terça-feira, 18 de outubro de 2011

Sol e Chuva - Capítulo 11


Capítulo 11





A tarde estava monótona e o movimento da loja fraco. Não que normalmente tivesse movimento, mas aquela tarde parecia mais maçante. Eu me sentia sufocada. A falta que eu sentia de Jacob me consumia. Parecia que Jake era meu ar e sem ele era impossível respirar. Eu sabia que ele devia estar estudando para as provas finais já que Embry também estava desaparecido por esse motivo. Sam era muito rígido quanto as notas escolares, quem não se saísse bem tinha algumas punições e os meninos odiavam ser afastados do bando para ficarem mais horas estudando. Então eles se mantinham na linha. Eu estava quase surtando. E para piorar ficava remoendo a conversa de Chris de que se um homem quer falar com uma garota, não há nada que o impeça. Isso só me dizia que Jacob NÃO queria falar comigo, já que ele só tinha me ligado por causa da influência de Chris.

Senti meu celular vibrando.

- Alô?

Por favor a Srta Raindrop?

- É ela. – falei desanimada.

Estamos com uma entrega para fazer para a Srta, podemos entregar agora?

- Claro! Meu pai está em casa e eu daqui a alguns minutos estou também. – desliguei o celular e comecei a pular. Minha bebê estava chegando em casa!

- Boas noticias? – Chris perguntou.

- Ótimas! Chris você segura as pontas para mim? Tenho que receber uma encomenda. - perguntei.

-Claro! Vai lá!

Não esperei nem Chris terminar a frase e sai correndo pela porta. Já estava quase no final do estacionamento quando ouvi uma voz conhecida.

- Vejam só quem está matando serviço!

Brequei na hora, tentando controlar a minha reação antes de me virar em direção a Jacob. Coloquei um sorriso normal no rosto, e não um bobo e apaixonado. Rezei para que ele não ouvisse meu coração acelerado. Me virei devagar. Jared e Paul estavam com ele.
- Brasileirinha! – Jared me cumprimentou.


-Brasileirinha não, gaúchinha! – Paul disse “gaúchinha” com bastante sotaque, enrolando a língua. Jacob pareceu não gostar porque olhou de soslaio para ele.

-Hey guys! – respondi.

Jacob se aproximou mais, parando em minha frente entre eu e os garotos. Cruzou os braços no peito e com um sorriso debochado na cara. – Seu pai sabe que você está matando o serviço? – ele perguntou ignorando as boas maneiras.

- Ainda não!- falei imitando sua postura. – Porque, você vai me dedurar?- o provoquei. Nós ignorávamos totalmente a presença dos garotos ao nosso lado.

Ele sorriu de lado quase me fazendo hiperventilar. Quase. Eu não ia dar esse gostinho a ele, o deixar saber o quanto ele me afetava. – Depende. Aonde você vai com toda essa pressa?- Jacob perguntou.

Nesse momento me lembrei que realmente estava com pressa. – Tem alguém me esperando. – falei simplesmente.

- Alguém? – ele perguntou sério de repente.

Eu poderia explicar direitinho o que estava acontecendo, mas o prazer de provocar Jacob era maior. – Com licença garotos, mas eu tenho que ir. – falei me virando.

- Espere! – Jacob me segurou meu braço enviando uma corrente elétrica pelo meu corpo. Não pude evitar que minha respiração acelerasse. Ele me encarava como se pensasse em algo para dizer – Você vai voltar pra loja?

Hein? Algo me dizia que não era isso que ele queria dizer. – Acredito que não. Mas eu tenho que ir. – falei em um fio de voz, mas sem fazer menção de me mexer, e nem Jacob de me soltar.

- Caham! – Paul limpou a garganta, acabando com o nosso momento. - Nós também temos que ir. –falou.

- Só estou indo pra casa. – falei baixinho, ainda sem tirar os olhos de Jake. Mas sabia que os garotos tinham escutado.

