Capítulo 14
POV_EDWARD
Ter
Bella em meus braços naquela manha fria era a melhor coisa que eu poderia ter. Sua
barriga estava com um formato redondo quase imperceptível, mas eu já podia
sentir a presença dos meus dois bebês lá dentro. Não consegui entender o que se
passava dentro de mim, havia uma sensação estranha, era como se eu precisasse
provar aos meus filhos que eu seria o melhor pai do mundo. Eu os amaria
incondicionalmente, nunca seria capaz de levantar uma mão para eles, nunca
seria capaz de brigar, e em nenhum momento eu deixaria de amá-los. Eles junto
com Bella eram o bem mais precioso que eu tenho. Eu imaginava o futuro. Talvez
eu não me lembrasse do meu passado. Era como se minha mente estivesse bloqueando
as lembranças desagradáveis. O que será que havia acontecido de ruim no meu
passado? Será que eu era uma pessoa mal? Não, provavelmente não. Se eu fosse
mal, eu não teria o amor dessa menina, e muito menos com dois pequenos seres a
caminho. Talvez algo trágico houvesse acontecido comigo antes do acidente. E
minha mãe, ainda era viva? Eu tinha uma família fora meu pai? Porque eu não me
lembrava das coisas, mas de Bella eu tinha lembranças, mesmo que mínimas. Bom,
acho que isso seria fácil de explicar. A intensidade do meu sentimento era a
explicação. Não havia outro motivo lógico para eu ter algumas lembranças dela.
Nem poderia ser constatada como lembrança, e sim como uma essência do meu
passado. Ela era a essência da minha vida, minha alegria, meu amor. Eu tinha
tantas perguntas a fazer para Bella, mas não queria importuná-la com minhas dúvidas
e medos. Eu não tinha confiança o suficiente para falar com meu... Pai? Não, eu
não me sentia confortável o suficiente para ir lhe falar sobre antes. Eu sentia
em meu coração um estranho sentimento de amor por ele. Meu coração o reconhecia
como pai, mas minha mente não processava isso corretamente. Eu queria fazer as
coisas devagar, sem pressão. O futuro que importava para mim agora. O futuro
com Bella e os bebês. Como seria quando ele nascesse, iríamos morar em outra
casa? Será que eu tinha um trabalho, como eu iria manté-los? Será que eu
deveria pedi-la em casamento. Casamento. Será que seria correto? Será que ela
aceitaria se casar com uma pessoa que mal sabe sobre o próprio passado? Fui
afastado de meus pensamentos quando o carro de Carlisle parou na frente. Um
sentimento estranho tomou conta do meu coração quando eu vi uma mulher muito
bonita e com feição doce desceu do carro acompanhada de um homem grandão com feições
de menino. Havia também uma pequenina de cabelos loiros e encaracolados junto
com eles. Eu sentia um estranho aperto em meu coração, era como se eu estivesse
em casa novamente, como se essas pessoas fossem importantes para mim, de alguma
forma. Flashes de algumas lembranças passaram por minha mente. Os meus amigos
da escola. Meus irmãos de coração. Corri até a mulher que tinha o mesmo rosto
da menininha de anos atrás, mas não sabia o que fazer. Se eu a abraçasse, eu a
assustaria? Mas ela parecia feliz em me ver, então, sem me conter, corri até
ela e a abracei apertado. Eu sentia meu coração explodir em felicidade e amor.
Era um amor tão intenso e doce, não era nada parecido com o amor louco que eu
sentia por Bella, mas era realmente agradável me sentir querido por aquelas
pessoas. O grandão também me puxou para um abraço que eu poderia classificar
com um abraço de urso. Olhei de relance para Carlisle, que sorria ternamente
com a cena. Eu queria ir até ele o abraçá-lo também. Agradecer por estar me
ajudando dessa forma. Mas achei que seria melhor conversar com ele mais tarde. Fomos
para dentro de casa, eu me sentia feliz completo com eles ali, e queria dividir
minha alegria com Bella também, pois ela era parte maior em meu sentimento. Ela
me olhava ternamente e quando me aproximei, sussurrou em meu ouvido.
