domingo, 21 de outubro de 2012

Entrevista de Ashley Greene para a ‘Nylon Magazine’

Essa manhã, Ashley Greene estava se sentindo bem sobre sua vida em Los Angeles. A atriz, bem conhecida pelo seu papel como Alice Cullen nos filmes da Saga Crepúsculo, teve uma audição para outro projeto; ela tinha feito a preparação requerida e estava otimista sobre suas chances. Mas as pré preparações não são brincadeira. O tempo de Greene em Hollywood a ensinou que “diretores de elenco não querem que você seja ruim,” ela diz com uma risada. “Eles realmente querem que você seja a garota que os exploda.” Então quando ela estacionou seu carro no lugar do estacionamento fora do local da audição, ela estava esperando por alguns minutos – uma chance para descomprimir e recolher seus pensamentos antes de ir para dentro e ligar o charme. Sem dados.
Eu cheguei lá e tinha um monte de câmeras a minha volta”, ela recorda algumas horas – e metade de uma xícara de sorvete suave – mais tarde. Nós estamos sentados do lado de fora da Farmers Market de L.A. curtindo um lanche de final de tarde; Greene, elegante sem constrangimento fluindo num maxi vestido marrom está numa procura por um spaghetti de abóbora para um jantar que ela irá amanhã à noite. “É frustrante,” ela continua, a memória trazendo de volta um pouco de sua irritação. “Todo mundo é tão obcecado com fama, eu acho que é mais do que isso antes. É a gratificação instantânea disso – os tabloides e a internet e as câmeras de celulares. Nós estamos todos enfeitiçados com o fato de todo mundo ser um stalker. Ela chacoalha a cabeça pesarosamente. “Eu estava como, ‘Apenas me deixem fazer meu maldito trabalho!’”
O cenário é, claro, o preço por fazer parte de umas das maiores franquias do cinema de todos os tempos. Quando Amanhecer – Parte 2 lançar no dia 16 de Novembro, a Saga Crepúsculo terá feio mais de 2 bilhões de dólares no mundo inteiro. E como todo fã de vampiros na Terra sabe – na verdade, até as pessoas que odeiam vampiros provavelmente sabem até esse ponto – a segunda parte de Amanhecer é o final da série de enorme sucesso. Em outras palavras, isso continua capturando alguma atenção.
Apesar dos eventos de hoje, Greene, 25, é mais filosófica sobre o sacrifício de sua vida pessoal, pelo menos aos Twihards que impulsionaram sua vida para o estrelato. (Enquanto nós estamos examinando os fatores, várias mulheres jovens avistam Greene e começam a cochichar animadamente entre elas.) “Eles são tão apaixonados e animados que você quer se abrir para eles”, diz Greene. “Mas então você tem o outro lado da figura, onde há certas coisas que você não quer compartilhar com o mundo, é muito privado, e isso pode ser mal interpretado. Isso tem sido uma batalha com certeza, e é algo que você não se prepara.”
A colisão de Greene na fama que sobreviveu naturalmente, sem nenhuma dúvida irá vir este mês nas mãos de seu primeiro papel principal em The Apparition, um assustador, suspense demoníaco do produtor Joel Silver e do diretor/roteirista Todd Lincoln. É sobre um jovem casal da Califórnia batalhando com uma entidade paranormal desencadeada por um experimento de faculdade que deu errado.
Greene interpreta Kelly, uma enfermeira veterinária que tem seus problemas começando na noite em que é forçada a dormir numa tenta no quintal da sua casa cada vez mais assombrada enquanto seu namorado Bem (Sebastian Stan) continua assistindo tudo com um taco de beisebol de alumínio.
“Porque minha namorada me fez ver todos os filmes de Crepúsculo, eu meio que senti que essa era a minha chance de conseguir um pouco de retorno,” Lincoln diz com uma risada diabólica. “Eu estava como, ‘OK, eu sentei para isso – agora eu vou colocar Ashley através do espremedor.’” O diretor lembra em pensar que Greene era perfeita para Kelly – uma parte ‘todo mundo trouxe’ – a segunda ela andou para a sua audição. “Ela tem um fator de simpatia-capacidade, no qual é importante para esse filme,” ele diz. “Nós precisávamos de alguém que poderia se relacionar com o público para que eles pudessem ver o horror através ela. Eles podem ver eles mesmos na cena e imaginar a jornada aterrorizante que poderia acontecer com eles.”
