quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Marcados pelo Casamento - capítulo 8


Capítulo 8

BELLA POV

Acordei olhando para mim mesma entre os lençóis de Edward. É que na verdade eu tinha me esquecido do espelho que tinha sobre a cama dele... Como aquele lençol preto fora parar encima de mim?
 Cara, que viajem. Sentei, e olhei pro espelho novamente... Tentei imaginar uma imagem diferente da minha ali, despenteada, vermelha, com a cara amassada de sono. Tentei ver Edward em minha mente...
 Sempre glorioso, lindo, perfeito... Meu Deus particular. E foi ai que percebi a maior burrada da minha vida...
 Eu não conseguia ficar sem ele... Sem imaginá-lo, sem querê-lo, sem me preocupar com ele a cada segundo... Sem... Eu estava apaixonada por ele. Demais... Demais!
 Fiquei de pé, e fui até o banheiro. Estava esfumaçado. Ele deveria ter tomado banho antes de sair e esqueceu a porta fechada. O cheiro da fumaça era exatamente como o dele... Inebriante. Fez meu corpo todo ter espasmos de...
 Eu precisava tomar um banho. Fui até meu quarto na pontinha do pé, e vi Brenda adormecida feito uma bonequinha na minha cama. Sorri docemente para ela, e fui até o guarda roupas. Apanhei um short jeans, uma blusa amarela frente única adequada para o clima quente, sutiã ajustável, e um tênis para passar o dia num parque com a minha irmã e o meu marido. Voltei pro quarto de Edward, e fechei a porta superficialmente. As empregadas folgavam no sábado de manha, então não tinha problema...
 Entrei no chuveiro, e acompanhada pelo cheiro de Edward, tomei um dos melhores banhos da minha vida. Seria melhor se ele estivesse ali comigo... Hei Bella, NÃO SURTA! Para com esses absurdos! Terminei o banho, e quando sai do banheiro... Tchanam!

 Edward: bom dia. - meu pai amado. Paralisei diante de tamanha perfeição.
 Ele estava um gato escândalo com aquela blusa branca, e aquela calça jeans. Tão normal... Tão P-E-R-F-E-I-T-O! E eu estava de... Toalha!
 Bella: Desculpa é que a Brenda tava dormindo, e eu... – EU QUIS TOMAR BANHO AQUI PORQUE EU TAVA PENSANDO EM VOCÊ...
 Edward: não, tudo bem. – ele assentiu. Mantinha os olhos no meu rosto apenas. – sai cedo pra ir ao meu pai pegar uns documentos, e acabei conversando demais com a minha irmã. – ele sorriu de canto. – bem, vou te deixar em paz. – ele se virou, e eu notei que tinha esquecido algo MUITO importante. – aonde se vai?
 Eu já ia saindo pelo quarto, em direção ao meu pra pegar...
 Bella: esqueci da minha calcinha. – fiquei vermelha NA HORA! Ele franziu a testa.
 Edward: você vai molhar o corredor inteiro. – ele me empurrou de volta – eu pego pra você, onde é que está?
 Bella: Ok, está na terceira parte, na gaveta de baixo, a ultima. – ele assentiu, e saiu. CARACA, ELE IA PEGAR UMA CALCINHA PRA MIM? Jesus apaga a luz porque a madona ta sem maquiagem parte dois...
Fechei a porta e me sequei um pouco. Entrei no banheiro, e enfiei o sutiã. Logo ele voltou, e eu amarrei a toalha na cintura e fui ate o quarto.
Edward: foi difícil. – ele me estendeu a calcinha, que era rosa bem clarinho com um laçinho. A mais convencional... Graças a Deus! – tinha de tudo qual é cor. – ele estava mais vermelho que sei lá o que. – Ah... Espero na sala. – saiu do quarto, e fechou a porta.
 Meu pai amado do céu. Terminei de me vestir, e comecei a secar o cabelo. Procurei uma escova ali, mas não achei... Fui até o guarda roupa de Edward procurar algo que eu pudesse usar pra pentear a buxa, quer dizer, o cabelo... Mais quando fui fechar a porta, uma caixa azul caiu sobre mim.
Bella: AU! – minha cabeça latejou, e eu olhei pra cima. Não tinha motivo para ter caído... – Droga! – tinham se espalhado vários documentos que estavam bem organizados. Enfiei tudo na caixa arrumando do melhor jeito que pude... Depois eu falo pra ele. Mais só que quando virei uma deles em especial...
 Vi a foto de uma menininha.
 Era um estilo de primeira foto de pré-escola. A menina era a coisa mais linda que eu já vi; tinha olhos verdes e profundos, cabelos longos e extremamente dourados, uma cor única. Um rosto marcante... Feminino, meigo e apaixonante. Deveria ter seus quatro aninhos. Apaixonei-me na hora em que vi... Me apaixonei porque ela era a cara de Edward. Era uma cópia dos meus olhos verdes preferidos ali naquele rostinho; do tom de dourado que eu mais amava no mundo... Dos traços lindos e únicos que eram meus por direito.
 Mais... Quem era ela? Virei à foto, e havia uma data e um nome rabiscados no verso.
            Tabatta Elizabeth.
Setembro de 2008.
 Estávamos em 2010, não fazia muito tempo. Não tinha nem dois anos...
 Mais uma vez a pergunta me assombrou. Quem era ela? Aquela menina linda, e perfeita? Quem? Ouvi passos, e quase derrubei de novo a caixa. Enfiei a foto no meu bolso, e guardei a caixa.
 Brenda: maninha! – ela abriu a porta. – BOM DIA!
 Bella: Brê! – fiquei de pé, e fui até ela. – já acordou?
 Brenda: Já! Vem me ajudar a se trocar... Eu já vi o cunhado. Ele vai mesmo me levar no parque... – ela começou a falar. Mais meus pensamentos não saiam do lado da menininha da foto. Ah eu ia descobrir! A se ia...