Ele sorriu novamente soltando meu braço devagar. – Vou passar por lá depois.

- Que bom, porque eu queria muito te mostrar uma coisa. – falei sem pensar que isso poderia ser interpretado de várias maneiras. Só os “Hmmmm” dos garotos me fizeram perceber isso e corar imediatamente. Senti meu rosto queimando, provavelmente eu estava muito vermelha. Idiotas! Mas claro que eu não iria deixar por isso mesmo. Me virei parando bem a frente de Paul. – Vocês também podem vir se quiserem.

- Você também vai nos mostrar essa coisa, ? – Paul falou debochado.

Em menos de um segundo, antes de mesmo de eu conseguir dar uma resposta, Jacob já tinha me puxado pra trás dele.

- Você não consegue parar de falar besteiras Paul? – Jacob falou com o peito estufado o encarando.

- Que foi Jacob? Tá com ciúmes da ? – Paul revidou.

- Ei! Ei! Ei! – Jared tentou interferir, mas não teve existo.

-Se você presa seus dentes, Paul, mantenha essa boca fechada! – Jacob cuspiu.

Pelo jeito eu teria que me meter, porque o pateta do Jared não estava fazendo nada que preste. E mais um pouco os dois poderiam explodir em lobos – Ei crianças, vamos parar? – me coloquei no meio dos dois. – São só algumas coisas que chegaram do Brasil que eu quero mostrar. Não precisam brigar por causa disso.

- Vai com a , Jake. A gente se encontra na casa da Emily mais tarde. – Embry falou carregando Paul.

- Vem Jake. – tentei puxá-lo pelo braço, mas ele não se movia. – Jake não vale a pena brigar por isso!

Depois de um tempo Jacob se moveu ainda encarando Paul que se afastava. Ele deu mais uns passos para trás, então se virou e começou a caminhar em direção a minha casa.

- Desculpe por isso , é que às vezes o Paul me tira do sério.

- Você não devia brigar por besteiras Jake. – eu disse enquanto caminhávamos lado a lado.

- Não é só isso! É essa coisa que o Paul tem que não pode ver uma garota que... – ele me olhou sério por uns instantes. – Deixa pra lá.

- Quem devia deixar pra lá, era você. – apontei. – Não vale a pena.

- Claro! Claro! – ele disse finalmente relaxando.

- Mas o que vocês iam fazer na casa da Emily? – perguntei tentando o distrair com outro assunto.

-Antes de te responder essa, me responde uma coisa?- ele perguntou.

- Uma coisa? – perguntei desconfiada.

- Sam me disse que você tem uma espécie de super-poder.

-Super – poder! Pufff! – falei com desdém girando os olhos.

-Ah é legal! – ele disse.

- Se você descobrir para que serve me avisa, ok? Mas agora me diz, o que vocês vão fazer na Emily?

- Íamos falar com Sam. Você está sabendo que está acontecendo ataques em Seattle?

- Sim, meu pai me falou algo sobre isso. – respondi.

- Nós estamos achando que vampiros podem estar por trás disso.

- Vampiros?- O.O

- Vamos ver o que Sam acha sobre isso. Mas antes, o que você queria me mostrar?

Nós já estávamos no final da rua, em frente ao meu gramado. Parada na entrada da garagem estava minha bebê.

- Eu queria te mostrar isso!- apontei para ela.

Jacob diminuiu o passo e abriu meu sorriso de sol. – É sua? – seus olhos escuros brilhavam.

- Sim. – cheguei perto para examiná-la. Queria ver se nada tinha acontecido com minha filha. Mas ela estava perfeita, nenhum arranhão na sua pintura vermelha. Minha Aprilia RS 125. – Eu sabia que você ia gostar. – falei observando a cara dele. Parecia criança em manhã de Natal.





-Ela veio do Brasil? – ele perguntou sorridente.

