(Lua Nova, pág. 125)
Eu morava com minha mãe Lilian no Brasil, apesar de ter nascido em Forks cidade de Washington, EUA. Vivi em La Push, reserva indígena de Forks, com meus pais até os 8 anos, quando eles se separaram. Meu pai, John ficou, já que ele é uma das autoridades de lá e eu e minha mãe viemos morar com a família dela no Brasil, em Porto Alegre. Então, sou praticamente uma gaúcha já que moro aqui há nove anos.
Mas meu sonho mesmo era voltar a morar com meu pai. Não porque eu não ame minha mãe, amo demais e esse é um dos motivos de eu nunca ter verbalizado os meus desejos. Na verdade, o motivo maior de eu ter essa grande vontade não tem o mesmo sobrenome que eu, Raindrop, e sim Black. Eu sou apaixonada pelo garoto Black desde que nasci. Jacob Black. Jake.
Minha mãe diz que a primeira palavra que falei foi Jake. Então imagine a vergonha, já que meus pais insistiam em relembrar essa história sempre que nossas famílias se reuniam, e eu sempre ficava corada. Não sei por que os pais acham bonitinho relembrar as histórias constrangedoras das nossas vidas. Jacob sempre ria nessas horas e segurava minha mão me confortando. Mesmo sendo tão criança eu me derretia toda. E mais risadas os adultos soltavam, me deixando mais vermelha ainda.
Fazia nove anos que eu não via Jacob, a última lembrança dele que tenho foi ele correndo atrás do carro em que eu estava sendo levada embora a força, pela minha mãe. E eu chorava desesperada por deixar o amor da minha vida pra trás. Mas nada disso fez minha mãe mudar de idéia. Qual adulto dá bola para uma paixonite de criança? “Vai passar. Você vai esquecer logo.” Ela me dizia enquanto eu me desmanchava em lágrimas. Mas nove anos se passaram e eu não esqueci.
Nunca mais voltei para os EUA, apesar de falar com meu pai toda a semana pelo telefone. Passagens aéreas são caras, e nenhum dos dois tinha dinheiro suficiente para isso. Então nunca mais vi Jacob. Às vezes tenho noticias dele pelo meu pai, mas são poucas, já que não tenho coragem de perguntar por ele. Tenho que esperar que meu pai fale por vontade própria.
E talvez eu nunca mais tenha uma chance, já que estou morrendo. Tá posso estar exagerando, mas fazem 30 dias que tenho febre de 40 graus que não baixa, desde o dia do meu aniversário de 17 anos. Já fiz todos os exames, aproveitando que meu novo padrasto é médico, mas não descobriram qual é meu problema. Eu não sinto nada, a não ser meu humor que não anda lá muito bom, estou um pouco estourada, mas fora isso estou me sentindo bem. Bem demais inclusive.
“– ! !”- os berros de minha mãe me tiraram dos meus devaneios.
“– Que é?”- berrei de volta, já sentindo a minha irritação diária tomar conta. Pra que toda essa gritaria. “– Que é, mãe?”
“– , arrume já as suas malas!”
“–Por quê?” – perguntei espantada pelo jeito nervoso que ela abria as portas do meu armário e tirava minhas roupas de dentro. –Pra onde eu vou mãe?
Ela parou e segurando meus ombros com lagrimas nos olhos, disse: – Você vai morar com seu pai!
“– O que?”- não sabia se ria ou se chorava.- “Porque agora?”- era isso eu estava morrendo de alguma doença tropical e ela queria que eu passasse meus últimos dias com meu pai.- “É por causa da minha doença?”- perguntei num fio de voz.
“– Você não está doente!”- ela afirmou, relaxando os ombros. – “Acabei de falar com seu pai, ele disse que isso é... normal para uma criança Quileute.”
O jeito que ela disse normal me deixou desconfiada. – “Mas eu nem sou uma Quileute? Meu pai é, mas eu não. Eu me pareço com a Sra, mãe.”
Eu não tinha nenhuma característica do meu pai. Eu era a cópia exata da minha mãe. Olhos azuis, pele branca demais pro meu gosto e cabelos castanhos.
“– Mas você tem sangue do seu pai, mais do que imaginávamos, inclusive.”
Eu não estava entendendo nada.
“–Mas mãe...”
“–Vamos, , não temos tempo a perder. Seu pai te explica melhor quando você chegar lá. Seus documentos estão prontos, e seu avião sai em duas horas.”
“– O que? Mas mãe e o colégio?”
“– Seu pai já está tratando de sua transferência. Vamos , vá tomar um banho e trocar de roupa.”
