Prologo
Bella POV
Girei a cabeça preguiçosamente olhando o relógio na mesinha ao lado da cama. Sete da manhã. Relativamente cedo, mas eu já estava desperta há horas. E como não havia mais nada a fazer nessa cidade e nessa vida inútil eu saquei meu maço de cigarros e acendi um. Minha mãe obviamente ficaria furiosa se me pegasse fumando tão cedo, mas eu estava pouco me importando. Fumar me deixava mais calma, menos ansiosa.
E além do mais ela não poderia me privar disso, já que minha vida já era um tanto limitada. Olhei pela janela observando a chuva fina que escorria incessantemente. Às vezes eu me cansava dessa chuva, mas o que mais eu poderia esperar de Forks? Se bem que o sol deu o ar da graça no dia anterior e eu aproveitei para ficar a beira da piscina bebendo com minhas irmãs.
Bronzeado seria quase impossível. Não teria sol suficiente para minha pele pálida e sem graça. Além do mais... Seria uma piada, eu, Isabella Swan de biquíni. Seria uma aberração ao lado das minhas irmãs Tanya e Kate. Ambas loiras e esculturais puxaram completamente a família da minha mãe, ao passo que eu, peguei tudo da família do meu pai. O resultado disso eram esses longos cabelos castanhos avermelhados e os olhos chocolate completamente sem graça.
Suspirei e apaguei meu cigarro. Já que Deus me tirou outras coisas, pelo menos poderia ter me dado os olhos verdes de Tanya... Ou os cabelos cacheados de Kate. Mas pelo jeito o pote de coisas ruins desabou somente em minha cabeça.
Nem sei quando eu comecei a ficar meio amarga assim. Quando criança eu pouco me importava com essas limitações. Creio que fiquei assim por volta dos quatorze, quinze anos. Adolescência... Namoros... É... Pode ser isso ai. Fiquei meio revoltada por querer fazer coisas que minhas amigas e irmãs faziam e eu não podia fazer.
Mas agora com vinte anos eu descobri novos prazeres: cigarro, bebida... E meu curso de ciências contábeis que eu adorava. Não quero dizer que sou uma viciada, alcoólatra ou coisas do tipo. Bebo em finais de semana, nada exagerado. Mas o cigarro estava meio difícil de controlar.
Sentei-me na cama, apoiando em meus braços ao ouvir a movimentação na casa. Minha mãe já estava de pé e em pouco tempo viria ao meu quarto. Hoje estava meio desanimada, meio dolorida, mas era hora de encarar minha rotina.
Deixei meus olhos pousarem uns instantes em minhas “companheiras”. Querendo ou não, eram elas que me levavam aonde eu precisava ir sempre. Estariam comigo para o resto da vida. Estiquei minha mão e peguei meu par de muletas, levantando-me e caminhando até o banheiro. Mais um dia...
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