
Capítulo 10
POV_EDWARD
Quando eu senti meu corpo relaxado
por causa da cocaína que entrou em meu organismo, foi bom. Mas depois veio o
enjôo, a tontura e tudo se apagaram. A instantânea sensação de paz durou pouco
infelizmente. Mas na casa ainda havia muitos objetos de valores e eu poderia
utilizá-los para comprar a mercadoria. Acordei com o corpo dolorido. Tudo
estava branco ao meu redor e eu notei ser um hospital. Merda é claro que alguém
ajudaria um pobre drogado. A luz do quarto fazia meus olhos arder, mas quando
eu focalizei a realidade, me assustei com a presença de um menino ao meu lado.
-Oi. Disse ele tímido.
-Olá. Fale com a voz rouca.
-Eu sou o Thomas, você é o Edward não
é?De onde esse menino me conhecia?
-Sim, mas você me conhece de onde?
-Você é meu irmão, eu sou filho do
seu pai e da minha mãe. Espera ai, mas como assim? O nome dele não era Anthony,
ele não havia morrido?
-Como assim? Meu pai disse que você
havia morrido. Falei mais para mim mesmo.
-Não, foi o Anthony que morreu. Eu
ainda estou vivo. Disse ele pegando em minha mão para me mostrar que era de
carne e osso. Eu quase ri com essa atitude.
-O que faz aqui Thomas? Perguntei
confuso.
-Depois que chegamos à sua casa que é
minha também, a mulher disse que você estava aqui. Então viemos correndo. Mas
como assim ele iria morar lá também. Carlisle não ficou satisfeito de estragar
minha vida, agora queria fazer o mesmo com esse menino também? Eu não poderia
permitir, mas também não tinha forças para lutar contra ele. Eu era um covarde.
Dessa vez eu fugiria, e não teria mais volta.
Não
foi nenhum pouco difícil arrancar a agulha enfiada em meu pulso. Eu me sentia
um pouco tonto, mas sai às pressas, para ninguém me notar. Eu não tinha para
onde ir, e estava sem dinheiro, então a única saída era ir para casa para pegar
roupas e dinheiro, tentando não ser notado. Carlisle não estava lá, então seria
fácil de entrar. Fui pela porta da frente mesmo, já que provavelmente Maria
estaria na cozinha. Peguei o mínimo de roupa possível e fui até o escritório de
Carlisle. Eu não tinha a senha do cofre, mas os objetos de valores espalhados
pela casa seria o suficiente. Sai de lá, mas realmente sem saber para onde ir.
Eu sentia a ânsia, o desejo por sentir o efeito da droga no meu corpo
novamente. Fui andando pelas ruas mais sombrias da cidade. Havia prostitutas
nas esquinas e muitas crianças na rua, fumando e cheirando. Tentei ao máximo me
controlar e sair dali rapidamente, até encontrar uma pensão barata. Ofereci à
senhora que se dizia dona um relógio de ouro que havia encontrado na casa. Ela
prontamente aceitou e disse que eu poderia ficar um mês ali. Fui para o quarto
e senti vontade de vomitar ao ver a situação que se encontrava. A cama estava
toda desarrumada, havia restos de comida e alguns preservativos no chão. O
cheiro era terrível e eu não aguentaria muito tempo ali. Mas para junto de
Carlisle eu não voltava. Eu queria procurar Bella, dizer que tudo foi mentira e
pedir perdão por ter sido covarde e desistido fácil. Mas eu tinha medo do que
Carlisle poderia fazer contra ela. Eu temia por sua segurança. Talvez eu
pudesse ir até ela apenas para saber se estava tudo bem, se estava seguindo sua
vida. Ela não precisava saber de mim, eu apenas a observaria de longe. Mas será
que eu resistiria à tentação? Estar tão perto e ao mesmo tanto tão longe. A dor
em meu peito ainda corroia meu ser. Eu tinha vontade de gritar, mas não havia
forças. Queria ser capaz de ser Deus e poder mudar tudo isso. Mesmo estando
sofrendo como estou eu nunca, jamais desejaria não ter conhecido Bella. Ela foi
à luz da minha vida. O meteoro que iluminou meu céu escuro. Mas o meteoro se
foi e eu fiquei cego pela luz. Eu era um viciado em um vício muito pior que a
cocaína, mais forte e intenso. Incurável. Sentei na cama não me importando com
a sujeira do quarto, tentando me distrair, inutilmente, e esquecer a dor que eu
sentia. Deus. Como eu precisava dela. Como eu a queria. Sentia as lágrimas
quentes banharem meu rosto. Eu não aguentaria esse fardo. Nunca havia sentido
nada semelhante. Sair daquele local imundo e andei pelas ruas escuras da parte
sombria de Washington. As gotas fracas de chuva caiam por meu rosto, sem
realmente molhar. Era bom, parecia que me limpava da sujeira de onde eu estava.
