelo amor de Deus o que houve! – acho que foi meio que um milagre. Ou talvez a choradeira tenha sido de momento.
Apesar das lágrimas ainda escorrerem pelo rosto, ela foi em direção a mala e começou a se vestir apressadamente. Mantive-me estático, mais quando vi que ela cambaleada muito fácil me aproximei ficando próximo caso alguma coisa aconteça. Eu estava atrás dela, quando criei coragem pra falar.
Edward: a Barbara enganou a minha mãe. – falei controladamente, tentando parecer natural, tentando esconder de mim mesmo o acesso de raiva que eu sentia que teria a qualquer momento. Ela ainda se mantinha firme enquanto passava uma blusa verde de gola alta pela cabeça. – ela disse que tínhamos pedido para ela ajudar com os gêmeos e... – senti um leve sobressalto quando mencionei os gêmeos, e ela por fim terminou de por a roupa, agora colocando um grande casaco e logo após passando a escova apressadamente pelo cabelo longo – enquanto minha mãe ia comprar um sorvete com um dos bebês... Ela sumiu com o outro.
Como eu suspeitava.
O corpo dela perdeu o equilíbrio, e caiu sobre meus braços que a agarraram no mesmo momento.
Apertou os olhos com força, como se uma dor intensa a dominasse, e voltou a chorar silenciosamente.
Bella: a sua mãe... – eu quase não podia entender. Ela voltou a ficar de pé sozinha, mais tinha apanhado uma de minhas mãos, enquanto olhava fundo nos meus olhos – ela disse qual dos dois...?
Edward: não. – não mencionei a parte em que eu mesmo fiz questão de não perguntar. – pra quê sofrer mais, Bella? – argumentei sem precisar – pra que entrar na angustia de pensar em qual dos dois ela levou de nós? - Ela voltou a cambalear, e desde vez a notei sem força alguma. Estranhei aquele fato. Mesmo com a noticia, aquilo não era normal. Caminhei com ela, e a coloquei sentada na cama. – Bella, o que está acontecendo com você? – questionei preocupado. – quer ir ao médico? Eu sei que não devo te pedir isso... Mais por favor... Por favor... Fica calma, está bem? Já está difícil com você bem, imagine como seria com você mal?
Toquei o rosto dela secando as lágrimas, que teimavam em escorregar, e beijei sua boca sentindo apenas o gosto salgado das lágrimas. Ela suspirou, e também tocou o meu rosto me olhando atentamente.
Bella: Edward para de secar as minhas lágrimas... – dizia em tom de brincadeira – bobinho, você também está chorando!
Edward: sim... – concordei sem medo de ser feliz – mais não estou quase desmaiando nem nada. Estou estraçalhado emocionalmente, não fisicamente. – ela por um minuto continuou com a mão em minha bochecha, mais abaixou o olhar para o chão... Enquanto eu permanecia ajoelhado ao seu lado. – seja sincera comigo... – minha voz foi firme.
Estava acontecendo alguma coisa.
Bella: é claro que você não está quase desmaiando... – seus olhos miraram o meu diretamente, brilhando muito pelas lágrimas, porém transbordando um sentimento estranho... Beirava o amor... Mas ao mesmo tempo estava próximo da culpa... – Edward, eu acho que estou grávida.
Ok.
Demorei segundos para reunir todas as palavras que ela me dissera em uma única frase. Pisquei inúmeras vezes buscando não desviar o olhar do dela. Porque sempre acontece em circunstâncias estranhas e trágicas? Seria algum sinal divino ou coisa parecida?
Edward: Eu... É...
Bella: tá, eu sei que não é uma boa hora... Mais não foi minha culpa, eu juro! – ela se exaltara, chacoalhando as mãos freneticamente.
Edward: é claro que não foi sua culpa... – sorri – Bella, isso é ótimo! Apesar de não ser uma boa hora... Mais é ótimo. Não se sinta culpada, porque se for assim, a culpa é tanto minha quanto sua. – ela sorriu também – o que te faz suspeitar que tenha um neném ai dentro? – toquei sua barriga levemente...
