terça-feira, 2 de outubro de 2012

Entrevista de Kristen Stewart ao Wiener Zeitung (Áustria)

No novo filme de Walter Salles, Na Estrada (nos cinemas em 05 de outubro), a adaptação do romance de Kerouac, ela é parte de um grupo de jovens que partem em uma viagem através de sexo, drogas e jazz.
Wiener Zeitung: 2008, antes da estréia de Crepúsculo, quase ninguém conhecia você. Hoje você é alvo de ataque para todos os tablóides por aí. Como você lida com isso?
KS: Eu não gosto disso, mas eu aprendi com ele. Quando fui pela primeira vez a turnê promocional de Crepúsculo – com 17 anos – eu ainda não sabia traçar um limite quando isso veio para a minha relação com a imprensa, o que era relevante para a entrevista e que eu deveria guardar para mim. Hoje eu sei exatamente o que posso e não posso dizer.
WZ: Já houve um tempo depois de Crepúsculo, onde você talvez tenha sentido o perigo que a coisa toda poderia sair de suas mãos e você poderia ficar como aquelas, ‘Garotas Hollywoodianas’?
KS: Eu acho que é incrivelmente embaraçoso se você pensar em si mesma como um grande vendedor. É exatamente o que aquelas garotas fazem. Há esse momento onde todo mundo em um bar está, de repente, olhando para você e você acha que talvez você esteja sendo observada: Eu recuso de ser uma pessoa, porque eu não quero ser como um objeto de utilidade. Você também tem que saber que neste trabalho: Se você der algumas partes de si mesma para o público, você não vai tê-las de volta.
WZ: Hollywood requer que você participe do circo e corra de um programa para outro.
KS: Eu sei de colegas que constantemente que interpretam dessa forma, pessoas bem instruídas porque são bons atores. Basta olhar para os programas de auditório. Eu sempre me pergunto: ‘Como eles fazem isso? Como eles podem ser tão perfeitos?’ Mas então você percebe: Você não é nada. Você não é ninguém. Porque você sempre tenta agradar tantas pessoas, e interpretar um papel para todos eles.
WZ: Vamos falar sobre Na Estrada: você leu o livro?
KS: Sim. Esse livro realmente moldou a maneira que eu abordo as pessoas. Eu tive que conhecer esses personagens durante a leitura e pensei: Deus, esses são o tipo de pessoas que eu preciso na minha vida real. Pessoas que me desafiem.
WZ: O diretor Walter Salles é conhecido por não restringir seus atores – em contraste com filmes de grandes estúdios como Crepúsculo.
KS: Com esse filme, queríamos perder completamente o controle sobre nos mesmos. O que em si, é uma contradição com a forma de como outros filmes são gravados: roteiro, set, todo é pré-determinado. A diferença de Crepúsculo é que eu estava obcecada em pegar os diálogos certos, porque eu os amava. Na Estrada, por outro lado, foi um projeto onde, ao público, foi apresentado algo para descobrir, em vez de conseguir um feito, um perfeito produto.
Walter Salles nos deu muito tempo para internalizar os personagens. Por isso nós também tivemos que conhecer cada um dos atores. Isso é o que levou ao fato de nada parecer forçado enquanto estávamos filmando. Nós apenas deixamos ir. E é claro que esquecemos um texto aqui e ali, mas nós os encontramos de novo depois, através de nós mesmos, porque conhecíamos esses personagens e é porque sabíamos quando eles teriam que usar o texto perdido.
WZ: Isso soa como um trabalho agradável. Você sentiu o aperto dos fins lucrativos de Hollywood na vida real?
KS: Eu me sinto muito livre nas minhas decisões. Pra quem tá de fora, isso pode parecer como que alguém como eu, não tenha nenhuma liberdade por causa de tudo que está acontecendo. Mas isso não é verdade. Hoje em dia eu tenho acesso a tantas possibilidades e tenho muito pela frente. Eu acho que você não deveria fazer concessões na vida. É algo tão fundamental, mas é verdade. Na vida, eu não nego nada a mim. E eu não permito que os outros me neguem nada.
WZ: Você sente que através de Na Estrada será percebida como uma atriz estabelecida? 
KS: Eu tenho sorte por estar sendo oferecida tantos papéis. Então eu penso: sim, estou estabelecida. Para mim não é sobre os resultados do meu trabalho, mas mais sobre a experiência que passo. E a segurança de saber hoje que eu posso fazer meu trabalho, muitas vezes mais. Ou pelo menos, eu sei que posso fazer isso mais uma vez antes de todo mundo achar que eu sou uma merda.

                                                               Via e Tradução

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