Em um determinado dia, Salma Hayek sentada na primeira fila é algo para se escrever. Mas não quando Kristen Stewart esta sentada do outro lado da passarela. A atriz se encontrava em Paris nesta manhã, malditos paparazzis, para apoiar a coleção de Primavera da Balenciaga feita por Nicolas Ghesquière. Stewart, que estava no desfile vestindo uma jaqueta de motoqueiro amarela e calças estampadas, se referiu a Ghesquière como “alma gêmea”, o que provavelmente foi o que fez da sua recente colaboração no perfume Florabotanica da Balenciaga, uma historia tão convincente. Inspirado pelo “surrealismo” de suas estampas florais que coloriram a coleção Outono 2011, Ghesquière teve uma dualidade em sua mente, especificamente no lado mais obscuro das flores bonitas, que convencionalmente são consideradas inofensivas. “As flores podem ser carnívoras ou venenosas – contém veneno”, ele diz, e é esse “mistério” que ele espera explorar com a última colônia da casa.
Se o elaborado conto de fadas fosse tecido ao redor do vetiver, âmbar, cravo, menta e o “rosa experimental” o frasco é para acreditar, as flores que foram engarrafadas aqui apareceram de fragmentos de papel rasgados que continham os rascunhos de um designer solitário incorporados em uma terra hostil, e foram encontrados por uma menina que tinha “a inspiração de uma musa”. Na versão da vida real da fábula, é claro, o designer (Ghesquière) se reuniu com a musa (Stewart) em uma sessão de fotos, depois de que a então jovem de 12 anos protagonizou ‘Panic Room’ de David Fincher. “Eu nunca a esqueci”, Ghesquière disse sobre Stewart, que conta com uma beleza que é “pura e incontrolável”, em sua opinião, ou em outras palavras, muito Balenciaga. Aqui, recém-saído de uma coletiva de imprensa de seu novo filme ‘On the Road’ e só um mês do frenesi que será a conclusão da Saga ‘Twilight’, Stewart se encontrou com a Style.com para falar sobre o perfume, a intimidação da fila frontal [no desfile] e por que a coleção de primavera de Ghesquière pode ser sua favorita no momento.
Até agora, o único rosto do perfume Balenciaga tinha sido a Charlotte Gainsbourg. Como é estar nesse tipo de empresa?
Eu gostaria de poder escolher uma palavra melhor, mas acredito que é impressionante. Me sentei a seu no desfile [da temporada passada] – que foi a primeira experiência que tive na Balenciaga – e eu estava ridiculamente intimidada por ela! Nem sequer disse Oi. Eu estava um pouco silenciada por ela. É uma relação estranha que os atores são permitidos a ter com a moda. Para mim começou em uma idade extraordinariamente jovem. Conheci Nicolas [Ghesquière] quando tinha 12 anos [em] neste pequeno projeto que era muito parecido a uma sessão de fotos. Uma arara cheia de roupas entrou e simplesmente poderia escolher qualquer coisa dessa empresa. [Balenciaga] foi a primeira marca de roupa que eu reconheci.
Então estava desenhando roupas?
Eu nunca fiz nada com tato. Eu apenas queria estar ao redor de Nicolas. É como nos filmes. Você encontra sua alma gêmea. Você diz, ‘Precisamos fazer algo juntos’. Minha visão criativa não é sobre roupa mas… quero estar ao redor disso.
Nicolas disse que sua ‘feminilidade rebelde’ é o que te faz adequada para Florabotanica. Essa característica parece estar te cercando recentemente, especialmente em seu trabalho. Você acha que essa é uma avaliação certa do seu caráter?
Especialmente agora – talvez seja minha idade – você não tem a audácia de coração ou a falta de medo que pode te diferenciar de outra pessoa ou não. Um rebelde autêntico, alguém que é realmente rebelde, não tem nem idéia do que está fazendo. É apenas natural. Se você é consciente disso, então é uma pessoa artificial, falsa. Tendo ‘Snow White’ [and the Huntsman] e ‘On the Road’ – inclusive Balenciaga – todo mundo está dizendo, ‘você esta escolhendo estes papéis fortes’, e todo mundo se pergunta se eu estou tentando transmitir esses papéis fortes. E objetivamente, sim, estou. Mas também há um vazio agora mesmo, e as pessoas querem encher.