Eu não tinha para onde ir, o único lugar que eu imaginava ir era para perto
dela. Lá era meu lugar, minha casa. Mas eu não poderia ir para lá. Já era tarde
da noite, mas eu não me importava. E também não tinha ninguém para se importar,
para se preocupar comigo. Como será que ela estaria agora? Será que ela já
havia superado minha suposta morte? Esperava que sim, minha única felicidade
seria estar ao lado dela, mas se isso não fosse possível, eu me contentaria
apenas em vê-la feliz. Mesmo que eu não era o motivo dessa alegria. Ainda
andando sem rumo, vi alguns homens cheirando o pó branco que meu corpo tanto
necessitava. Aproximei-me e um deles apanhou uma arma do bolso e me apontou.
-Dar
o fora cara se não vou estourar seus miolos.
-Calma,
eu só quero fazer negócio. Disse tirando outro relógio que havia pegado de
Carlisle do bolso. -Eu dou isso para vocês, se me derem um pouco do pó de
vocês.
-E
quem me garante que não é uma cópia barata? Perguntou um deles.
-Não
sabe reconhecer uma Ferrari original? Perguntei sarcástico. Eles me olharam
meio retraído e me entregou uma cápsula com o pó. Entreguei o relógio valioso e
sai de lá rapidamente. Fui para um beco mais escuro e fiz três fileiras. Sem
mais demoras inalei o pó e senti meu corpo relaxar, extasiado. Após inalar todas
as fileiras me levantei meio grogue. As paredes rodavam e eu me sentia enjoado.
Andei trôpego pela rua. Se antes não sabia para onde ir, agora e realmente não
fazia ideia. Vi algumas garotas de programa se aproximar de mim. Eram três e
uma delas começou a beijar meu pescoço, pegar em partes do meu corpo. Uma delas
tinha o rosto parecido com o da Bella. Pisquei algumas vezes e tentei me situar.
Ela continuava ali.
-Tudo
ok bonitão? Perguntou ela, mas não era a voz de minha Bella.
-Bella?
Chamei desesperado.
-Eu
posso ser quem você quiser bonitão. Senti cheiro de perfume barato, misturado
com cerveja e cheiro de sexo? Eu senti nojo, me lembrei do toque delicado e
inocente de Bella, era completamente diferente. Mas não foi isso que me fez
afastar as mulheres, e sim porque elas me lembravam daquele homem que me
violentou. Empurrei uma das mulheres com violência. Eu nunca havia me imaginado
batendo em uma mulher, mas quando vi
aquela cair no chão, e as outras me olharem assustadas, eu fiquei assustado
também. Uma delas mexia em um celular e a outra ajudava à amiga. Eu estava
tonto e não sabia o que fazer. Eu não queria fazer nada contra elas, não foi
minha intenção derrubá-la, eu só a queria longe de mim. Ouvi o barulho de
sirenes e olhei para os lados assustado. Eu via luz azul e vermelha rodando,
mas não conseguia focar a imagem. Comecei a correr para longe dali, mas o
barulho continuava estridente. Minhas pernas doíam, protestavam contra o
esforça, tudo rodava a minha volta. Mas eu não conseguia parar A que ponto eu
fui chegar? Um fugitivo da polícia? Corri mais rápido que pude e ouvi o som
alto de uma buzina. Olhei para o lado e apenas deu tempo de ver uma luz forte
de um caminhão, próximo. Muito próximo. Senti meu corpo sendo arremessado para
longe em um baque surdo e tudo se escurecer. Pensei em Thomas e Anthony. Meus
dois irmãos desconhecidos e depois pensei em Bella. E seu sorriso encantador em
seus lábios doces. Seu amor por mim. Eu sentia que agora era o fim, mas me
sentia feliz e calmo. Eu poderia partir agora, pois eu sabia que um dia ela
poderia ir ao meu encontro. Seja lá para onde eu for.