Bella: O de sempre. – deu de ombros – enjôo, muito enjôo! Falta de menstruação... Sexo sem precaução. Tudo indica “bebê a bordo”. – apesar de estar mais calma, bom humor era o que ela não tinha. Apenas uma momentânea tranqüilidade.
Edward: bom... Se assim for, vou ficar muito feliz em ter um número quatro pra minha coleção. – beijei sua mão, e ela voltou com o semblante triste. Mencionar o número quatro querendo dizer sobre nossos filhos não fora uma boa idéia.
Bella: Edward, o que vamos fazer? – questionou agora me olhando sem rumo, sem brilho no olhar, sem calma, sem paciência... Apenas com angústia.
Edward: voltar pra casa. – fiquei de pé. – se isso tiver algo a ver com a Kelly, ela vai nos contatar... Ela vai querer ver agente sofrer... Vai querer arrancar dinheiro. Se não... Eu posso ir pra cadeia, mais viva essa Barbara não sai dessa história se ela fizer algo contra o nosso filho. Não se preocupa Bella... – ela também ficou de pé, e me abraçou – eu vou até o inferno, mais eu trago o nosso bebê de volta pra você.
BELLA POV
Eu tinha certeza que Edward iria me dar força.
Embarquei para os Estados Unidos tão ruim como nunca estive. A minha cabeça rodava, meus pés pareciam perder o rumo do chão enquanto em minha boca eu sentia constantemente o gosto amargo de todo o meu almoço (cinco colheradas de canja forçadas por Edward) voltando pelo meu esôfago.
Tabatta estava absurdamente muda ao lado de Edward, sentada na janela. Eu estava do outro lado dele com a mão entrelaçada na sua, enquanto em minha mente coisas terríveis se passavam.
Meu corpo não estava bem. Minha mente e meu coração, piores ainda. Eu tentei mentalizar em algo que não fosse os meus filhos, algo que não fizesse uma pontada firme e segura de algo invisível ultrapassar meu coração.
Tabatta: você vão me contar o que é que está acontecendo? Ou... Eu vou ter que descobrir sozinha? - a voz dela era mais um sussurro. Eu e Edward a olhamos, e no mesmo instante em que seus olhos vieram de encontro aos meus, olhei na direção oposta sem ter a coragem de encará-la e dizer todas aquelas coisas horríveis.
Já era difícil assumir pra mim mesma... O que dirá para mais alguém, mesmo que esse alguém seja a minha filha?
Edward notou que a tarefa iria ser posta em seus ombros e com toda seriedade do mundo, mirou Tabatta e suspirou apanhando também a mão dela entre a sua...
Edward: não é fácil, Tabatta... - sua voz soava calma, mais medrosa. O que ela poderia pensar? Que seria a próxima? - o que tenho pra te dizer vai te deixar com medo... Mas... Eu não quero que se preocupe com isso... Porque... Errar é humano, mais cometer o mesmo erro duas vezes é burrice. Não vamos mais deixar você e o seu irmão ou irmã sem um de nós dois por nem um segundo...
Tabatta: papai... Não se explique por algo que eu ainda não sei o que é, por favor...
Não precisei olhá-la para ver a expressão de seu rosto. Eu podia imaginar seus olhos verdes olhando os do pai, frustrados.
Edward: Tabatta, a nojenta da sua mãe biológica... Ela... Raptou um dos gêmeos.
Antes que Tabatta pudesse assimilar aquelas palavras, elas me atingiram com força, porque pela primeira vez... Edward tinha dito no sentindo real da palavra o que de fato, havia acontecido. Senti meu estomago se contrair, e o liquido nojento da comida voltar a ir em direção a minha boca. Eu ia vomitar. Tapei a boca com as mãos, e me pus de pé num salto, indo em direção ao banheiro, empurrando tudo e todos que estavam a minha frente.
Abri a porta do banheiro e a joguei para trás de modo que se fechasse. Não estranhei em não ouvir o barulho... Me joguei sobre o vaso e botei tudo que estava em meu estomago pra fora. Era a coisa que eu mais odiava fazer... E que me aumentava a certeza de que eu estava grávida.
1 comentários:
nossa, muito triste, coitados, a nojenta da Kelly tem que pagar tudo que ela ta aprontando...
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