Isso foi precisamente o que preocupou Greene durante a filmagem de The Apparition, que tomou lugar em Berlim pelo curso de três meses. “Eu não sou uma grande fã de filmes de terror, então eu geralmente não assisto filmes desse tipo,” ela diz.
“Essa foi uma dos aspectos mais difíceis, porque eu tentei fazer tudo tão realista quanto possível, eu quero a experiência que o personagem está experimentando. Então fazer eu mesma acreditar em algo atrás de mim…” Ela se extingue com um arrepio, um pouco assustada até agora. “Foi um tempo obscuro.”
A relação no centro de The Apparition foi o que finalmente levou Greene para o filme. “Eu amei o script porque foca em como Ben e Kelly lidam com o que está acontecendo com eles,” ela diz. “Há elementos de confiança e traição e coisas cotidianos que todos os casais passam; não era algo sobre virar a esquina e ficar assustado, você sabe? É sobre pessoas.”
Uma fascinação com pessoas – quem são elas, o que elas fazem, como elas pensam – levou Greene a atuar quando era uma adolescente crescendo com seus pais e seu irmão mais velho em Jacksonville, Flórida. “É um pouco caipira,” ela diz de sua cidade natal, “ao contrário de Miami, que é muito europeia.” (Basicamente, Greene aponta, “quanto mais ao norte da Florida você está, mais do Sul você é.”)  Ela já era uma aspirante a modelo quando ela descobriu sua escola de modelagem também oferecia aulas de atuação. “E então isso se tornou minha paixão: isso é o que eu quero fazer, e eu vou descobrir como fazer isso.”
Decifrar o código não demorou muito tempo: aos 17 anos ela terminou o ensino médio cedo, assinada com um agente e um empresário, e estava pronto para ir para L.A., para fazer um movimento certo do mesmo. “Minha mãe teve que convencer meu pai”, Greene se lembra, seu sorvete derretendo um pouco no sol. “Ela o lembrou que eles sempre diziam aos seus filhos que eles poderiam ser quem quisessem.  Eu trabalhava [como modelo] desde os 14, e minha mãe estava, ‘ela ainda não entrou em problemas.’ Então eles disseram, ‘Nós vamos deixar você ir lá por um ano e tentar fazer as coisas acontecerem, mas se você se perder, você vai voltar para casa e ir para o colégio.’” Ela ri. “Depois de um ano eles disseram, ‘talvez nós deveríamos pensar sobre a escola’, mas então eu consegui algo e estava como, ‘Oh, olhem, eu posso pagar meu aluguel!’ E então aquilo continuou acontecendo.”
As primeiras apresentações nos gostos de Crossing Jordan e Shark podem ter pagado o aluguel, mas elas não fizeram isso por muito tempo mais, então Greene voltou a modelar. “Então eu cheguei ao ponto em que odiava isso,” ela admite. “Eu sabia que nunca ia ser uma supermodelo. Quero dizer, eu tenho 1,65 de altura, isso não iria acontecer a menos que você seja Kate Moss, o que eu não sou. E até você atingir certo nível no mundo da modelagem, é realmente severo: você nunca é alta o suficiente, você nunca é magra o suficiente, há sempre outra garota. Isso não era mais para mim.”
Invés disso, Greene se empolgou nos esforços de atuação. “Eu percebi que se realmente queria começar a ter papéis, não haveria meia atribuição.” ela diz. “Eu tive que dedicar tudo por isso, e então eu fiz. Diretores gostaram de mim mas eu não pensavam que eu poderia ser a protagonista em um filme porque eles não tinham nenhuma idéia de quem eu era. Então eles foram me colocando em papéis pequenos. E então aconteceu Crepúsculo.”
Greene recorda o frenesi que cercou o primeiro filme bem antes dele ser lançado no final de 2008. “Eu estava trabalhando no Belmont Café em L.A., recebi o telefonema e duas semanas depois eu estava ensaiando,” ela diz. “Bem quando eu fui chamada, meu IMDb STARmeter [um gráfico que acompanha os atores com base em quantas pesquisas são feitas sobre eles] atravessou o telhado com tudo que nós fizemos, e não tínhamos feito nada ainda! Agora eu tenho lembrar a mim mesma que tudo nem sempre vai ser assim.” Ela ri, reconhecendo que que apesar da atenção, ela e seus colegas de elenco ainda não sabiam se o filme teria sucesso. Eu perguntei ao meu chefe se poderia ter meu trabalho de volta depois das filmagens. Ele estava tipo, ‘Eu não acho que você irá precisar, mas OK.’”