-Se
lembra deles? Perguntou confusa. Todos pareciam esperar minha resposta, eu não
sabia o que dizer, eu não consegui fazer minha voz sair. Mas com muito esforço,
falei a verdade.
-Eu...
Eu não sei o nome... Mas me lembro da escola, dos valentões, de tudo. Disse
rindo feito um idiota.
-Isso
é bom. Muito bom. Disse minha menina em meu ouvido. Estávamos todos reunidos na
sala, mas eu não sabia o que fazer ou falar. Eu não me lembrava de muita coisa,
e não tinha muito que dizer depois que acordei. Queria falar para eles sobre
Bella, sobre meus filhos, a minha maior alegria. O clima estava um pouco tenso,
mas Bella com sua voz doce deixou o ar mais leve.
-Então,
Edward me falou de vocês. Disse ela olhando carinhosamente o rosto da mulher.
-Oh,
sim. Espero que bem? Brincou o homem com cara de menino.
-Sim,
muito bem. Disse ela sorrindo ternamente para mim. Eu me esforçava para lembrar
o dia que estava com eles, minha cabeça doía um pouco quando eu tentava-me lembrar
de algo, mas as coisas viam quase que naturalmente. O dia em que os valentões
tentaram me pegar. A loira estava comigo, e logo ele chegou. Lembrei-me da voz
debochada dos outros meninos quando ele se colocou ao meu lado.
-Emmet.
Disse com a voz baixa, temendo ter errado.
-Sim
brother, sou eu. Disse ele feliz. -E essa é minha esposa Rosalie.
-E
quem é a menininha linda? Perguntou Bella sempre carinhosa.
-Ah,
é a Clair, nossa filha. Disse Rose com orgulho nos olhos. Eu me sentia assim
também, e vi que era a oportunidade perfeita para dizer-lhes que eu também
teria filhos.
-Oh,
ela não vai ser muito mais velha que os bebês, podem ser amigos não é Bella? Perguntei
tentando não parecer óbvio como eu queria falar sobre esse assunto.
-Sim,
realmente. Respondeu ela feliz.
-Que
bebês?
-
A Bella está grávida de gêmeos. Disse sentindo com peito inflar, meu ego ser
massageado e meu coração bater fortemente. Eu teria dois filhos da mulher mais
linda e perfeita de todo o mundo.
-Isso
é ótimo. Parabéns papai. Parabenizou Rose.
-Que
força em Edward? Brincou Emmet. Sim, realmente ele ainda era uma criança. A
campainha tocou, fazendo nossas atenções se voltar à porta. Carlisle, que até
então se mantinha calado, foi abri-la. Uma loira estranhamente vulgar apareceu
na porta e logo se pendurou no pescoço de Carlisle. Pela sua forma vulgar de
abordar ele, provavelmente não seria uma parenta e sim alguma namorada. Mas o
que mais me chocou, foi quando ela veio até mim e se sentou em meu colo. Minha
mente processava tudo rápido, quem ela era e o que ela representava para mim?
Pude ver de relance Bella vermelha, soltando fumaça de raiva. Quando a mulher
se pronunciou fiquei realmente com medo do que ela poderia causar a mim a
partir de agora. Merda será que eu traia Bella? Impossível, qual idiota iria
olhar para essa mulher vulgar, quando se tem a criatura mais doce e perfeita ao
lado? Estava tão distraído em forçar minha mente a se lembrar de alguma coisa,
que nem havia notado que a campainha tocou novamente.
-Mãe?
Sussurrou Bella. Mas quando vi Bella despencar no chão, empurrei a loira com
mais força que necessário, e corri até ela. Não havia notado que a loira tinha
caído, apenas vi Carlisle nervoso, puxá-la para longe. Após alguns minutos
desacordada, Bella abriu os olhos lentamente.