- Se lembra que eu disse que meu padrasto corria? – perguntei e ele assentiu. – Pois então, eu vivia pedindo essa pra mim, porque ele tem algumas dessas motos em casa. Daí ele me disse que no dia em que eu conseguisse a levantar do chão ela era minha. Todos os dias eu tentava, mas não tinha forças. Mas ai no dia do meu aniversario de 17 anos eu tentei e ela me pareceu mais leve que pluma. Você deve saber por que, não é? – perguntei piscando um olho.

Jacob só sorriu em resposta. – Vamos dar uma volta ou não? - ele perguntou.

- Claro! Vou buscar as chaves dela e já venho. - Abri a porta pra dar de cara com um John emburrado. – Oi pai!

- Que história é essa de moto? – ele perguntou sério.

- Boa tarde pro Sr. também. – respondi e meu pai rosnou. – Ok ok. Pai ela é minha tá? E não é como eu fosse me machucar.

Ele relaxou. – Eu sei, mas ela só me faz lembrar de que você não é mais criança.

- Own pai, mas pensa assim. Você vai ter uma filha de 17 anos por muuuiiiitttooo tempo.

John riu. – Ok você está certa.

- Vou dar uma voltinha com ela pra checar se está tudo ok. Jacob vai junto.

- E a loja?

Girei os olhos. Como se e o Chris não desse conta do enoooorrrme movimento da loja.- Chris me liga se precisar. Eu não vou longe. Prometo.

- Tá bom! A chave está no aparador, junto com a do carro.

Olhei na direção e só então eu vi, mais três caixas enormes. Com certeza meus livros e objetos pessoais. – Depois eu subo com isso!

- Eu não pretendia subir com isso mesmo. – meu pai disse abrindo o jornal. O que me fez rir.

Me despedi com um beijo em sua testa. – Tchau pai!

- Se cuida. – ele disse simplesmente.

Sai fechando a porta atrás de mim.

- O que você está fazendo, Jake?- perguntei. Jake estava sentado em cima da moto com a mão estendida esperando a chave. – Você não vai pilotar a minha moto, pode sair.

- Qual é ? Você já deve ter andado nela várias vezes. – ele falou fazendo biquinho.

- Pode sair Jake! Minha moto eu dirijo.

Ele se arredou para que eu pudesse subir. Todas as células do meu corpo já ansiavam pelo toque do dele. Jacob passou as mãos pela minha cintura, e como eu usava uma babylook curta, suas mãos quentes foram direto para minha barriga me fazendo arrepiar com o toque quente. Ele afundou o rosto na curva do meu pescoço. Seu hálito quente batendo diretamente na minha pele.

- Você tem um cheiro tão bom! – ele disse com a sua voz rouca. – Senti tanta falta de você ontem.

- Jake, assim nós não vamos sair do lugar. – falei com o pingo de lucidez que me restava.

- Então me deixe dirigir. Eu consegui daquela vez, mesmo com você me provocando.

- Provocando? Eu não te provoquei. - menti. – Você que está fazendo de propósito!

Ele riu abafado no meu pescoço, criando mais uma corrente elétrica no meu corpo. – Não estou te ouvindo com esse capacete, .

- Idiota! – grunhi. O que fez ele rir mais. É provocação que ele quer? Ele vai ter.

Levantei o corpo para dar força no pedal, fazendo questão que meu corpo roçasse em Jake no trajeto. Ele me segurou com as duas mãos ao lado do meu quadril me forçando pra baixo, impedindo que eu fizesse o movimento novamente, já que a moto não pegou de primeira.

- , a sua moto tem partida elétrica, não precisa dar partida no pedal! – ele disse com a voz entrecortada.

Ri alto. – Desculpe, eu esqueci!

Consegui ouvir o estalido dos dentes de Jacob se batendo, antes de acelerar a moto e partir, com ele tentando me tocar o mínimo possível.

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