Capítulo 19
Bella P.O.V
Surpresa, estarrecida... Essas eram as palavras que me definiam nesse momento.
Assim que entrei no carro com o Jacob, já estava preparada para a dura jornada que enfrentaria, mas me enganei muito! Aqui na minha frente estava o Jacob gentil, amável, delicado e apaixonante.
_Eu não quero te perder Bella. - ele me olhava nos olhos e sua expressão estava me agoniando. Estávamos no mesmo parque onde eu tinha feito o piquenique com o Edward e tinha lhe contado toda a verdade. Eu só ouvia um zumbido em meu ouvido até ouvir o nome de Edward ser pronunciado, alguma coisa explodiu em meu peito e resolvi agir.
_Jacob não se pode perder o que nunca tivemos. Eu nunca fui verdadeiramente sua, o que você fez com agente não tem perdão. Mentiu, enganou me fez acreditar que ele me traia com a prima... - meu tom de voz estava se alterando e isso era sinal que minha parca paciência estava no limite. _ Eu voltei para o Edward e agora é para sempre. Nada nem ninguém vai nos separar! - falei convicta e essa era minha verdade.
Jacob nada respondeu, colocou a mão no bolso da calça e tirou de lá uns papéis amassados que assim que ele tentou arrumá-los reconheci como sendo do divórcio.
_Não tem mais volta então? - perguntou ainda numa última tentativa de me fazer desistir dos meus planos, que não teriam voltam nunca mais. Sacudi a cabeça em resposta dando por encerado mais uma etapa da minha vida.
Ele se sentou ao meu lado no banco e me pediu uma caneta, entreguei a ele e vi minha liberdade tão aguardada sendo escrita de forma calma e totalmente inesperada. Meu passaporte para a felicidade estava assinado e agora estendido para mim, peguei sem deixar de sorrir.
_Sei que fui um idiota Bella, mas a maior prova que ainda te amo é te deixando livre para seguir sua vida. Vamos, vou te levar pra loja. - coloquei os papeis na bolsa e segui em direção ao carro em silêncio. Não conseguia pensar em nada a não ser na felicidade do Edward quando eu desse a noticia.
Chegamos à loja e antes que eu saísse ele me puxou para um daqueles abraços apertados que eu sempre reclamava por doerem meus músculos. Fiquei sem ação e logo o abraço foi desfeito permitindo assim que eu saísse do carro e corresse em direção a loja sem olhar para trás ainda ouvindo um adeus baixo.
Não estava disposta a dar explicações a Alice e passei o restante do dia afundada em papéis e ao telefone com clientes e representantes. A viagem de Alice estava próxima e a loja estava um caos, não pela viagem em si, mas pela Alice que estava uma pilha de nervos.
No fim do dia Edward me ligou me convidando para jantar e aproveitei que amanhã é o dia da prova de fogo, resolvi dormir em seu apartamento.
_Alice vou dormir na casa do Edward, qualquer coisa me ligue. - antes que eu terminasse ela veio com seus surtos explosivos e absurdos.
_Você está louca se vou atrapalhar a festinha particular... Vocês estão de um jeito que até atrasada a senhorita chegou... - desviei os olhos e fui pegar minha bolsa.
_Não é nada disso Alice, depois conversamos. - beijei seu rosto e sai encontrando Edward no carro com a cabeça encostada no banco e de olhos fechados. Era a imagem mais linda do meu dia e isso me fez lembrar que logo teria essa imagem todos os dias. Apertei a bolsa como se confirmasse que os papéis estavam lá e seria meu presente para ele.
Dei a volta no carro e abri a porta do carona sendo brindada pelo olhar abrasador e irresistível.
_Oi, desculpe a demora, você sabe como a Alice é. - fechei a porta e fui puxada pela nuca para um beijo cheio de saudades. Depois de findado o beijo que sempre me deixava sem fôlego fomos pra “casa”.
O jantar foi perfeito e não demoramos mais que duas horas para voltar correndo para o apartamento e nos entregarmos mais uma vez a volúpia que nos consumia...
Fizemos amor de uma forma incrivelmente intensa e deliciosa e adormecemos abraçados e saciados...
[...]
O dia que eu mais temi nos últimos tempos chegou brilhante e ensolarado. O sol parecia brincar com meu nervosismo e Edward estava mais irritante que nunca.