EDWARD POV

 Eu já descobri que ela é virgem, eu já a beijei, e já descobri que... Gosto e me sinto mais do que atraído por ela.
 Como se não me bastasse descobrir tudo isso junto, eu ainda tive que pegar uma calcinha pra esquecidinha. Ok, ela me surpreendia cada vez mais.
 O que mais ela podia me aprontar?
 Ouvi murmúrios, e vi Bella e a minha cunhadinha paradas na escada.
 Brenda: Ô cunhado... – ela entrou na sala de mãos dadas com Bella. Olhei para ambas, e notei novamente a nítida semelhança. Bella era alguns centímetros mais alta, e tinha mais... Seios que Brenda. Só que a baixinha tinha olhos azuis. Eu particularmente preferia os de Bella. Castanhos e profundos... – se não acha que essa roupa ta curta demais pra ela sair na rua?
 Foi ai que passei meus olhos pela roupa dela. Bella usava um short jeans não tão cumprido... Mais na altura certa para ir a um parque. Não revelando demais, nem escondendo demais. Uma blusa amarela, um pouco decotada. Só um pouco. Tênis, e o cabelo preso para trás, não como sempre solto.
 Edward: lógico que não, cunhadinha, ta bonito. – as bochechas de Bella se tornaram vermelhas, e ela deu um tapinha na irmã – eu lá proíbo a sua irmã de fazer alguma coisa?
 Brenda: Ah, que amor! – ela suspirou – vamos logo antes que eu me contagie com esse mel todo... – ela passou a minha frente, deixando Bella e eu para trás.
 Bella: não liga, é que ela é muito, muito, MUITO mesmo direta às vezes. – ela sorriu timidamente.
 Edward: eu gosto dela... Aprecio pessoas transparentes. – coloquei meus óculos – damas primeiro. – dei passagem, e ela andou a minha frente.
 Brenda matracou o passei todo. Eu também, lógico. Ela falava tanto que minha cabeça doía. Não sei por que mais ela cismava que eu e Bella estávamos terrivelmente apaixonados.
 Enquanto ela corria com as outras crianças da idade dela pelo parque, eu e Bella fomos comprar água. Era até divertido sair um pouco da rotina, ir a um parque, ver animais, pessoas diferentes, alegria... Crianças.
 O meu mal súbito e meu calão chegou quando a palavra Criança entrou na minha cabeça.
 Bella: queremos duas cocas, um suco de laranja e uma água, por favor. – a voz dela era suave. – Obrigado! – Bella apanhou a sacola, sem que eu a notasse. – Edward, você quer suco? Edward? – senti um cutucão.
 Edward: Oi... – me virei para ela, o rosto todo preocupado.
 Bella: você está bem? – questionou.
 Edward: sim... É...
 Bella: quer suco? – ela segurava uma garrafinha de vidro, e me estendeu. Ela já tinha bebido um pouco.
Edward: obrigado. – apanhei, e levei aos lábios. – cadê a Brenda?
 Dei por falta da garota mais falante do parque um instante.
 Bella: Ela estava ali há um minuto! – Bella colocou a mão sobre os olhos como se escondesse o sol. – ela...
Edward: Calma, ela deve estar só se divertindo... Você procura ali, e eu aqui. – apontei as direções em que a víamos freqüentemente – quem achar primeiro, liga no celular e vamos nos encontrar, Ok?
 Ela assentiu várias vezes, e fomos procurar...
 Bella sumiu entre as crianças e eu fui à direção contrária. Não dei três passos até ver Brenda ao longe. Demorei um minuto para ir até ela e atravessar as crianças, mais a achei.
 Brenda: Edward desculpa! Eu me perdi por um minuto... – Brenda veio correndo até mim. – cadê a Bella?
 Edward: não tem problema... A sua irmã foi te procurar no outro lado. Vamos encontrá-la.