POV_BELLA
Eu
estava enjoada. Muito mais que o normal. Tudo estava rodando.
Sem contar o aperto do meu coração que não me dava sossego. Não era a mesma dor que eu sentia ao me lembrar de Edward. Era um pouco mais intensa, como se algo terrível fosse acontecer. Eu me obriguei a ignorar a dor da perda de Edward, pois nosso filho precisava de mim. Mas era quase impossível esquecê-lo, não que eu queira, quando se tem parte dele dentro de mim. Já estava tarde, mas eu não conseguia dormir. Fiquei sentada em uma cadeira ao lado da minha janela aberta. Dava para ver parte da cidade dali, não que fosse uma visão bonita, mas ao menos ela me distraia. Acariciei levemente minha barriga que nem podia ser notada, mas já sentia ele lá dentro de mim. Qual nome eu poderia lhe dar? Edward talvez, em homenagem ao pai. Será que ele gostaria? Sabia que teria muito tempo para pensar nisso ainda, mas não dava para conter meus pensamentos. Tudo remetia a Edward. Meus pensamentos, meu corpo que tinha o cheiro dele, as lembranças. Peguei os papeis que seu pai havia me entregado e comecei a ler para o pequeno ser dentro de minha barriga.
Sem contar o aperto do meu coração que não me dava sossego. Não era a mesma dor que eu sentia ao me lembrar de Edward. Era um pouco mais intensa, como se algo terrível fosse acontecer. Eu me obriguei a ignorar a dor da perda de Edward, pois nosso filho precisava de mim. Mas era quase impossível esquecê-lo, não que eu queira, quando se tem parte dele dentro de mim. Já estava tarde, mas eu não conseguia dormir. Fiquei sentada em uma cadeira ao lado da minha janela aberta. Dava para ver parte da cidade dali, não que fosse uma visão bonita, mas ao menos ela me distraia. Acariciei levemente minha barriga que nem podia ser notada, mas já sentia ele lá dentro de mim. Qual nome eu poderia lhe dar? Edward talvez, em homenagem ao pai. Será que ele gostaria? Sabia que teria muito tempo para pensar nisso ainda, mas não dava para conter meus pensamentos. Tudo remetia a Edward. Meus pensamentos, meu corpo que tinha o cheiro dele, as lembranças. Peguei os papeis que seu pai havia me entregado e comecei a ler para o pequeno ser dentro de minha barriga.
Estou agora ouvindo ao longe uma música.
Eu queria cantar para você. Imagine-me ai, ao seu lado, sussurrando as palavras
em seu ouvido calmamente. Eu posso sentir seu corpo se arrepiar? Eu quero te amar para sempre. É isso que eu estou te pedindo: Dez mil vidas juntos. Isso é muito para você? Eu quero ser
eterno para você, assim como diz a letra dessa música. Fico imaginando se a
pessoa que canta ela lê os meus pensamentos, vê a nossa historia de amor. Pois
essa é a única maneira que ela tem de saber sobre isso. Ou talvez ela também se
sinta assim por alguém. Eu fico feliz por ela, pois isso que eu estou sentindo
por você, e o mais puro, sincero e doce sentimento que alguém pode ter. Pode-se
dizer que nosso amor é um conto de fadas. O amor é um conto de fadas? Existe
mesmo amor intenso? Bom, eu acho que sim. Eu sei por conta própria.
Trecho
da música: I WANNA LOVE YOU FOREVER (Jessica Simpson).
Meus
olhos banhados em lágrimas por causa de suas palavras doces. Eu me sentia
morta, ao mesmo tempo em que sentia a vida dentro de mim. Eu sempre imaginava
meu pequeno ser, um presente de Edward antes de sua partida. Eu queria ter tido
a oportunidade de me despedir dele. De lhe dizer que eu sentia o mesmo por ele.
Mas nosso amor não era amor de conto de fadas. Era intenso, mas não de contos
de fadas, pois nos contos de fadas, sempre havia um final feliz, mas
infelizmente não tivemos isso. Olhei para o céu com poucas estrelas e imaginei
a histórias que os adultos contam para as crianças quando alguém morre. Que
essas pessoas viram estrelas. Será que você é uma agora e está olhando aqui por
nós. Ri com esse pensamento bobo e continuei a alisar minha barriga.