Não conseguia acreditar, eu ia ver Jacob!
Meu coração parecia que ia explodir dentro do peito. Eu praticamente quicava na poltrona do avião e voava pelos aeroportos em cada escala que tinha que fazer. Porto Alegre– Guarulhos, Guarulhos– Chicago, Chicago– Seattle e Seattle – Port Angeles. Na última escala, eu estava exausta foram mais de 24horas entre aviões e aeroportos.
Quando cheguei ao pequeno aeroporto de Port Angeles, meu sorriso parecia que não iria caber no meu rosto. Peguei minhas malas que estranhamente apesar de serem grandes, não estavam tão pesadas assim e coloquei em um carrinho de bagagens.
Na saída do portão de desembarque avistei meu pai, ele estava mais envelhecido do que pensei, mas continuava charmoso como sempre. Quando me viu sorriu mais, mostrando as rugas que já marcavam seu rosto.
“– Little ! (Pequena !)”- ele gritou e eu não pude deixar de sorrir. Apesar de não ver meu pai há tanto tempo, o amor que sentia por ele era enorme. Nós sempre trocávamos fotos e cartas. Tentei por um tempo incentivá-lo a trocarmos e–mails, mas sua aversão a informática não acabou com meus planos.
“–Do not call me that, daddy! only, please!” (Não me chame assim, pai! Somente , por favor!)– exclamei sem conter o enorme sorriso que se abriu em meu rosto. E o abracei.
(A partir de agora imaginem todos os diálogos em inglês.)
John soltou uma gargalhada e girou me colocando de frente a um homem alto, ainda jovem. – Você se lembra de Sam? – ele perguntou apontando ao rapaz. Eu estreitei os olhos, me concentrando pra tentar me lembrar daquele nome.
“–Sam?”- repeti, ainda tentando me lembrar.
“–Ela não deve se lembrar, John, já faz muito tempo e ela era muito pequena. Tudo bem, ? Como foi a viagem?”- ele disse me estendendo a mão.
“– Foi boa, Sam.”- respondi sorrindo. Ele era bem simpático, apesar de aparentar ser sério.
“– Talvez você se lembre de alguns dos garotos de sua idade!”- Sam disse se virando e me fazendo notar pela primeira vez um garoto também muito alto e muito sorridente atrás dele. Por um instante minhas pernas tremeram, e meu coração acelerou. Mas quando eu vi o sorriso do garoto percebi que não era Jacob, mas mesmo assim ele era muito bonito. – “Esse é Embry! Se lembra dele?”
“– Embry Call!” – o garoto me disse pegando a minha mão e dando um beijo. – “Ao seu dispor!”
Sam rolou os olhos, e eu não pude deixar de rir.
“– Obrigado, Embry!”- eu respondi educadamente e ele piscou pra mim.
“– Vamos?”- John perguntou lançando um olhar sério para Embry e me puxando para seus braços.
“–Se comporte!”- ouvi Sam falar rispidamente para Embry enquanto nos encaminhávamos para o estacionamento.
Eu olhava a paisagem que passava correndo pela janela do carro, tentando me concentrar em não demonstrar a ansiedade que crescia dentro de mim.
“– Muito cansada, minha filha?”- meu pai perguntou desviando os olhos da estrada. Sam e Embry estavam sentados na caçamba da velha caminhonete de John.
“–Não muito, pai!”- menti. Eu estava exausta. Mas sabia que a ansiedade não me deixaria dormir tão cedo.
“–Bom, dá tempo pra você descansar um pouco antes da festa!”
“–Festa!”- exclamei. Claro que meu pai não sabia que eu não gostava de ser o centro das atenções.
“–Sim, muitas pessoas querem rever você. Matar a saudade, coisas assim!”
Minha respiração entrecortou, será que Jacob seria uma dessas pessoas que estavam com saudades minha?
“– Eu não me lembro de muita gente, pai.” – disse voltando a admirar a paisagem. As primeiras casas de Forks já apareciam.
“–De quem você se lembra?”
Rá, ele chegou onde eu queria. Mas eu não podia falar de Jacob assim de cara tinha que enrolar um pouquinho. – “Me lembro das gêmeas Black.”- falei o mais distraidamente possível, não era exatamente delas que me lembrava mais.
“– Ah! Rachel e Rebecca! Mas elas não moram mais em La Push.”
“– Não moram mais?”- não consegui disfarçar o interesse a tempo. Será que Jacob também não morava mais lá?
“– Não, Rebecca se casou e mora no Havaí e Rachel está na faculdade e quase não vem pra casa de Billy! Mas estranho você se lembrar delas, já que elas eram mais velhas que você. Achei que você se lembrava mais de Jacob!”- John disse me encarando com um olhar estranho.
