sexta-feira, 1 de junho de 2012

'Branca de Neve' com Charlize Theron e Kristen Stewart supera o de Julia Roberts

Uma Branca de Neve guerreira, interpretada Kristen Stewart; uma madrasta com enormes poderes mágicos, papel de Charlize Theron; e cenários de conto de fadas de uma cuidadosa produção. Isso é o que oferece a enésima versão cinematográfica do conto dos irmãos Grimm.
“Branca de Neve e o caçador”, que estreia nesta sexta-feira (dia 1º) e conta com direção de Rupert Sanders, cineasta egresso de uma publicidade mais inovadora, apresenta um grande significado estético, às vezes, excessivo, mas é repleto de imagens impactantes.
Além de decorações e paisagens, o longa chega às telas com um grande duelo de personagens e de atrizes. Charlize empresta sua estonteante beleza e seu talento ao estereótipo da vilã no cinema, a madrasta malvada, uma mulher que no conto original usa disfarce e fala com espelho.
Do outro lado, aparece Kristen, mais conhecida como a Bella Swan da saga “Crepúsculo”, que ganha uma personalidade real para se transformar numa valente Branca de Neve. A atriz demonstra ser muito mais que uma aspirante a vampira e que está muito acima de seus companheiros masculinos de elenco em “Branca de Neve”, Chris Hemsworth e Sam Clafin.
O mais interessante do filme é, sem dúvida, o duelo entre Charlize e Kristen, apesar de duas aparecem juntas em poucas ocasiões. Elas se alternam na missão de levar o peso de uma história que eleva o papel da madrasta e, por consequência, endurece o de Branca de Neve, que é capaz de enfrentar soldados e encantar com a mesma tranquilidade.
Apesar da rivalidade do duelo, Charlize parece levar vantagem nesta disputa, já que a mesma se recria numa personagem marcada por tiques nervosos e manias e favorecida por um espetacular figurino. A rainha má é capaz de se transformar num corvo.
Entre as duas protagonistas, há também espaço para algumas incursões de outros personagens, como a dos anões, que aparecem como bandidos da floresta e se responsabilizam pelos poucos toques de humor presentes no filme.
O maior erro da fita, contudo, é este: apresentar-se de maneira muito séria. Isso porque, se o conto se caracteriza por algo, é justamente por esse toque de humor e de irrealidade, que se misturam numa atmosfera marcante e tão particular.
Apesar de tudo, trata-se de uma história que entretém, bem narrada e com algumas cenas espetaculares, especialmente as das transformações da madrasta, que abandona momentaneamente a doçura do conto para se fazer mais amargo, mais adulta e mais interessante. Muito mais que a outra Branca de Neve lançada neste ano, uma adoçada versão bollywoodiense protagonizada por Julia Roberts no papel de rainha má.

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