Você tem vestido bastante Balenciaga desde que você se uniu oficialmente a marca. Você tem momentos favoritos de moda com a marca?
[Nicolas] fez meu vestido de Cannes. E eu fui ao Met Gala com ele. Nós sentamos juntos e eu o vi desenhar esta… coisa. Acredito que ele diria que eu tive algo a ver com isso, mas isso é totalmente falso. Só fiquei ali sentada. Eu adorei as camisetas gráficas [da coleção Outono 2012]. E os vestidos longos transparentes – e os sapatos! Eu amei demais os sapatos. Eu devo dizer que vi a nova coleção [Primavera] e é tão incrivelmente genial. Você precisa se conhecer bastante para vestir isso, ou isso veste você. Faz sentido o que acontece agora, no entanto. Não quero que isso soe arrogante, mas isso foi feito para mim.
Falando de vestir para o tapete vermelho, como você escolhe seus looks , para o que tem sido uma incansável conferência de imprensa, que você continuará quando a parte final de ‘Twilight’ estrear em novembro?
Muitas atrizes dizem que você pode interpretar diferentes papéis no tapete vermelho, mas eu simplesmente não posso afirmar ser alguém que eu não sou. Tara Swennen é minha estilista. Tenho trabalhado com a mesma pessoa toda a minha vida. Definitivamente posso desbloquear qualidades e algo inesperado vem à superfície – e isso é divertido, mas você sabe no mesmo instante se [um vestido] funciona ou não. Você nem sequer precisa fechar o zíper. É importante confiar nisso.
Acha que usar perfume – esse perfume, especificamente – seja uma experiência igualmente transformadora?
[O perfume] é algo que eu estou usando agora, querendo cheirar bem. Tenho 22 anos. Eu não era uma garota de 15 ou 16 anos que colocava perfume. É uma coisa curiosa, que de repente te dá “algo”. Te coloca em outro nível. Há sofisticação nele. Me sinto um pouco… Olá! E isso me faz sentir muito bem. É sexo. É vibrante. E graças a Deus eu gostei [do Florabotanica] quando cheirei; Não sou uma boa mentirosa.
Você ficou conhecida no mundo da beleza por sua impossível pele pálida. Como você tem mantido sua aparência de alabastro tão perfeita durante os cinco filmes de ‘Twilight’?
Sou muito branca. Embora para meu próximo projeto, não estou certa, mas vou ser loira e realmente morena! [Devido ao que ela diz, esta entrevista deve ser anterior a agosto, já que isso era para ‘Cali’, filme que ‘deu uma pausa’] Me mantenho limpa e hidratada. Tenho a pele oleosa então uso Proactiv. É algo bom que meu rosto esteja… ativo. Skinceuticals é realmente bom também. Acabei de descobrir seus serums [produto facial].
No set, o quão importante você encontra a maquiagem, a peruca e o vestuário para estar totalmente dentro do personagem? Você teve alguma experiência de beleza transcendente como quando você usava o cabelo de Joan Jett em ‘The Runaways’?
Oh sim. Se eu não tivesse isso, não teria nada que me fizesse sentir legítima [em ‘The Runaways’]. Eu usava adesivos no meu rosto, fazia contorno para ampliar o nariz, afinei minhas sobrancelhas – Tive um maquiador realmente genial, Robin Matthews. Em ‘Snow White’, trabalhei com [a designer de figurinos] Colleen Atwood – não há ninguém como ela. Suas roupas trouxeram tanto. Fizemos um filme de fantasia medieval, mas nada era falso – não tinha velcro! Eu preciso disso. É a mesma coisa no tapete vermelho, se você não se sente bem, não pode vendê-lo.
Seja honesta: Você esta feliz ou um pouco triste por deixar pra trás seus dias em ‘Twilight’?
Tão triste como sempre que você deixa algo, a razão pelo qual você começa esse projeto é que você pode terminá-lo. Eu o mantive tão perto, como faço com todos meus projetos. Você poderia me entrevistar sobre ‘Panic Room’ agora mesmo. Me sinto do mesmo modo com ‘Twilight’. Tive que viver esse mundo durante quatro anos e foi a experiência mais humana que eu já tive. A quantidade de alívio de ter feito é incrível – e inclusive isso é um pouco triste.
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