“– É também me lembro.”- falei voltando a olhar para fora. Como se não desse importância, mas por dentro estava morrendo de curiosidade.
“– Era mais natural você se lembrar de Jake, já que vocês não se desgrudavam quando pequenos.”
“– Eu me lembro dele, sim! Como ele está?”- perguntei sem encará–lo tentando o máximo manter minha máscara de indiferença. Mas só o nome de Jacob, já fazia meu coração se acelerar.
“–Ele está bem. Acho que ele vem na festa.” - fechei meus olhos para conter a emoção que eu sentia. Agora que eu não conseguiria descansar mesmo.
Fizemos o retorno e entramos na estrada que levava a La Push, logo pude ouvir o barulho das ondas e olhei para o outro lado vendo as árvores que costeavam a floresta.
“– Continua tão lindo como eu me lembrava.” – suspirei. Meu pai sorriu.
“– Que bom que você está de volta.”- ele disse passando a mão no meu cabelo.
Mais alguns poucos minutos e meu pai parou em frente a uma das pequenas casas de La Push. Mas ele tinha encostado a caminhonete barulhenta e Embry e Sam já haviam saltado de caçamba.
“– Chegamos!”- gritou Embry parando ao meu lado, com seu sorriso cheio de dentes. Tentei parecer simpática e sorri também, descendo com um salto e passando pela porta do carro que ele segurava pra mim.. Olhei em volta e respirei fundo. Os cheiros da maresia misturados com o da floresta me trouxeram as lembranças de minha infância feliz de volta.
“– Toma Embry, tente ser útil.”- disse Sam com a cara fechada entregando algumas das minhas malas pra ele.
“– Deixe as malas pesadas para os homens fortes, !”- Embry disse piscando pra mim, quando me viu pegando uma das mochilas.
“– Por isso que é sempre bom ter homens fortes por perto.” – respondi tentando entrar na brincadeira.
"– Se você quiser, eu posso sempre ficar por perto."- ele falou baixo perto do meu ouvido, Isso me surpreendeu.
Não acredito que esse cara lindo está dando em cima de mim.- Pensei.
“– Vamos logo, Don Juan!”-John disse emburrado segurando a porta para que nós entrássemos.- “, você se lembra do seu quarto?”- ele me perguntou sorrindo.
“– Sim, pai!”- respondi já correndo escada acima.
A casa de John, que agora seria a minha casa, era uma das poucas que tinha dois pisos. Era simples, pintada de branco. Sala cozinha e área no andar de baixo. Dois quartos e banheiro no andar de cima. Meu quarto continuava como eu me lembrava. Uma cama de solteiro, um armário pequeno, uma escrivaninha e uma estante que antes guardava meus brinquedos e agora serviria para colocar meus livros.
Embry subiu atrás de mim com a minha bagagem, e largou as malas no chão ao lado da porta enquanto eu admirava meu antigo quarto.
“– Cansada?”- ele perguntou perto demais.
“– Um pouco.”- respondi, dando um passo pra frente, para aumentar o espaço entre nós.
“– Você ainda tem um tempo para descansar antes da festa!”- ele disse sorrindo.
Me virei para encarar os seus lindos olhos castanhos. “– Não sei se vou conseguir dormir.”
“– Quer que eu fique com você?”- ele disse sedutoramente.
Tentei segurar o riso, quando vi meu pai na porta com cara de bravo.
“– Não, Embry. Ela tem que descansar!”- meu pai disse num tom ríspido.
“– Ok, Sr Raindrop.” – Embry disse ao girar nos calcanhares e se dirigir para porta, mas antes de sair completou olhando pra mim.-“Nos vemos mais tarde, !”- e piscou um olho.
Meu pai ainda me encarou serio, mas não conseguiu segurar o riso.
“– Vê se descansa, baixinha!”- ele disse antes de fechar a porta.
Me atirei na cama, não podia me deixar levar pelo súbito interesse de Embry. Meu coração já tinha dono, e ainda mais agora que ele estava tão perto.
7 comentários:
ola, gostei muito :D
para quando o proximo capitulo???
OPAH EU QUERO O TERCEIRO CAPITULO!!!!! posta depressssssa por favooooooooooooooooooooooorrrrrr <3
Gostei!! *-* Vou acompanhar
Eu estou pisando nas nuvens, por favor não me acorde!kkkkkkkkkkkkkkk
EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE GAÚCHA
BATE AI GURIA IAHSUAHSUAHSUAHS' *-*
Brenda. Mais uma coisa em comum hihi' *-*
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