sexta-feira, 18 de maio de 2012

MAX WOLF #capítulo8 #FanFic


MAX WOLF – capítulo 8 – Being Human US

            Enfim começariam o treinamento para a batalha contra os Volturi. Eu não poderia estar mais empolgado, afinal eu iria descobrir os verdadeiros benefícios que minha nova alimentação estava me trazendo. Mas isso seria no outro fim de semana, então eu precisava manter minha mente ocupada.
            Para começar, eu me sentia culpado por não estar mais indo à escola. Um ato digno de apedrejamento, mas não podíamos arriscar. Eu muito menos: humanos agora eram mais do que apenas tentação, eram um banquete aberto e vulnerável. Eu sintonizava os canais de cultura e absorvia todo o conhecimento para tentar compensar a minha falta de aprendizado. Discovery Channel, History Channel, Natonal Geografic, Animal Planet; era o que eu assistia diariamente.
            Eu também lia muito, e praticava xadrez pela internet. E eu estava começando a ficar bom nisso. Naquela tarde de sexta-feira, Dean passou pelo corredor e me viu jogando.
            - Pela internet, Max? Por favor. Eu peguei um tabuleiro emprestado com Edward para praticar com Jensen. Mas ele realmente anda sem tempo para isso. – disse Dean.
            - Vamos ver o que você tem, então. – respondi.
            Nós ficamos perto da janela do meu quarto, que tinha vista em direção a casa dos Cullen. Na verdade, acho que dava para ver a casa por entre os enormes cedros e carvalhos.
            - Pronto para perder? – perguntou ele, arrumando as peças.
            - Todo perdedor sempre diz isso. Se vai ser tão previsível assim, é melhor desistir antes mesmo de começarmos. – respondi.
            Dean me encarou surpreso, como se eu tivesse acabado de socar o rosto dele.
            - Eu fico com as peças brancas. – disse ele. O jogo era diferente. As peças eram vermelhas e brancas, bem como o tabuleiro em si. Aquele vermelho era tão vivo que me lembrou sangue, carne fresca, fome... Só parei de pensar no assunto quando Dean moveu um peão.
            - Não tenho te visto muito ultimamente. Até Renéesme tem notado sua falta. – disse Dean, depois que eu movi uma peça.
            - É, ando meio que estudando, compensando a falta da escola.
            - Sério? Eu já agradeço por não ter que acordar cedo e nem ter dever de casa para fazer. A vida ficou tão mais aproveitável.
            - Tolice. Eu amo absorver conhecimento. Cada palavra, cada ideia pode garantir sua sobrevivência e seu desenvolvimento mental.
            - Nerd.
            - Cheque. – eu disse. Dean olhou do rei dele para meu bispo e bloqueou a ameaça com um cavalo.
            - Enfim, amanhã vamos começar o treinamento e todos vão poder matar saudades suas. Eu vejo até a Rosalie procurando mais alguém quando eu passo por lá; acho que vendo se você está me acompanhando. Acho que toda essa história de lobisomens reais mexeu muito com eles.
            - Pode ser; afinal, eles nunca viram nenhum.
            - Além disso, você é um puro-sangue. Quem sabe do que você pode ser capaz? Quer dizer, você até pode se transformar à luz do dia... Imagine se você se alimentasse de humanos; seria invencível.
            Eu fiquei paralisado por um instante. Era estranho tocar nesse assunto, mesmo que daquela forma. Era uma coisa errada, devo admitir, mas era algo que eu fazia e dizia respeito apenas a mim.
            - Cheque-mate. – anunciei, depois de encurralar o rei dele com minha rainha, e meus dois bispos.
            Eu ainda estava nutrido e satisfeito com aquelas duas garotas, então disse a todos que já tinha comido quando Jensen chegou com duas pizzas grandes de carne. Eles comeram, assistiram um documentário comigo e depois todos fomos para cama cedo. Eu estava tão ativo que nem tinha sono. Fiquei escutando música pelos meus fones de ouvido.
            Eram 3:00 am quando eu fiquei com sede e desci para tomar água. Eu bebi um litro e meio direto da garrafa. Quando fechei a porta da geladeira, Jensen estava na cozinha. Eu me assustei levemente.
            - Santo Deus! Maldito Jensen, mal posso prever seus movimentos. – eu disse, sorrindo.
            - Problemas para dormir, Max? – perguntou ele. A voz dele soava rígida, como no dia em que eu contei que tinha me alimentado de carne humana pela primeira vez.
            - Não. Por quê a pergunta?
            - Você não come direito, deveria estar exausto. A não ser, é claro, que anda se alimentando de algo que de nutri por completo... Ouvi você e seus fones de ouvido e sei que não estava dormindo.
            Maldito! Ele estava desconfiando, então? Com razão, obviamente, mas eu tinha que suar meu dom de mentir antes que fosse tarde.
            - O quê? Não. Eu só estou ansioso por amanhã. Os dias parecem vir mais rápido, enfim vamos começar a atuar contra os Volturi. Faltam menos de três meses para a batalha, e nem fomos visitar os Potter ainda. Precisamos treiná-los também, afinal.