_Anjo você está ótima!- Edward falava comigo e era a mesma coisa que nada, estava uma pilha de nervos. Foram longos seis anos com a Esme tendo péssimos pensamentos em relação a mim. Não falei com o Edward sobre a conversa com o Jacob, deixei para falar a noite depois do desfecho do fim de semana.
_Eu estou apavorada... - realmente estava apavorada.
_Bella, minha mãe não vai ter morder, você está linda e vamos para não nos atrasarmos! - ele falava e tentava me tirar de frente do espelho onde eu alisava pela milésima vez o conjunto que usava.
Sai do meu transe e peguei a valise em cima da cama, nela eu tinha colocado uma muda de roupa e um biquíni que com o sol que estava, com certeza iríamos usar na piscina. Edward como sempre estava lindo, usava uma camisa de malha verde que fazia um contraste com seus olhos como se fossem um só e uma bermuda jeans escura. Fomos o caminho inteiro em silêncio, vez ou outra ele pegava em minha mão e levava aos lábios isso me acalmava de uma forma que ele não poderia nem imaginar. Quando reconheci a entrada da residência estremeci e isso não passou despercebido a ele.
_Tudo bem? Quer desistir? - ele me perguntou parando o carro no acostamento para me olhar nos olhos. Não iria desistir agora, não depois de tomar as decisões que deveria ter tomado há anos atrás por covardia e insegurança. Via em seus olhos como aquele fim de semana era importante para ele... Eu não era uma covarde, iria até o fim nem que pra isso eu tivesse que matar vários leões.
_Não... Estou bem, vamos entrar e acabar logo com isso! - respirei fundo e ele fez o que foi pedido adentrou na casa.
Assim que paramos em frente à enorme mansão branca e verde fomos recepcionados por nada mais nada menos que D. Esme, logo sendo seguida pela Rose que tinha um sorriso fenomenal no rosto e foi a primeira a falar.
_Bella! Ainda bem que você veio! - passou por sua mãe que me olhava especuladamente e me abraçou como sempre que nos encontrávamos.
_Essa frase já está ficando repetitiva Rose. - Edward falou passando os braços em minha cintura assim que a Rose se afastou.
_Porque não viria? - respondi sorrindo um pouco e me aproximando mais do Edward. _ E antes que você diga que a resposta também é repetitiva, é a única que se aplica ao momento. - dei um beijo no rosto de Edward como se assim eu me sentisse mais segura e confiante para a próxima etapa dos cumprimentos. Todo o tempo que conversávamos Esme ficou calada, com uma expressão indecifrável, só observava e o momento de cumprimentá-la chegou.
_Bom dia meu filho! Em fim você chegou! - aproximou-se de nós e logo apertei meus dedos na mão de Edward que estava entre as minhas. Ela beijou o lado oposto que eu tinha beijado e o olhou com um amor genuíno de mãe.
_Bom dia mãe! -Ele retribuiu o beijo sem me soltar e assim que seus olhos pousaram em mim, tive a certeza que esses seis anos que ela passou longe do filho eram atribuídos somente a mim.
_Bom dia Isabella, seja bem vinda!
_Bom dia Esme, tudo bem?- respondi com a voz mais firme que consegui.
_Tudo em ordem, vamos entrar só faltava vocês. Seu pai está pendurado ao telefone resolvendo coisas da sua segunda família. Chegamos á sala Carlisle estava desligando o telefone e logo veio me abraçar.
_Bom dia Bella, seja bem vinda novamente! - falou sorrindo e me senti acolhida ao olhar para os olhos tranquilos e sábios da pessoa que me viu chegar ao fundo do poço e agora me via escalando as paredes para tentar se reerguer.
Depois de uns minutos que foram breves Esme chamou a todos para a mesa do café avisando que ainda faltava uma pessoa a chegar. Não tardou para que eu visse a pessoa em questão e não pude deixar de ficar surpresa ao ver Tânia chegar esbaforida sendo do seguida por Jasper e Alice.
_Bom dia, desculpe o atraso meu plantão demorou mais que o esperado. - falou com um sorriso nada acolhedor em minha opinião.
_Não se preocupe querida, não tomamos café ainda. - falou Esme cheia de dedos e ali eu percebi que Esme tinha uma preferida e Tânia, uma aliada... - _Vamos nos sentar, conhece a Isabella, não é Tânia? - perguntou Esme indicando um lugar para que ela sentasse, bem de frente a mim.