BELLA POV

 Eu tinha acabado de receber uma chamada de Edward dizendo que tinha encontrado a minha irmã. Ótimo, me disse pra encontrá-lo no carro que íamos comer no shopping.
 Caminhei até lá, mais no caminho...
 Bella: Desculpa! – eu tinha tropeçado em alguém. É, EU TINHA MESMO TROPEÇADO em alguém.
Em uma criança... Uma menininha.
“Não foi nada...”
 A voz era baixinha, e doce. Eu encarei a menininha, e ela me olhou.
Deus! Os olhos... Verde Edward!
Bella: se machucou? – meu coração martelava no peito. Era ela... Ela! A da foto. Só podia ser... Só podia ser... – como você chama?
Tabatta: Meu nome é Tabatta, e não foi nada não moça. – ela sorriu de canto, meio triste. – tudo bem.
 Bella: Ah, eu sou a Bella. – prolongar o papo. Cara, eu tinha tropeçado nela, TROPEÇADO! Se acredita em destino? EU NÃO! – o que se ta fazendo ai, menina? Cadê a sua mamãe?
Isso era papo de maníaco? Estuprador, sei lá o que... Mais foram as únicas coisas que me ocorreram.
Tabatta: estou esperando a minha mãe. – ela era tão pequena pra ficar sozinha. Tão... Fofinha. Parecia uma daquelas pinturas de modelos mirins, sabe? Criança de filme? Aquela criança atrai seqüestrador? – e você? – me sentei do lado dela no chão. Não importa se tropeçarem em mim...
Bella: estou... Procurando o meu marido. – ela me olhou – porque se está aqui sozinha? Você não acha perigoso uma menininha ficar sozinha? Se não tem medo? Eu tenho medo de ficar sozinha... – mais que papo de doida. Se ela fugisse correndo ela tinha razão em fazê-lo.
 Tabatta: ah não... Eu já estou acostumada. Eu fico sozinha sempre sabe? É que a minha mãe trabalha a noite... Eu não sei bem o que ela faz, e ela me deixa sozinha sempre. – os cabelos dela eram lindos. Ela estava de perninhas de índio, vestindo um vestidinho rosa surrado, e botas cumpridas naquele calor. Uma faixa branca entre os fios lisos que se cacheavam nas pontas que tocavam o chão ao redor dela de tão grandes. Os olhos sofridos, o tom de voz fraco – eu nem me importo mais.
 DE ONDE EDWARD CONHECIA ESSA GAROTINHA? Porque não podia ser outra na foto... O nome dela era Tabatta, como era escrito na foto. Ela deveria ter uns seis ou sete anos...
 Bella: Sério? – meus olhos se abriram em espanto.
 Tabatta: Aham... – ela chacoalhou a cabeça, e os cachinhos lindos pularam com ela. Era a personificação de um anjo. – Ah, olha lá a mamãe... – havia um vulto no final da rua. Eu não vi bem, mais a mulher não se parecia nada com Tabatta. – tchau Bella. Foi legal você ter tropeçado em mim...
 Ela saiu correndo, com os cabelos ao vento, e o vestido surrado também. Desapareceu como aparecera do nada.
 Pude ver a mãe dela, e ela andando. Tão separadas como estranhas... Que jeito feio de se tratar a filha.
Estranho, muito estranho.
Edward: Bella? – me virei e o vi. Ai, até onde ele teria me visto?

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