terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Sol e Chuva - Capítulo 16






Capítulo 16


Bati a cabeça no volante, como se assim eu pudesse me punir pelo que eu estava fazendo. Eu estava me odiando. Eu queria muito ficar com Embry, mas só poderia fazer isso depois que eu o meu coração não estivesse mais ocupado. Teria que terminar qualquer coisa que eu tivesse começado com Jake, para poder seguir em frente. Para poder ficar com ele como ele merecia.

Um ganido chamou minha atenção – Já entendi, já entendi. – resmunguei abrindo a porta e descendo da caminhonete, tentando o máximo não descontar a minha frustração na porta, caso eu quisesse que ela continuasse no lugar. Levantei a cabeça deixando a chuva molhar meu rosto e atravessei rápido a calçada até chegar à porta do mercado, mas foi só abri-la que o cheiro insuportavelmente doce me queimou o nariz. Hesitei. Sabia que o mais certo era sair dali, mas a curiosidade falou mais alto. Que raios poderia um vampiro estar fazendo dentro de um mercado? Por acaso, eles vendiam sangue congelado ali? Me arrepiei com o pensamento. Entrei devagar olhando para os lados. O espaço não era grande, apenas havia duas caixas e alguns poucos corredores. Peguei um carrinho de compras e comecei a prestar atenção nos poucos clientes que estavam na loja. Quando virei o terceiro corredor quase trombei com outro carrinho.

- Desculpe! – mas então eu percebi os olhos dourados da moça me fitando assustada. Era uma Cullen eu tinha certeza. Logo o vampiro líder se posicionou na frente dela, ainda me olhando com curiosidade. E agora, o que faço? Fiquei alguns segundos a mais estudando a situação, por fim decidi ser simpática. – Olá! – cumprimentei com meu melhor sorriso que podia.

Eles pareceram descongelar aos poucos. Claro que sabiam quem eu era. – Olá! – me respondeu o vampiro loiro. A moça só acenou com a cabeça. Os dois também sorrindo cautelosos.

Desviei o carrinho e tratei de ir comprar o que eu queria. Quando cheguei ao caixa que me dei conta do que estava comprando: um saco de ração para filhotes e algumas latas de ração úmida. Com certeza os Cullens pensariam que eram os ingredientes para o jantar. Ri sozinha do meu pensamento idiota. Entreguei o dinheiro para a caixa e peguei minhas sacolas. Caminhei rápido pra a caminhonete, acomodando as compras na caçamba. A chuva já havia parado.

- Com licença? – uma voz me chamou a atenção bem atrás de mim. Me virei rápido pra o vampiro líder que sorria um pouco mais distante do que uma pessoa normal estaria caso quisesse conversar. – Meu nome é Carlisle Cullen, eu sou o médico da cidade. – ele se apresentou. – Essa é minha esposa Esme Cullen. – ele disse colocando a mão no ombro da moça que estava um pouco atrás

- Sou Raindrop. – me apresentei, mas depois fiquei na duvida se Sam aprovaria aquilo ou não.

- Nós percebemos que você pertence ao grupo do Sam. – ele apontou.

Bom, não é como se eu tivesse dando uma informação preciosa. Afinal isso era evidente.Pensei. – Sim, sou.

Eles sorriram um pouco mais, talvez por eu estar sendo receptiva. Na verdade eu não conseguia vê-los como meus inimigos. Eles não faziam nada de errado, não era mesmo?

- Nós queríamos muito, , que você passasse nossos agradecimentos a Sam, pela ajuda na noite passada

- Ah sim. Pode deixar. – respondi mesmo não tendo certeza se faria ou não.– Nós só estávamos fazendo nosso trabalho. – falei já subindo na caminhonete. – Mas pode deixar que eu passo o recado

- Obrigada . – ele disse e depois sorriu e então os dois se afastaram.

Olhei para o filhote que estava escondido em baixo do banco.

- Não precisa ter medo bebê! Acho! – o filhote deu um latido em resposta. – Jacob vai surtar quando souber disso. – falei manobrando a caminhonete e começando a andar pela rua ainda com o asfalto molhado. Mas então me lembrei que Jacob não iria surtar, simplesmente porque ele agora não fazia mais parte da minha vida. Imediatamente meus olhos se encheram de lágrimas e fiz força para engolir o bolo que se formou na minha garganta.