-Sua
mãe não está muito bem da cabeça não é criança? Disse me sentindo ainda mais
idiota por estar conversando com meu feto ainda quase sem vida. Meu corpo já
estava pesando, então fui para a cama e logo senti meu corpo relaxar e a
sonolência me atingir. Acordei com uma Alice impaciente me cutucando.
-O
que foi Alice, o que quer? Perguntei impaciente.
-Bella,
aquele homem está aqui. Disse tensa.
-Mas
que homem Alice? Perguntei tentando voltar a dormir.
-O
pai do Edward. Gritou. Dei um pulo da
cama para me sentar e acabei caindo.
-Oh
Meu Deus. Você esta bem? Alice perguntou assustada.
-Sim...
O quê... Ele... Faz aqui? Perguntei confusa.
-Se
arruma logo e vai lá falar com ele. Após Alice sair do quarto fiz minha higiene
matinal e troquei de roupa. Meu corpo todo estava tenso, o que será que ele
queria comigo? Será que eu deveria dizer alguma coisa sobre o bebê? Não,
provavelmente ele acharia que estava tentando dar o golpe da barriga. Fui até a
sala e vi o homem dos cabelos loiros sentando tenso no sofá, junto com uma
criança linda com os mesmos olhos de Edward. Esme estava sentada a sua frente e
parecia constrangida e tensa.
-Isabella,
como vai? Ele me perguntou.
-Muito
bem, e você? Falei tentando não ser rude e falhando inutilmente.
-Na
medida do possível. Ele respondeu hesitante.
-Eu
vou deixar vocês conversarem mais a vontade. Anunciou Esme.
-Tudo
bem senhora, vou precisar de sua ajuda também. Fique por favor. Pediu solenemente.
Mas ajuda para quê?
-Por
que precisa de nossa ajuda? Perguntei.
-Eu
cometi um erro quer dizer muitos erros.
-Imagino.
Falei sarcástica e recebendo um olhar de advertência de Esme.
-Mas
acredito que o maior de todos foi o que eu fiz para você e Edward. Disse com a
voz baixa. Eu sentia meu corpo tremer levemente. Eu tinha medo do que eu
poderia ouvir desse homem.
-O
que você fez? Perguntei com a voz fraca.
-O
Edward não... Morreu. Tudo ao meu redor rodou. Sentia as lágrimas caírem
livremente, eu ria e chorava. Ele está vivo? Meu Edward está vivo? A felicidade
que eu sentia dentro de mim era sem precedentes, mas eu me lembrei do homem que
estava ali. Essa história estava muito estranha. Se ele não estava morto, porque
de tudo isso? O que esse homem estava escondendo? E para que ele precisava de
minha ajuda?
-Como
assim ele está vivo? Porque você disse aquilo para mim?
-Foi
necessário, ou pelo menos eu pensava ser. Eu senti tudo por dentro explodir.
Ódio, rancor, medo.
-Necessário?
Necessário? Acha mesmo que era preciso fazer ele sofrer ainda mais do que já
sofreu? Que tipo de pai você é que não se importa com a vida do seu filho? Você
não podia ter me separado dele, olha, eu não tenho nada a ver com sua vida
passada, mas você não tinha o direito de interferir na minha vida com a de
Edward.
-Eu
sei. Merda. Agora eu sei, eu entendo isso. É por causa disso que estou aqui,
para te implorar que me ajude, eu preciso de você Isabella. Só você pode me
ajudar a reconquistar a confiança de meu filho. Ele estava agoniado. Isso
estava claro em seu olhar. Eu poderia sim ajudá-lo, mas eu faria isso por
Edward.
-O
que você pretende? Perguntei mais calma.
-Na
hora que eu estava vindo para cá, fiquei sabendo que ele havia fugido do
hospital. Senti um aperto enorme em meu peito.
-Por
que ele está em um hospital? Sussurrei sem saber se ele tinha ouvido.
POV_CARLISLE
Vi
claramente a felicidade estampada no rosto da menina ao saber que Edward estava
vivo. Era lindo o amor deles, e mais uma vez me amaldiçoei por tentar destruir
algo tão bonito. Eu tinha inveja do amor deles, era puro é sincero. Eu tinha
certeza que essa menina nunca magoaria meu filho. As suas palavras me acertaram
cheio na minha ferida.
-Necessário?