            - Sim, sim. Tem razão. – Jensen soava menos rígido agora. – Então volte a dormir, teremos um longo e cansativo dia amanhã. E não beba direto da garrafa outra vez!
            Eu subi de volta para o meu quarto e tive que aguentar o restante da noite em silêncio, fingindo estar dormindo. Foi cansativo, mas eu agüentei bem. Peguei meu celular e fiquei vendo coisas aleatórias na internet, depois de ganhar cinco partidas de xadrez e duas de poker.
            Acordamos, tomamos café, comemos torradas e kilos de peito de peru (eu apenas bebi um Monster; eu amava aquele energético – nada saudável, mas eu não estava com fome mesmo).
            Chegamos à casa dos Cullen às nove da manhã. Estava ventando e muito nublado. O tempo perfeito!
            - Max! – Reneesme veio correndo ao meu encontro. Ela já tinha crescido muito, obviamente. Acho que ela gostava mais de mim porque eu era o único que brincava com ela. Eu tinha um lado filhote, era bem brincalhão e entendia a necessidade infantil de ter um amigo para acompanhar as brincadeiras, coisa que eu não tive.
            Eu cumprimentei todos e nós esperamos Jacob e a alcatéia dele chegarem. Eu percebi, pela troca de olhares, que Dean e Seth já tinham alguma coisa. Além disso, eles se alisavam muito enquanto conversavam, afastados do restante da multidão. Nada vulgar, mas notável.
            Carlisle e Jasper explicaram como se fazia para matar um vampiro e se esquivar dos seus ataques. Eu aprendi facilmente e coloquei tudo em prática com perfeição. Em um dado momento, todos estavam treinando entre si, como se cada um fosse um Volturi. Eu me esquivava com uma velocidade admirável, e golpeava com uma força incrível.
            Todos me olharam depois que eu joguei Jensen contra uma árvore e esta se partiu.
            - Meu Deus! Perdoe-me, Jensen. Você está bem? – perguntei.
            - Você está desfrutando de uma força inacreditável, Max. Você não se alimenta direito, não dorme, não se cansa. Isso só pode significar uma coisa: carne humana. – declarou Jensen.
            Desnecessário dizer que todos me olharam com desprezo depois disso.
            - Eu pensei que você tinha parado. Eu avisei que era viciante, Max, Eu disse para você parar. - disse Jensen.
            Eu me vi metralhado por aqueles olhos; sentia a decepção em cada um deles. Não tive outra escolha a não ser me transformar e sair correndo o mais rápido que pude na direção oposta a eles. E ninguém me seguiu, como se todos tivessem me exilado em silêncio. E aquilo doeu...
            Voltei imediatamente para casa, coloquei uma roupa e fui vagar pela cidade. Começou a chover exatamente na hora em que eu passava em frente a uma Igreja. Mais do que abrigo da água, eu vi ali uma oportunidade. Sentei-me na última fileira de bancos. A igreja não estava muito cheia, mas eu já sentia uma paz e calmaria me envolver. Eu chorava meus arrependimentos e minha culpa enquanto ouvia o culto. E toda aquela situação me fez refletir.
            Como todo animal, eu obviamente sigo uma ordem darwinista da vida. O mais forte sobre vive, os fracos alimentam os fortes, esse tipo de coisa. É algo natural. No caso eu era o mais forte, ainda mais quando me alimentava de carne humana. Então por quê parar? Então eu percebi que eu não podia matar humanos. Além de eles terem direito à vida por serem, como eu, filhos de Deus, eles são os mais vulneráveis na morte; diferente dos outros animais, eles pensam e erram e pecam. Mas, acima de tudo, eu não podia matá-los por um motivo que eu estava ignorando desde o começo: era proibido. Deus não aprovava. E a coisa que eu mais temo na vida é a ira de Deus.
            Então eu deveria começar a ser humano. Ou fingir ser um. Mas como me livrar da daquele vício? Como me livrar da necessidade de carne humana, sozinho? Além de ter que lidar com a rejeição da minha alcatéia e dos meus amigos.
            Foi quando alguém sentou ao meu lado. Era Dean, que sorria enquanto olhava em direção ao pastor. Junto com ele estavam Jensen, Jacob, Edward, Bella, Reneesme, Alice, Carlisle, Emmett, Rosalie, Esme, Jasper, Seth e até mesmo Leah. Todos se sentaram próximos a mim e observaram o culto, como se simplesmente tivéssemos vindo em família para uma celebração normalmente. E eu percebi que era isso o que eles queriam dizer; que apesar de toda a decepção, eles ainda me amavam e se importavam comigo.
            Depois do culto, todos me abraçaram silenciosamente, mas com sorrisos e algumas lágrimas. Voltamos para casa e continuamos o treinamento. Naquele momento, mas do que em qualquer outro na minha vida, eu estava sendo humano. Não por mim, mas por tudo aquilo que eu amava. 

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