-Amor,
você está bem? Perguntei preocupado. Ela olhou para a porta e a mulher continuava
lá, com o rosto banhado em lágrimas. Mas a tristeza que ela transmitia não chegava
aos seus olhos.
-Oh,
meu bebê, que bom te encontrar novamente. Disse ela ao se aproximar. Bella
estremeceu em meus braços e eu a apertei mais contra mim. Eu sentia uma
estranha vontade de proteger Bella daquela mulher, meu corpo não queria
permitir a ela se aproximasse mais de minha menina. Ela se agachou em nossa
frente e tentou tocar o roto dela, mas Bella de escondeu em meu peito. A
sensação de protegê-la tornou-se mais intensa e quando a mulher tentou tocar os
cabelos de minha menina eu interferi.
-Não
toque nela. Disse nervoso. Sua máscara de tristeza caiu, dando lugar a uma ira
intensa.
-Quem
você pensa que é para me proibir de tocar em minha filha? Perguntou irada.
-Eu
posso não ser ninguém, mas está claro que ela não está preparada para isso.
Deixe-me conversar com ela alguns instantes a sós, depois você fala com ela.
-Tudo
bem. Disse a contragosto.
-Fique
aqui. Falei rude.
-Edward,
nós vamos para casa, mas depois voltamos para conversarmos mais. Disse Rose
carinhosa.
-Claro,
desculpe por isso. Sussurrei. Ela apenas deu de ombros e deixou um beijo nos
cabelos de Bella e em minha testa. Emmet também se despediu e saiu pela porta,
após pegar Clair.
-Eu
já volto. Disse educadamente e subi para o quarto com Bella em meu colo. Deitei-a
na cama, mas quando me afastei um pouco, ela agarrou minha camiseta.
-Não,
fica aqui pertinho. Seu cheiro me acalma. Fiquei feliz com suas palavras e
voltei à pega-la em meu colo.
-Desculpe
não poder te ajudar completamente, mas eu não faço ideia do que essa mulher fez
para você. Disse baixinho afagando suas
costas.
-Ela
traia meu pai com o vizinho. Meu pai também se tornou portador do vírus por
causa dela e morreu. Ela nos abandonou para ficar com o amante. Eu fiquei em
choque por alguns minutos. Merda, eu tinha que lembrar pelo menos disso, fazer
ela falar sobre suas lembranças tristes não ajudou em nada no momento.
-Desculpe
por não ser útil. Disse com tom
amargurado.
-Você
é mais útil do que imagina Edward, eu iria desmoronar muito mais se não tivesse
com você. Disse ela com o rosto enterrado em meu peito. Ficamos por alguns
minutos em silêncio. Alisei seus cabelos ternamente, dei-lhe o tempo que ela
precisava.
-Eu
não quero falar com ela. Disse firme, olhando em meus olhos.
-Olha
Bella, eu vou apoiar sua decisão, mas pensa bem. Se você falar com ela agora
será melhor, assim ela vai embora de uma vez. Você não vai ficar com a cabeça
pesada, pensando sobre o que ela poderia querer falar com você.
-É
esse o problema Edward, o que ela quer comigo logo agora? Tudo está tão certo,
tão correto, ai ela chega e desmorona tudo. O que ela pode querer comigo, se
ela já estragou minha vida antes?
-Tudo
bem amor, se você não quer falar com ela, eu vou lá e dispenso. Não precisa
ficar nervosa. Disse ternamente, alisando seu rosto contorcido em angustia.
-Não.
Você tem razão, é melhor eu ir de uma vez por todas. Ela parecia firme e
decidida, mas eu sabia que por dentro ela estava assustada, nervosa. Descemos
as escadas lentamente. Eu segurava sua mão e ela repousada a cabeça em meu
peito. Havia concordado que era melhor eu estar presente também. A mulher
conversava aos sussurros no telefone. Achei isso suspeito e pedi para Bella
fazer silêncio. Ficamos a espreita, tentando ouvir o que ela dizia. Pouca coisa
eu consegui captar, e Bella pareceu entender também, pois sua face triste
estava agora muito nervosa.