Necessário? Acha mesmo que era preciso fazer ele sofrer ainda mais do que já
sofreu? Que tipo de pai você é que não se importa com a vida do seu filho? Você
não podia ter me separado dele, olha, eu não tenho nada a ver com sua vida
passada, mas você não tinha o direito de interferir na minha vida com a de
Edward.
Sim,
ela estava completamente certa. Eu não entendia como eu conseguia fazer as coisas
tão errada pensando ser certa. O tempo todo eu imaginava sendo como o melhor
para Edward, mas estava enganado. Eu precisava mostrar para essa menina que eu
estava ali para me redimir, para fazer a coisa certa dessa vez. Thomas estava
um pouco assustado ao meu lado, e instintivamente segurei firme em sua mãozinha
pequena.
-Eu
sei. Merda. Agora eu sei, eu entendo isso. É por causa disso que estou aqui,
para te implorar que me ajude, eu preciso de você Isabella. Só você pode me
ajudar a reconquistar a confiança de meu filho. Eu me sentia agoniado. Um
completo idiota. Quantas vezes eu erraria para poder aprender a lição de uma
vez. Ela me olhava com pena e rancor. Eu entendia seus sentimentos por mim. Eu
quase havia destruído sua vida, mas eu iria concertar.
-Eu
sei. Merda. Agora eu sei, eu entendo isso. É por causa disso que estou aqui,
para te implorar que me ajude, eu preciso de você Isabella. Só você pode me
ajudar a reconquistar a confiança de meu filho. Sim, ela precisava saber que eu
queria a sua ajuda para fazer o bem por Edward. Se fosse por ele, eu teria
certeza que ela me ajudaria. Eu faria qualquer coisa por Eliza, quando ainda a
amava, e sabia que essa menina faria por Edward também. Estava em seus olhos.
-O
que você pretende? Perguntou ela mais controlada.
-Na
hora que eu estava vindo para cá, fique sabendo que ele havia fugido do
hospital. Senti um aperto enorme em meu peito.
-Porque
ele estava em um hospital? Disse ela quase sem me deixar entender. Só agora
havia notado que não tinha explicado os fatos corretamente.
-Edward
teve uma recaída e teve que tomar soro. Não foi nada muito grave, mas me
ligaram avisando que ele fugiu de lá. Eu tentei ligar, mas é claro que ele não
me atenderia. Agora, mais que nunca, eu preciso de sua ajudar. Ela estava
confusa, assustada. Olhava para a mulher que provavelmente seria sua mãe,
questionadoramente.
-Senhora,
eu peço que permita que leve sua filha comigo para Washington, para ela falar
com Edward. Já coloquei um detetive amigo meu para encontrar seu paradeiro. Eu
prometo que vou cuidar dela. Sei que minha palavra não vale nada, mas eu
imploro. Ela me olhava ternamente. A bela mulher de cabelos ruivos. Seus olhos
ternos estavam entre mim, Isabella e Thomas.
-Eu
vou. Disse a menina. -Por favor, Esme, eu preciso vê-lo.
-Sim
querida, eu sei. Disse ela carinhosamente.
-Você...
Você espera eu pegar algumas roupas? Perguntou ela.
-Claro,
fique a vontade. A menina saiu casa adentro e eu fiquei com a mulher. Sentia-me
estranhamente constrangido com ela ali. Mas quando a voz calma de Thomas
preencheu o local, a tensão presente se dissipou.
-Eu
estou com fome.
-Oh,
venha comigo querido. Vou fazer um lanche. Disse ela segurando a mão de Thomas
e lhe sorrindo carinhosamente. -O senhor aceita alguma coisa?
-Não,
obrigado. Fiquei olhando para ambos, até sumirem dentro da casa.
POV_BELLA
Parecia
que meu corpo todo estava consciente de que a qualquer momento eu iria
encontrar ele. Era como se eu estivesse cada vez mais perto dele. Estávamos em
um carro moderno. Carlisle estava sentando no banco da frente junto com o
motorista, e o menino, que ainda não sabia quem era, estava trás comigo.
-Você
é namorada do Edward? Perguntou ele com os olhinhos vermelhos pelo sono.
-Bom,
sim. Disse com um sorriso tímido.
-Você
é bonita. Falou ele com um sorriso que me lembrava de Edward. Obrigado, você também
é muito bonito. Como se chama?
-Eu
sou Thomas, filho da minha mãe e do pai do Edward. Fiquei em choque. Edward tinha
um irmão mais novo? Como assim, será que ele sabia disso?
