quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Sol e Chuva - Capítulo 6

Sol E Chuva



Sol E Chuva 2







Capítulo 6




Eu corri o curto caminho da casa de Jacob até a minha. Parando só quando a trilha se abriu para o gramado do meu quintal. Realmente eu estava muito mais rápida. Não via a hora de me transformar e poder testar tudo o que eu podia fazer. Levantei os olhos e avistei Embry sentado nos degraus da varanda. Ele sorria.



- Olá! Esperando alguém? – perguntei já sabendo a resposta.



- Sim. Me disseram que tem uma loba linda que mora. Decidi verificar. – ele disse se aproximando mais. Isso iria ser difícil.





- Acho que te enganaram. A loba que mora aqui é até bem esquisitinha. – falei fazendo charme. Não vou mentir dizendo que Embry não mexia comigo, mas só porque fazia bem pra minha auto-estima alguém me elogiando de vez enquando, mesmo não sendo a pessoa que meu coração pedia.





- Acho que você está muito enganada. – Embry se aproximou mais e colocou as mãos na lateral da minha cintura.



Ok, agora está indo longe demais. Sorri e me desvencilhei dele o mais sutilmente que consegui. – Embry você não tem que descansar? – perguntei dando um passo para trás.



- Não, eu estou bem.



- Tudo bem, mas eu tenho uma coisa muito importante pra fazer agora. – falei e subi os degraus já colocando a mão na maçaneta da porta.



- Coisa muito importante? Não vai precisar de ajuda?- ele perguntou.



- Até que não é uma má idéia ter ajuda de um homem forte. Vem? – puxei ele pela mão e fui entrando em casa. – Olá pai! – cumprimentei meu pai, que estava sentado em uma das poltronas da sala, ao passar por ele rebocando Embry.



-Olá Sr. Raindrop!- Embry o cumprimentou já subindo as escadas atrás de mim. Meu pai só baixou o jornal nos olhando confuso, mas eu sabia que não iria demorar para ele ir atrás de nós.




Abri a porta do meu quarto e me encostei nela para deixar que Embry tivesse uma visão geral do estado lastimável da peça. Havia roupas espalhadas, as malas abertas jogadas pelo chão. – Ainda bem que você se prontificou a me ajudar com essa bagunça, Em! – falei para ele com a voz manhosa.




Embry coçou a nuca e eu tive a certeza que se ele soubesse pra que tinha sido convocado daria uma desculpa para fugir do serviço. O que me fez rir.



Um tempo depois, Embry já estava jogado na minha cama, enquanto eu guardava a última pilha de roupas no armário. Na verdade eu já havia o dispensado do serviço, pois umas três vezes ele pegou uma das minhas calcinhas e ficou olhando pra elas sem saber o que fazer com a peça, me matando de vergonha por ter Embry com uma roupa intima minha nas mãos. Mesmo eu dizendo que as roupas intimas eu guardava. A última gota foi ele pegar meu sutiã preto preferido e colocar na cabeça. Depois dessa, ele perdeu o posto de vez e agora só observava.



- Você reagiu muito bem ao fato de ser uma lobisomem. - ele disse pegando meu violão e dedilhando, coisa que me fez olhar feio pra ele, já que eu morria de ciúmes do Kurt (nome do meu violão ^^).



- Eu sempre fui esquisita, agora tenho uma desculpa plausível. – falei e ele riu. – Sério, eu realmente gostei de saber que tenho tanto do meu pai.



- Mas me conta o que você fazia no Brasil... como era mesmo o nome da cidade?



- Porto Alegre. – respondi me sentando na cama ao lado dele.



- Isso, Porto Alegre.



Quase cai da cama, rindo do jeito que ele falou o nome da cidade, cheguei a ficar com falta de ar. O que me fez ganhar várias travesseiradas de Embry. – Desculpe Em, mas ficou muito bonitinho o jeito que você disse Porto Alegre.





- Bonitinho? Sei! – ele disse fazendo bico.



- Ok, vou responder sua pergunta. Eu fazia coisas normais, ia a aula, a festas, jogava futebol...



-FOOTBALL!



- Não football americano, futebol, Soccer.



- Ah! Interessante. – ele sorriu.



- Tenho um presente pra você. – me levantei e peguei uma caixa dentro do armário e tirei uma camiseta da seleção de dentro e atirei pra ele. (N/A homenagem ao fracasso na copa. =[). Ele vestiu na hora, o que me fez fazer uma careta já que não era essa minha intenção. – Gostou?- perguntei.



- Muito! – ele disse sorrindo. – Mas eu quero ver você jogando!



- Sem problemas, é só marcar. – eu adorava jogar e sabia que não ia fazer feio.




- Já esta tarde. – ele disse olhando para fora, onde a escuridão já estava tomando conta.




- Você já vai? – perguntei.



- Você quer que eu vá? – eu tinha certeza, pelo tom de voz dele, que essa pergunta era ambígua.



- Embry, eu...



- , eu sei que você ama o Jake! Eu sempre soube. Eu também sei que um dia ele pode deixar de ser cego e realmente olhar para esses olhos azuis e ver que garota linda e maravilhosa está deixando para trás. Mas isso também pode não acontecer. - Engoli em seco. Aquilo realmente era verdade. Jacob poderia nunca me amar. Uma lágrima desceu pelo meu olho. – Não chore! – Embry disse secando a lágrima com a mão. – Não falei isso pra te magoar, eu só queria que você soubesse que, enquanto você me quiser, eu estarei por perto.



- Embry, não é certo! Você merece coisa melhor! – E lá estava eu repetindo as palavras de Jacob, que me machucaram tanto.



- Não se preocupe comigo, . Eu sei me cuidar. Mas agora eu tenho que ir. – ele disse se levantando.





Me levantei também e o acompanhei até a porta. Meu pai dormia no sofá. – Então até ,,,



- Amanhã? – ele perguntou.



- Não, Em. Amanhã Jacob vai me levar para fazer tatuagem e terça vou a Port Angeles tentar colocar internet no meu note. Sabe, telefonemas para o Brasil estão muito caros.



- Eu não vou te deixar ir a Port Angeles sozinha. Eu vou com você.



- Em, não precisa. Eu acho que eu tenho a capacidade de achar o caminho fácil.



- Claro que sim, mas vai ser mais fácil se eu estiver junto. – ele sorriu e depois me deu um beijo na testa.



Eu teria que dar um jeito de não trans formar aquilo em um encontro, quem sabe convidando algum dos garotos para ir junto. - Boa noite!



- Boa noite, !





-Pai! – perguntei enquanto jantávamos. – Então foi por isso minha mãe me mandou pra cá daquele jeito?- Ele assentiu somente sacudindo a cabeça, enquanto mastigava- E por isso ela foi embora?



Meu pai soltou o garfo e me olhou seriamente. - Tem pessoas que não conseguem lidar bem com isso. Sua mãe é uma delas. – meu pai disse com tristeza.



- Own, pai! – ergui meu braço para colocar minha mão o seu braço tentando confortá-lo. Ele retribuiu o carinho colocando a sua mão em cima da minha.



- Já faz muito tempo, filha.



Agora eu conseguia entender alguns fatos da minha vida. Como o motivo de minha mãe ter ido embora e me levado com ela. E porque ela sempre tinha uma desculpa para não me deixar voltar.

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