-Eu
sei o que faço, Wallace.. Ela é uma menina inocente, traduzindo, idiota... Eu
vou fazer tudo certo... Vou ficar rica à custa dela... Bella olhou para mim,
mas dessa vez não tinha o semblante triste, e sim maquiavélico. Ela andou
até a sala e eu fui atrás.
POV_BELLA
Eu
não esperava reencontrar minha mãe. Eu não estava pronta para isso.
Principalmente agora. Eu estava muito fragilizada com sua presença, mas Edward
percebeu que eu precisava respirar alguns minutos antes de ouvir o que ela tem
a dizer. Eu fiquei o tempo todo nos braços de Edward, seu cheiro próprio me
acalmava. Eu ficava mais tranqüila e com a cabeça mais leve para pensar. Ele
ficaria do meu lado o tempo todo, era isso que importa. Quando finalmente me
achava pronta para ir falar com ela desci, mas não estava pronta para ouvir o
que ouvi. Eu sabia que ela não tinha sentimento por mim, mas ela queria me usar
para conseguir dinheiro? Ela havia chegado ao fundo do poço, eu não iria
permitir que ela se aproveitasse de mim, ela iria ver só que era a inocente da
historia. Edward ficou preocupado, pois no lugar da tristeza, eu vesti a máscara
de uma pessoa fria e calculista. Era assim que ela merecia ser tratada, com
frieza, sem sentimentos. Pois ela não tinha sentimentos por ninguém e também
não merecia ser querida por ninguém.
-Então
Renné, o que você quer comigo? Perguntei friamente.
-Oh,
minha menina, eu vim pedir por seu perdão. Eu sei que eu errei muito querida,
mas agora, mais do que nunca eu preciso estar de bem com você, para poder
partir tranqüila. - Disse ela com falsas lágrimas no rosto. Ao meu lado Edward
bufou e eu quase tinha vontade de rir, se não fosse pelo vazio que eu sentia
dentro de mim. Sua máscara era de falsa tristeza e a minha era de falsa frieza,
pois na verdade eu queria chorar e dizer que ela não tinha o direito de fazer
isso comigo, ela não tinha o direito de me machucar novamente. Mas eu não riria
dar esse gostinho a ela, eu iria enfrentá-la, depois, quando estivesse apenas
com Edward, eu choraria pela morte de minha mãe. Sim, morte, pois depois de
hoje eu não seria capaz de perdoá-la mais. Se ao menos ela fosse como Carlisle,
e quisesse sinceramente meu perdão, eu poderia até pensar. Mas era tudo parte
de uma mentira, ela não estava nem se importado comigo, diferente de Carlisle
que estava fazendo de tudo para recuperar o amor de seu filho.
-E
porque você quer meu perdão? Para eu poder passar todo o meu tempo cuidando de
você, te sustentando com um dinheiro que não é meu? Perguntei rudemente. Sua máscara
deslizou por alguns instantes, ela ficou chocada com minhas palavras.
-Claro
que não é isso menina. O médico não me deu muito tempo de vida, e eu queria
fazer certo dessa vez. Eu preciso do seu perdão para partir tranqüila.
-Por
mim você pode queimar no inferno sem o meu perdão, pois eu nunca vou perdoar o
que você fez para mim e principalmente para meu pai. Não tem vergonha de ser
tão falsa Renné? Você viveu como uma vagabunda, uma verdadeira vagabunda. E
sabe o que é o mais engraçado disso tudo? O engraçado é saber que você vai morrer
sozinha. Você já fez mal para tanta gente, nunca amou ninguém e agora vai
morrer sozinha.
-Olha
com você fala comigo garota. Disse ela, sem máscara nenhuma, com sua feição
fria e calculista de sempre. -Quem você pensa que é hein? Ela estava muito
nervosa, segurava meus braços. Edward já estava pronto para afastá-la, mas eu o
olhei ele logo entendeu que não era necessário. Olhei friamente para a mulher a
minha frente. Quem a visse, nunca diria que ela era portadora do vírus HIV. Uma
mulher bonita, mas frívola, fria e vazia por dentro. De que adiantava a beleza
exterior, sendo que por dentro é tudo negro e podre?