-Irmão
do Edward? Faz tempo que vocês se conhecem? Perguntei tentando não parecer uma
idiota.
-Não,
na verdade eu só o vi uma vez lá no hospital. Meu pai não sabia que eu era
filho dele. Nem o Anthony.
-Quem
é Anthony? Perguntei mais confusa ainda.
-Meu
irmão igual a mim, ele morreu no mês passado.
-Oh,
eu sinto muito Thomas. Disse alisando seu rostinho triste.
-Tudo
bem, eu sinto falta dele, mas foi legal saber que tenho um irmão mais velho. Só
de imaginar Edward com Thomas, eu poderia ver seu sorriso lindo. Essa criança
faria muito bem para Edward. Assim como meu filho. Só de imaginar que eu iria
contar para Edward que esperava um filho dele. Um pequeno fruto do nosso amor.
Eu me sentia em júbilo. Eu precisava encontrar com ele logo, precisava tocar
seu corpo, para ter certeza que não era tudo um sonho. Vi que o menino estava
quase dormindo sentado e ofereci meu colo para ele se deitar. Não demorou muito
e ele logo dormiu todo encolhido no banco do carro. Admirei a atitude carinhosa
de Carlisle, ao retirar seu casaco e cobrir o corpinho pequeno da criança. Quando
Carlisle disse que iríamos para Washington de avião, fique tensa. Eu nunca
havia andado de avião, e morria de medo de altura. Mas Thomas me assegurou que
iria segurar minha mão o tempo todo. A cada minuto eu me sentia cada vez mais
encantada com aquele pequeno ser. E isso me fazia querer que meu pequeno bebê
nascesse logo. A viagem foi tranquila. Não era um avião comercial, e sim um
jato particular. Como prometido, Thomas segurou minha mão o tempo todo e
conversamos muito sobre desenhos animados e filmes. Mas minha atenção não saia
de Edward em nenhum momento. Para onde será que ele tinha fugido? Ele deve
estar tão solitário, tão triste. Eu sentia meu corpo todo estar ciente de que
Edward estaria perto. Logo. Na hora de pousar o avião, quase quebrei os
pequenos dedinhos de Thomas. Nunca havia estado em Washington, mas não tinha
tempo para admirar a cidade. Fomos para uma casa enorme, que poderia facilmente
ser confundida com a casa branca. Ri com meu pensamento tosco. Uma senhora
carinhosa me ofereceu para me ajudar a encontrar meu quarto, mas eu pedi para
que ela me levasse até o quarto de Edward. Surpreendi-me quando entre no cômodo
que mais parecia um porão. Mas sinceramente, tudo ali me fazia lembrar ele. O
cheiro inconfundível, algumas roupas espalhadas por ali. Peguei uma camisa
xadrez que estava ali e abracei, sentindo como meu corpo todo reconheceu o
cheiro inconfundível de Edward. Deitei na cama simples, ainda abraçada com a
camisa e senti meu corpo pesar. A sonolência tomou conta do meu ser e logo eu
fui enviada para o submundo do sono.
Eu estava e uma campina linda e cheia
de flores. Estava deitada e Edward ao meu lado. Olhávamos um para o outro
hipnotizado. Nos não respirávamos e não nos mexíamos apenas nos olhávamos.
Ouvimos gargalhadas de crianças e pela primeira vez, fizemos um movimento para
nos sentar. Ao longe era possível ver duas crianças andando pelo sol fraco em
nossa direção. Era uma menina linda, de longos cabelos dourados e o outro era
um pequeno menino, que me lembrava de Thomas. A menina estava com um vestido
branco lindo e segurava a mão do menino protetoramente. O mesmo se aproximou de
mim e tocou em meu rosto carinhosamente. Edward sorria e dava um beijo na
bochecha rosada da menina, que as
afastou sorridente.
Acordei
com uma estranha sensação de paz e um toque quente em meu rosto.
Era Thomas, que me olhava preocupado.
Era Thomas, que me olhava preocupado.
-O
que ouve pequeno? Perguntei.
-Papai
está lá no escritório brigando com um homem grandão.
-Vai
lá para o seu quarto brincar que eu vou ver o que está acontecendo, está bem? Fui
apressadamente para o andar de baixo, tentando encontrar o tal escritório.