Meu pai já estava em casa quando cheguei do mercado. Ele, a princípio tinha feito uma cara feia para o filhote, mas agora já dava pedaços de pão para ele, enquanto achava que eu não estava olhando. Eu estava preparando o jantar quando Embry chegou.

- Janta com a gente, Embry?- John perguntou ao vê-lo passar pela porta.

- Claro Sr. Raindrop! – coloquei mais um prato na mesa, me preparando mentalmente para a conversa que teria com Embry.

O tempo todo que ficamos a mesa, eu só acompanhei quieta a conversa dos dois sobre beisebol. Primeiro porque não era um esporte que me chamava atenção, já que no Brasil ele não é um esporte comum, e segundo porque minha cabeça fervilhava com a proximidade da conversa que teria que ter com Embry. De tempos em tempos ele me olhava mais seriamente, talvez estranhando minha quietude.

Peguei o sabão liquido e comece a passar a escova na louça, enquanto meu pai se postava em frente à televisão. – Eu te ajudo com isso. – Embry disse nas minhas costas. - Você lava e eu enxugo. – ele falou pegando o pano de prato nas mãos.

Dei uma espiada para sala confirmando se meu pai estava distraído. – Embry nós temos que conversar. – falei baixo.

- Eu meio que desconfiei disso. – ele disse secando um prato e colocando no armário.

- Sobre hoje mais cedo! – falei ainda fitando o copo em minhas mãos.

. - Só me responde uma coisa, você ainda tem esperanças com o Jake?- ele perguntou agora se virando de frente e me encarando.

- Eu não tenho esperanças nenhuma, mas isso não muda o fato de não ser certo. Eu ainda não posso me envolver com ninguém. – tentei ser o mais sincera possível.

- Não pode ou não quer, ?- perguntou guardando o último prato.

- Tudo o que eu quero é ficar livre desse sentimento de vez. – levantei os olhos para encará-lo.

Ele me puxou para um abraço apertado. – Eu já te falei que sou paciente, não falei?

Passei os braços pela sua cintura quente. - Eu nunca vou te pedir isso, Em. – mas egoísta como eu era, por dentro eu berrava pra que ele não me deixasse e que fizesse de tudo pra que essa dor terminasse de vez.

Nós despedimos de John e fomos em direção a clareira começar a nossa ronda.

- Embry, eu me encontrei com um Cullen hoje. – falei enquanto caminhávamos pela trilha, antes de nos transformar.

Embry parou no mesmo instante e me encarou surpreso – Onde?

- No mercado. Sabe eu não acho que eles sejam perigosos. Eles me pareceram até bem simpáticos. Pelo menos os dois que eu conheci. – Então percebi que só tagarelava. Embry continuava parado me olhando incrédulo. – Que foi?

- Você falou com eles sozinha?

- Sim. Carlisle e Esme Cullen, foram como se apresentaram.

- Eu não acredito nisso!

- O que você queria que eu fizesse, me transformasse em loba no meio do mercado? – perguntei irônica.

- Não. Sair de lá era o mais lógico a fazer. Você não entendeu que eles são nossos inimigos?

- Eu entendi que a gente protege as pessoas. Eu não acho que eles são perigosos, por isso eu não os considero nossos inimigos. – respondi. Embry sacudia a cabeça negativamente. – O que eles fazem de errado?

- Não interessa o que eles fazem e sim o que são. Eles não estão nem vivos. Espero que Sam nunca ouça você falando isso.

Rolei os olhos. Me afastei de Embry e, quando tinha certeza que estava escondida, tirei minhas roupas e coloquei na mochila. Com um salto me transformei. Agora já era fácil deixar o fogo correr pelo meu corpo. Já fazia parte do que eu era. Joguei meu corpo prateado para frente, correndo até a clareira.

Boa noite !

Jared?
perguntei confusa.

Sam fez umas mudanças nas escalas ele explicou.

Entendi tudo na hora, Jake havia pedido para trocar de turno com Jared. Por mais que aquilo tivesse me chateado eu compreendi que seria melhor assim mesmo. Por mais que a saudade no meu peito fosse imensa.




2 comentários:

Leitora nova, estou amando, continua...

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