-Você
é vazia Renné, não ama ninguém a não ser a si mesmo, da mesma forma que ninguém
te ama. Você vai ficar sozinha sim. Quem eu penso que sou? Deixe-me pensar?
Hummn... Eu até tenho muito a te agradecer sabia, se não fosse por você, eu não
teria tudo o que eu tenho agora. Obrigado Renné, muito obrigado. Ela me olhava
confusa, talvez não entendesse que eu tinha tudo. Tudo o que ela nunca teria.
-Você
só pode estar louca. Agradecer por passar parte do seu tempo cuidando de um aidético?
Ficar sem mãe, morando de favor na casa da amante do seu pai?
-Não
sua idiota. Falei sorrindo, eu estava assustada com minha própria frieza. -Por
ter conhecido a mulher que provavelmente era para ser minha mãe, conhecer minha
irmã, e principalmente por conhecer Edward. Sabe o que ele me dar Renné? Ele me
dá amor, carinho, uma coisa que você nunca vai receber de ninguém, como eu já
disse antes, você vai morrer sozinha, sem saber o que é sentir a alegria que eu
sinto por você estar caindo. E sabe o que ele me deu recentemente? Duas
crianças, dois bebês. Sim, eu estou grávida, eu vou amar meus filhos da forma
que você nunca me amou e eles vão me amar da forma que eu nunca te amei. Ela me
olhava chocada agora. As lágrimas que havia em seu rosto, poderiam dizer que
era de dor verdadeira. A dor de ver a verdade tão clara. Ninguém nunca teve
peito para colocar a verdade na cara dela, mas eu não poderia deixar essa
oportunidade passar. Quem sabe agora ela não toma jeito e muda o rumo da sua
vida. Ela soltou meus braços, que ardiam por conta do aperto. Secou as lágrimas
e me olhou com um sorriso de debocha.
-Sabe
o que eu desejo que aconteça? Eu queria muito que seu namoradinho que você
tanto diz te amar, ache alguém menos idiota que você. E sobre os pirralhos que
você carrega ai. Disse apontando para minha barriga. -Eu quero que eles morram.
Melhor, eu quero que eles cresçam saudáveis dentro de você, mas na hora de nascerem,
eles podiam nascer mortos. Ai, você também iria morrer de tristeza e sozinha da
mesma forma que você quer que eu morra. Sem seu namoradinho e sem seus filhos. Dessa
vez era eu que estava mais que chocada.
-E
se seus pirralhos infelizmente não nascerem mortos, cuidado, alguém pode fazer
alguma coisa contra eles. Eu sabia muito bem o que ela queria dizer. Era uma
ameaça. Não controlei minha raiva a dei um tapa na sua cara. Seu rosto ficou
manchado com a marca vermelha de meus dedos e um pequeno corte no lábio.
-Dá
o fora da minha casa, some da minha vida. Falei baixo tentando controlar a
raiva. Isso não faria bem para os bebês. -Se você pensar em fazer alguma coisa
contra meus filhos, eu acabo com sua raça, não tenha dúvida do que eu sou
capaz... Mãe!
-Isso
não é um adeus querida, eu volto antes do que você espera. Ela andou lentamente
para a porta, e eu sentia meu corpo tremer. Vi também que Carlisle puxava a
loira pelos braços e sem esperar Renné saiu, empurrou-a porta a fora. Sua
expressão era nervosa, mas ele não parou para falar conosco, passou direto e
foi para seu escritório. Edward me abraçou apertado e eu deixei as lágrimas
descerem lentamente por meus olhos. Eu me sentia tão... Mal. Sentia-me igual a
ela. Eu me sentia suja, assim como ela era.
-Edward...