Quando finalmente encontrei, entrei sem ao menos bater e me senti constrangida
com o olhar dos dois homens.
-Desculpe...
Eu... Ouvi... Gritos e...
-Tudo
bem Isabella. Disse Carlisle tenso. -Eu
queria mesmo falar com você. Achamos o Edward. Ele está no hospital novamente. Senti
minha cabeça rodar, mas me obriguei a permanecer em pé, homem que estava
próximo segurou em meus ombros e me ajudou a sentar.
-Podemos
ir ver ele? Pedi desesperada.
-Tem
certeza que está em condições? Perguntou ele realmente preocupado.
-Eu
preciso vê-lo. Por favor.
-Sim,
tudo bem. Vamos então. Sam peça para Maria cuidar de Thomas. Não o quero levar
ele para o hospital. O caminho todo eu sentia meu corpo tremer. Eu tinha medo
de como eu encontraria com Edward. Quando chegamos no hospital, um homem alto,
moreno e com os cabelos incrivelmente negros, veio falar conosco.
-Família
de Edward? Perguntou ele.
-Sim.
Respondeu Carlisle.
-Sou
o Doutor Jacob Black, responsável pelo rapaz. Venham comigo? Disse ele andando
pelo corredor.
-Como
ele está? Perguntei desesperada.
-Mantenha
a calma senhorita, será preciso ser forte. Senti meu corpo estremecer com suas
palavras.
-Edward
foi atropelado por um caminhão, e por sorte continua vivo. Mas sua situação é
critica e ele está em coma. Isso foi o suficiente para mim. Tudo escureceu e
senti pares de mão em meu corpo antes de o mesmo atingir o chão. Acordei
deitada em uma cama de hospital em um quarto quase escuro. Não havia ninguém
por perto, então me levantei ainda sentindo minha cabeça rodar um pouco. Sair
pela porta e vi a hora que Carlisle saiu de outra, com os olhos banhados em lágrimas.
Meu corpo tremeu e eu obriguei minhas pernas a se mover até a porta. Estranhei
a presença de um policial ali, mas Lee não me impediu de entrar. Quando o vi
naquela situação, foi impossível não chorar novamente. Ele parecia tão abatido,
tão cansado. Aproximei-me lentamente e toquei em seu rosto.
HEAR ME- KELLY CLARKSON
Meu
amor. Meu Edward estava ali. Machucado, mas vivo. Eu não conseguia acreditar no
que via. Eu queria pegá-lo em meus braços e fugir dali. Levá-lo para qualquer
lugar onde ele possa estar seguro, onde ninguém mais possa machucá-lo. Eu
queria apertar seu corpo nos meus braços e dizer que tudo ficaria bem. Pedir
para ele voltar logo, pois nosso filho estava crescendo dentro de mim e nós
precisávamos dele para continuar. Eu já havia perdido Edward uma vez. Mas não
agüentaria uma segunda vez. Seria dor demais. Além do mais, ele agora partiria
da minha vida, do seu irmão, do seu filho e de seu pai desesperado. Ele não
poderia partir novamente. Ele ainda tinha raízes que o prendia aqui.
-Edward,
meu amor. Volta. Por favor. Eu preciso de você aqui. Nós precisamos. Eu pedia
desesperadamente, segurava sua mão e alisava seu rosto frio.
-Eu
amo você. Sussurrei em seu ouvido, distribuindo beijos por seu rosto. Não me
deixaram ficar por muito tempo ali. Carlisle tentou me convencer a voltar para
sua casa, mas eu não sairia de perto de Edward em nenhum momento. Os dias foram
se passando lentamente, a primeira semana foi tortuosa. Maria sempre vinha para
me fazer companhia. Às vezes Thomas vinha fazer uma visita e trazia flores
compradas por Carlisle. Durante o dia eu ficava lá, o tempo todo, mas a noite
eu era obrigada a ir para casa dormir. Eu não tinha sono, mas era só eu colocar
uma das camisas dele que eu conseguia ter uma noite tranquila. Carlisle o
visitava todos os dias também. Ele não falava, comigo, não falava com Maria e
mal falava com Thomas. Ele estava sofrendo e isso era notável. Todos os dias de
manhã eu fala para Edward sobre o tempo na cidade, sobre minha vida e sobre o
bebê. Eu não sabia se ele ouvia, eu pedia que ele me desse um sinal, mas ele
nada fazia. No primeiro dia da segunda semana, o Doutor Jacob me chamou para
conversar.