_Conheço Isabella sim Esme, tudo bem? -perguntou a espiga de milho com a maior cara de paisagem.
_Tudo ótimo Tânia! - assim eu encerrei qualquer tipo de conversa que poderia haver entre nós.
O café transcorreu tranquilo até todos irmos para a piscina e a Rose dar a idéia de darmos um mergulho. Ela e Alice foram para dentro de casa e eu preferi me trocar na casa da piscina já que minha valise estava no carro. Edward me levou até a lá e ao entrar fui surpreendida pela voz te Tânia.
_Pensei que não teria a coragem de aparecer. - falou com desdém me olhando pelo reflexo do grande espelho de frente á porta.
_Por que não viria? - perguntei reunindo toda paciência que acumulei desde que Alice me falou da biscate.
_Vi você com seu marido ontem... - estava prendendo os cabelos e parei o movimento no ato. Tinha certeza que estava pálida. _Tinha certeza que você enganaria o Edward novamente. - ela continuava falando e aquilo entrava na minha mente como pancadas dadas por um taco de beisebol.
Antes que eu me recompusesse para responder a altura começou o meu pesadelo. Esme entrou como um furacão soltando seu veneno que estava preso por tantos anos.
_EU SABIA QUE VOCÊ IA FAZER NOVAMENTE! - ela estava com os olhos arregalados e olhava de mim para Tânia a todo o momento. _Coração de mãe não se engana, você não serve para meu filho! - eu não conseguia esboçar nenhuma reação, estava em choque, não sabia o que fazer. Agora eu via que tinha errado em não contar ao Edward sobre o encontro com o Jack...
Nesse redemoinho de confusão e falatórios de Esme, vi que meu pesadelo estava em fase inicial e era daqueles que se tenta acordar e não conseguimos. Edward estava parado na porta e pela sua expressão tinha ouvido boa parte da conversa.
Esme não perdeu tempo, assim que avistou Edward na porta começou a ladainha novamente.
_Eu te avisei meu filho, ela não é pra você. A Tânia viu tudo, conta pra ele Tânia... - ela olhava de mim para ele com os olhos arregalados. Tânia tratou de sair da situação não falando nada.
_Mãe o que está acontecendo? - ele perguntou se aproximando de mim e eu busquei sua mão segurando firme e sentindo a mesma vertigem que senti no banheiro da casa de Alice quando o Jacob me atacou. Só que desta vez eu teria que ser forte, não poderia simplesmente desmaiar e dormir por dois dias tinha que me fazer ouvir.
Esme continuava instigando a confusão pedindo a Tânia que contasse o que tinha visto a todo o momento. Antes que a Tânia abrisse a boca eu resolvi me pronunciar.
_Não foi nada demais Edward, Tânia ontem me viu conversando com o Jacob... -Esme me interrompeu antes que concluísse me deixando impaciente.
_E você ainda fala com essa cara deslavada?
_Mãe, deixa a Bella falar! - ele estava com a expressão calma, mas seus olhos estavam escuros e difíceis de ler. Continuei minha narrativa.
_Ontem depois que você me deixou na loja, o Jacob veio atrás de mim, ele queria me entregar os papéis do divórcio. - a boca de Tânia se abriu em um “o” maiúsculo e Esme não convencida disse que estávamos abraçados. _Esme, por favor, isso é assunto meu. - falei rude, não estava mais aguentando mais ouvir suas acusações.
_Eu falei alguma mentira Isabella? - perguntou com desdém se sentindo a dona da verdade. Olhei para todos e sai sem dar resposta. Passei por todos na piscina e antes que conseguisse alcançar o portão senti as mãos de Edward me segurando com força. Só percebi que chorava quando fechei os olhos e senti as lágrimas quentes descerem pelo meu rosto.
_Hei Bella! Olhe pra mim? - ele me virou de frente e continuei com os olhos fechados. Podia parecer criancice, mas estava com medo de ver a mágoa e a decepção em seus olhos. _ Você pode me explicar essa situação toda? Acho que mereço uma boa explicação. Nós dois sabemos o que palavras não ditas causam. - ele tocou em feridas ainda não cicatrizadas e isso me fez cair em um pranto doloroso e totalmente desesperado.
Eu era uma burra de marca maior, se tivesse contado a ele ontem, nada disso estaria acontecendo... Abri os olhos lentamente e a raiva da Esme e da Tânia aflorou e me deram a coragem de contar tudo mesmo correndo o risco de não ser entendida...
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