O produtor de Crepúsculo, Wyck Godfrey acha que Greene facilmente se distinguiu no elenco da vasta franquia. “Alice pode ser uma das mais amadas personagens dos livros, e Ashley trouxe sua personalidade efervescente para o papel imediatamente,” ele diz.  “Há um borbulhante, meio louco aspecto de Alice que é tão contagiante. Ashley sempre foi capaz de explorar esse potencial. Ela é inafundável.”
“Os filmes sempre revelam algo inato em alguém, e com Ashley eu acho que é o forte senso de doçura e compreensão,” adiciona Bill Condon, que dirigiu ambos filmes Amanhecer. “Desde o momento em que eu a conheci, ela parecia tão mais velha, com um autocontrole e um equilíbrio que lembra a você atores de uma geração diferente.”
Para Greene, a aproximação do fim de Crepúsculo invoca o que ela chama de “um sentimento agridoce.” Estou animada para seguir em frente e tirar vantagem das oportunidades que foram me dadas. Mas ao mesmo tempo, é estranho – nós estivemos fazendo isso por quatro anos.” Ela sentirá falta especialmente de trabalhar regularmente com seu amigo Kellan Lutz, que faz o irmão de Alice, Emmett e descreve Greene como “o meu eu feminino, relaxada, calma e amante da vida.”
Lutz diz que ele está empolgado para assistir The Apparition, e que “já era hora” de Greene fazer seu próprio filme. “Ela se envolveu muito,” ele continua. “Ambos de nós viemos da modelagem, o que significa que nós tivemos que quebrar um pouco desse estereótipo. Mas ela é tão dedicada ao trabalho, ela disseca o roteiro e realmente faz sua pesquisa. Ver aquilo me deixa orgulhoso dela.”
De fato, Lincoln se lembra de ensaiar com Greene na Alemanha, “você via o roteiro dela coberto de notas e questões. Meu roteiro não tinha nem metade dessas muitas notas, então eu comecei a perguntar a mim mesmo como, ‘Jesus, eu não percebi que deveria estar fazendo meu trabalho de casa.’” O diretor ri. “Ela é totalmente pró. Não há definitivamente nenhum pesado de princesa acontecendo.”
Lutz atribuiu o bom senso de Greene a relação dela com sua família. “Ela e eu conversamos sobre isso no começo de Crepúsculo,” ele diz. “Nós dois agradecemos muito a nossa educação. Eles são aqueles que nos impedem de flutuar no espaço.”
“Meus pais definitivamente estão animados por mim e o que está acontecendo na minha carreira, mas eles também não ligam,” Greene diz. “Eles apenas querem que eu seja a pessoa que eles me criaram para ser.” Seu irmão recentemente se mudou para L.A., o que Greene ama; ele e a namorada dele fazem parte da tripulação responsável pelo espaguete de abóbora. “Eu sou extremamente próxima dele e dos meus pais,” ela diz, adicionando que a sua ligação provou ser algo importante quando ela começou a ficar séria sobre atuar. “Ser capaz de estar em um momento e realmente deixar algo me afetar era difícil,” ela admite. “Crescendo, eu não tive uma vida difícil. Eu quero dizer, nós não tínhamos muito dinheiro, mas nossos pais sempre nos deixavam saber que éramos amados e nos davam o que precisávamos. Então não era como se eu tivesse algo profundo para retirar” – até que ela deixou sua casa, pelo menos. “Felizmente, as pessoas não são as melhores em L.A.,” ela lamenta. “Então quando eu cheguei lá meu coração estava quebrado e as pessoas me apunhalavam nas costas,  eu poderia usar isso para se sentir vulnerável.”
Ela ainda pode, Greene diz que Hollywood é como “um permanente colegial” em muitos modos. “Há muita insegurança nessa indústria, e muitas pessoas foram roubadas de suas infâncias porque elas cresceram trabalhando. Tudo que elas já conheceram é ‘O que eu posso fazer por você?’ E então você tem pessoas que serão amigáveis com você por causa de alguém que você conheça ou o que pode fazer por eles. Até você encontrar seu grupo de pessoas que se preocupam com você como pessoa, isso pode ser muito superficial.”