POV_EDWARD
Eu
continuava preso na escuridão. Não havia dor, nem medo. Era tudo escuro. Será
que eu havia morrido? Isso não parecia com a morte. Eu ainda sentia estar preso
em um corpo, mas não entendia o que acontecia. Não sentia o tempo passar.
Quanto tempo seria? Mas quando eu menos esperava, senti um feixe de luz aparecer
na escuridão. Era como se meu corpo fosse tele transportado para outro local. Era
como um sonho.
Eu estava em uma campina. Havia
muitas flores e muito verde. Uma menina estava comigo, ela tinha feições doces
e sensíveis. Seu vestido branco balançava com a brisa suave do local. Ela me
olhava sorrindo e bagunçava os meus cabelos. Depois olhou para algum ponto
atrás de mime sorriu. Virei meu corpo para o mesmo local e a vi. Ela saia entre
as arvores campestres linda. Um pequeno ser a acompanhava, segurando sua mãe.
Um menino que tinha as feições delas, o sorriso dela. Eles caminhavam
calmamente até mim, e quando finalmente se aproximou, ele segurou minha mãe e
entregou a dela. Ela me olhava sorrindo. As duas crianças deram as mãos e
caminharam para o mesmo lugar de onde Bella havia surgido.
-Edward.
Ouvi o sussurro ao longe e fui enviado de volta para a escuridão. Era ela. Ela
estava ali comigo, seja lá onde eu estava. -Meu amor. Volta. Por favor. Eu
preciso de você aqui. Nós precisamos. Ela pedia melancolicamente. Eu queria
voltar. Eu estava confuso, onde eu estava e o que estava acontecendo comigo.
Ela sabia que eu não havia morrido? Eu sentia um toque quente em meu rosto. A
pressão em minha mão era sentida em meu corpo todo. Era como se eu estivesse
dormindo. Senti seus lábios quentes em meus ouvidos e as palavras que eu tanto
amava ouvir soaram como música.
-Eu
amo você. Os beijos eram calmos e distribuídos lentamente por meu rosto. Eu
sentia isso sempre. Não poderia dizer que eram todos os dias, pois que não
sabia se já havia passado algum dia. Ela sempre falava comigo, dizia que o dia
estava ensolarado e que queria que eu voltasse logo. Ela dizia que “eles”
precisavam de mim. Mas eles quem? Eu queria voltar para ela. Para o “eles” que
ele dizia. Sempre que sua voz suave entrava por mim, me transmitia calma e paz.
Depois de um tempo eu ouvi outras vozes também. Elas falavam de medicamentos e
injeções. A compreensão me tomou. Eu estava em coma, mas como eu havia parado
ali? Eu não conseguia me lembrar de muita coisa. Eu me lembrava dela, e de
nossos momentos, mas o resto era um borrão escuro. Eu ouvia um homem pedindo
perdão. Mas aquela voz era desconhecida. Eu tinha medo, e queria que ele se
afastasse de mim. Ele chorava e segurava minha mão. Sua dor era quase papável. Mas
ele sempre ia embora e um vazio se formava dentro de mim. Ouvi quando a porta abriu ruidosamente e
um choro desesperado que eu conhecia muito bem. O cheiro de morangos preenchia
o ambiente e eu queria saber por que Bella estava desesperada. Ela chorava, eu
sentia as lágrimas molharem meu próprio rosto. Eu queria dizer que estava tudo
bem, mas não tinha voz. Ela segurava meu rosto com força, mas eu não sentia
dor.
-É
preciso senhorita. Ouvi uma voz grossa dizer.
-NÃO.
Gritou ela.
Eu
sentia seu próprio desespero. Deixava-me louco senti-la assim. Eu tinha vontade
de gritar. Forcei meu corpo a reagir e forcei as palavras a saírem. Começava a
doer, eu sentia a agulha em meus braços, alguma coisa incomodava minha
respiração, pois havia um fio dentro de meu nariz. A dor era tão grande que eu
estava com medo de não agüentar. Eu queria sentir as mãos de Bella em mim, queria
que ela me confortasse. Com toda a força que eu tinha dentro de mim, forcei as
palavras a saírem.
-Bella.
2 comentários:
ownt quero saber o que vai acontecer! Edward morrer não pode' RUM kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Awon adorei*-*continue
Postar um comentário