Eu preciso tomar um banho... Eu... Eu... Sinto-me mal. Sinto-me como ela.
-Calma
amor, não se sinta assim. Não se compare a ela. Você é muito mais pura e doce,
não a deixe te abalar. Edward me puxou pelas escadas para o nosso quarto, tirou
minha roupa com cuidado. Eu não tinha forças para nada, eu me sentia vazia, sem
vida. Sem muita dificuldade, Edward me deixou nua na cama e foi até o banheiro.
Quando voltou, me pegou em seu colo e me levou até a banheira, que estava
cheia. Deixou meu corpo repousar na água morna e relaxante. Suas mãos quentes
massageavam meus pés tranquilamente, enquanto eu passava o sabonete por meu
corpo. Quando finalmente senti-me limpa, Edward não me deixou fazer as coisas,
simplesmente me tirou da banheira, secou meu corpo e apenas me vestiu com uma
de suas camisas. Eu me sentia pesada, o sono quase me dominava, meus olhos não
abriam mais. Sentia a cama embaixo de mim e com as últimas forças que tinha,
enrolei meus dedos na camisa de Edward, com medo dele se afastar de mim. Seu
cheiro me dominou completamente, e percebi que estava com o rosto enterrado em
seu peito.
-Durma
anjo, eu te amo e nunca vou deixar essa mulher te fazer mal. Essa foi às únicas
palavras que eu ouvi, antes de cair na escuridão profunda do sono.
POV_CARLISLE
Definitivamente
trazer os amigos de Edward para vê-lo foi à melhor decisão. Eles conversavam
animadamente, e eu apenas observava, me sentindo sobrando ali, mas não queria
sai, não poderia deixar de ver a expressão de alegria em seus olhos. Mas eu não
esperava tantas surpresas em um dia só. Nem me lembrava de mais da existência
de Tânia. Fiquei ainda mais chocado ao
ver a mulher que Bella dizia ser sua mãe. Não compreendi sua reação, não sabia
qual era sua história de vida com a mãe, mas de uma coisa eu tinha certeza, a
presença de Tânia e da mãe ao mesmo tempo não faria bem a ela. E isso não faria
bem a Edward e principalmente aos bebês. Puxei Tânia pelo braço e a levei para
meu escritório. Será que ela não entendeu que eu não a queria mais perto de
mim?
-O
que veio fazer aqui? Perguntei rudemente.
-Nossa
Carl, isso e maneira de me tratar? Perguntou fazendo manha.
-Não
enrola garota, fala logo o que você quer.
-Simples,
se você não me der um bom dinheiro, vou à polícia e conto tudo o que sei sobre
você. Eu senti uma vontade louca de estapear a cara daquela vagabunda, mas quem
era eu para julgá-la? Eu também não tinha um passado que me desse orgulho.
-Certo
quanto você quer? Eu teria que aceitar isso. Se ela me entregasse à polícia
logo agora, eu não poderia ajudar Edward em nada, ele não iria entender o motivo
da minha prisão e todo meu esforço iria pelos ares. Eu sabia que na hora
correta eu iria pagar pelos meus erros, mas não poderia ser antes de concertar
meus erros.
-10
milhões. Eu ri não eu gargalhei. Seria impossível movimentar esse dinheiro sem
levantar suspeitas.
-Olha
aqui Tânia, é impossível eu te dar esse dinheiro, mas eu poderia fazer melhor,
que tal se eu te pagar uma... Mesada? Isso, todo mês eu te dou uma mesada bem
gorda? Ela pensou por alguns minutos. Eu não me importaria em gastar esse
dinheiro, não iria fazer falta.
-Tudo
bem, mas eu quero morar aqui com você e o Eddie.
-Ora
sua vagabunda, ai você já está pedindo de mais não acha não? Disse nervoso
pegando ela pelos braços.