Depois de alguns anos dramáticos, Greene encontrou seu grupo. “Por um tempo, eu me sentia como se tivesse muitas pessoas a minha volta,” ela diz. “Mas quem realmente te conhece? Quem estará lá por você? Quem estará no seu casamento?” Não tenha a idéia errada. “Eu definitivamente quero ter crianças e tudo mais, mas eu posso esperar,” esclarece a atriz, que esteve romanticamente envolvida com Joe Jonas e Reeve Carney. Como sua audição nesta manhã, namorar é infinitamente mais complicada com a presença dos paparazzi, Greene observa: “Imagine estar saindo com uma garota em uma noite, e no outro dia ela está como, ‘Nós estamos nos ligando! Isso é sério!’” Esse é o efeito dos tabloides, ela diz. “É essa sobrecarga de alguém dizendo, ‘Isso é o que é, mesmo que tenhamos estado em um encontro e eu nem sei seu nome do meio.’ Tudo tem um título imediatamente.”
Por agora, Greene está focada no trabalho: além de The Apparition e Amanhecer, ela aparecerá nesse outono em Butter, uma comédia obscura sobre – o que mais? – a competitiva escavação de manteiga no meio da América. “Eu li o roteiro e fiquei como, ‘inscrevam-me!’”, ela diz sobre o filme, que também estrela Jennifer Garner, Hugh Jackman e Olivia Wilde. “Então eu meio que recuei um pouco, imaginando em que havia me metido. Eu tenho muito respeito pelos outros atores que eu pensei, ‘Talvez estou fora de mim – eu nem sei o que estou fazendo!’ Eu estava um pouco assustada. Mas eu acho que é assim que você se importa e investe nisso. Há sempre algo novo para fazer: um personagem que você ainda não fez, uma caixa para sair. É assim que você aprende.”
Greene reconhece que seu nome carrega uma inevitável associação com Crepúsculo. “Mas não está como, ‘Oh, você é a peculiar melhor amiga-barra-irmã’”, ela diz. “Não há nenhum estereótipo com Alice. E ela realmente não parece nada comigo, com o cabelo curto e a maquiagem branca. Então para ser colocada na caixa, eu meio que fiz isso sozinha. E eu não vou fazer aquilo.” Greene aponta a Julia Roberts e Cate Clanchett como exemplos de estrelas com carreiras sonhadoras. “Aquela mulher tem tanta emoção em seu rosto de um modo que afetam as pessoas,” ela diz sobre Roberts. “Eu amo assisti-la.”
Greene está modelando novamente – embora agora como o rosto da DKNY e a Mark Cosmetics, da Avon. “Eles são muito legais com você quando você é uma atriz!,” ela diz. “Você tem o poder criativo e aprovação. Se eles dizem ‘Faça isso’ e você não está confortável, então você não tem que fazer isso.” Esse controle parece importante para Greene, talvez como resultado de uma série de fotos nuas que vazaram na internet em 2009. “Eu tive alguns problemas à uns anos atrás quando isso aconteceu,” ela diz. “Mas agora eu estou no ponto onde eu sou muito vocal sobre onde meus limites estão e que imagem eu quero retratar.”
Então de novo, Greene contrasta seu desejo por poder com um senso de que será, será que pode ser a única resposta razoável das exigências atuais em sua atenção e privacidade. Enquanto nós fazemos nosso caminho para seu SUV segurando duas cabaças consideráveis, eu perguntei a ela sobre a mudança de segurança em números de Crepúsculo à The Apparition, no qual ela está andando, até certo ponto, sozinha. “É animador e aterrorizante ao mesmo tempo,” ela diz. “Você trabalha 15 horas por dia, você vai para casa, tenta ir à academia, come, então você fala sobre o que vai estar fazendo no dia seguinte. É muita pressão, mas eu amo isso. Tanto quanto o filme pode crescer, eu sempre digo que fiz o que podia fazer. Há muitas coisas que aparecer ao fazer um filme, e a maioria delas eu não tenho controle nenhum.” Ela dá de ombros, procurando conteúdo. “Você tem que aprender a deixar ir.”
Fonte: Nylon Magazine | Tradução, Transcrição e Adaptação: TwiZoneBrasil

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