-Dê-se
por satisfeita com o que eu te ofereci e suma daqui. Estava saindo do
escritório quando ouvi os gritos nervosos vindo da sala. A mulher esta indo
embora, mas eu não via a hora de me livrar de Tânia, então a joguei porta a
fora e voltei para meu escritório sem falar com ninguém. Fiquei um tempo
incontável lá, sem falar com ninguém. Senti-me mal, pois eu estava dando pouca
atenção ao Thomas, talvez se eu o levasse para passear no parque da cidade
seria bom. Felizmente ele estava entretido com seus brinquedos, e não precisou presenciar
a clima tenso que se instalou na casa depois que nossas agradáveis visitas
partiram. Ouvi um barulho estrondoso vindo da sala e corri para lá. Quando
cheguei, pude ver todos ali. Edward, Bella, Thomas e também Alice e Esme, que
estava incrivelmente encantadora. Mas o
motivo principal do barulho era um enorme piano que era carregado para
dentro da sala. O sorriso no rosto de Edward era visível.
-De
quem foi a idéia de trazer o piano? Perguntou Bella também feliz.
-Carlisle,
ele achou que faria bem ao Edward, já que ele gosta quando você toca. Explicou
Esme sorrindo carinhosamente para mim. Senti meu peito inflar e meu rosto corar,
ao sentir o olhar de todos em mim, mas o que mais me surpreendeu e me fez
chorar foi quando Edward veio até mim e me puxou para um abraço apertado. Sincero.
Amoroso.
Com não recebia há anos.
POV_WALLACE (DESCONHECIDO)
Eu
tinha vontade de rir com a cena na minha frente. Renné estava com uma marca
incrivelmente vermelha de uma pequena mão no rosto e o lábio cortado. Era quase
possível ver a fumaça sair por seus ouvidos.
-Aquela
idiotinha pensa que pode contra mim. Só porque tem Carlisle Cullen ao seu lado.
Merda. Merda. Quem aquela garotinha estúpida pensa que é para me tratar daquela
forma? Eu nada respondi. Não seria aconselhável atiçar a fera logo agora.
-Tudo
culpa sua seu incompetente, se você não tivesse me ligado ela não teria ouvido
sobre a verdade. Merda! Porraaaaaaaa. Vamos receber visitas, receba-a muito
bem. Disse ela indo para o quarto. Esperei a tal visita chegar e quando
finalmente a campainha tocou, fui até a porta atender. Senti meu membro ganhar
vida quando uma loira linda com um vestido extremamente curto apareceu na
porta. Seus seios praticamente saltavam do decote apertado.
-Posso
ajudá-la? Perguntei.
-Eu
vim ver a Renné, mas se quiser pode me ajudar mais tarde bonitão. Disse ela
entrando sem fazer cerimônia. Renné voltou à sala e sorriu genuinamente ao ver
loira gostosa.
-Oh,
que bom que veio querida. Disse ela.
-Quem
é a moça Renné? Perguntei.
-Eu
a encontrei na casa do Cullen, será de muita utilidade para nós. Explicou Renné.
-Em
que posso ser útil? Perguntou sensualmente.
-Temos
alguns planos para os Cullens, mas principalmente aos Cullens que estão a
caminho.
-O
que? Perguntou confusa.
-Os
filhos do Edward sua idiota. Disse Renné
impaciente. Ela parecia um pouco chocada com a notícia, talvez ela não soubesse
ainda. De surpresa seu semblante foi para raiva.
-Mas
o que eu vou ganhar com isso? Perguntou ela. Renné me olhou e eu sabia muito
bem do que se tratava, ela tinha bom gosto. Aproximei-me da loira gostosa, eu
por trás e Renné pela frente. Segurei a quadril da mulher e a puxei contra
minha ereção, e logo Renné chegou perto, segurando os seis fartos dela e
sussurrando em seu ouvido.
-Além
de muito dinheiro... Você pode se divertir bastante conosco. Em poucos
segundos, puxei o vestido da loira de uma só vez, deixando-a nua, enquanto
Renné tomava sua boca com fúria. Iríamos acabar com a alegria dos Cullens da
forma mais prazerosa e suja.
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